Após o anúncio dos indicados a Jogo do Ano do The Game Awards, este é o último de seis posts do por que cada título merece estar na lista!

Death Stranding é um dos indicados a Jogo do Ano pelo The Game Awards e esta é a nossa última matéria de uma série especial do motivo pelo qual os jogos da lista merece levar o troféu para casa.

Death Stranding é o ressurgimento de Hideo Kojima na indústria, após a sua saída conturbada da Konami. Conta a história de Sam "Porter" Bridges, que se depara com um dilema após sua irmã ficar presa no Oeste dos Estados Unidos. É pedido a Sam que resgate sua irmã e que ainda faça a conexão de todas as cidades perdidas após o desastre conhecido como Death Stranding.

De volta a minha época de faculdade de Jogos, meu professor chamado Marcelo Nery sempre comentava conosco em suas aulas de Game Design: "Andar não é Gameplay". E sempre tive isso muito claro na minha cabeça.

Ainda analisando jogos como Shadow of The Colossus, o qual andar era gameplay, ficava claro que andar não era a finalidade do jogo. Sendo assim, me fiz a mesma pergunta sobre o novo jogo do Kojima. Andar era novamente parte do gameplay, mas a finalidade não era essa.

Você só anda se decide fazer tudo sozinho no jogo, e esse não é o objetivo. A real questão é justamente a questão da união dos jogadores para que Sam precise andar menos pelo cenário. A sensação de andar e sentir que não chegar a lugar algum sozinho, faz parte do fluxo do gameplay.

Em um mundo onde os jogos da atualidade valorizam os jogadores a matarem uns aos outros, jogar com um protagonista totalmente passivo, que é um entregador (diga-se de passagem, uma das profissões que mais cresceram com a informalidade) é uma das ideias mais audaciosas da indústria. Isso faz com que todos possam ser o Sam, e não algo muito destoante da realidade.

Death Stranding prova que juntos somos mais fortes

Death Stranding: Sam Porter Bridges

Se a mecânica de Death Stranding incentiva os jogadores a trabalhar juntos, para que não precisem passar pelos mesmos problemas sozinhos, sua produção também foi meio que isso. Kojima, ao sair da Konami, percebeu que fez diversos amigos na indústria e que não estaria sozinho.

Com isso, a execução de seu primeiro jogo solo, não foi um trabalho tão árdua quanto poderia ser. Isso porque Kojima tinha ao seu lado Norman Reedus, Guilhermo del Toro, que já vinham do projeto P.T (Playbale Teaser), e somando forças chegaram outros atores como Mads Mikkelsen. Mas Kojima também tinha nomes amigos como Connan O'brien e Geoff Keighley, apresentador do TGA.

Death Stranding: Conan O'brien está presente no jogo

A ideia de que você não jogou o jogo sozinho, tira totalmente a sensação de solidão que o jogo passa ao saber que Sam é um dos poucos entregadores que existem no mundo e que as pessoas estão isoladas em cidades. Sempre haverá um item, uma estrutura que não foi você, jogador, que fez.

Então, talvez a ideia de não ter que ser violento, e sim ajudar uns aos outros para poder vencer o jogo, seja uma das mensagens mais interessantes que um desenvolvedor de jogos decidiu passar para seus fãs.

Eu não sentia essa sensação de que um jogo me marcou desde quando joguei pela primeira vez Shadow of The Colossus. O que leva ao último questionamento deste série incrível de reportagens sobre uma breve análise do por que cada jogo merece o tão sonhado título de jogo do ano: só o jogo em si é o suficiente para determinar isso?

Ou seria o conjunto de fatos, que vão desde sua produção até o que os consumidores e jogadores conseguiram atingir jogando-os. Independente de qual receber o título, esta lista de 2019 está, sem dúvidas, uma das listas mais difíceis até de opinar.

Death Stranding está disponível para PlayStation 4 e há confirmação de que chegará ao PC, porém sem datas. Já o The Game Awards será realizado em 12 de dezembro.

Confira nossa série de matérias especiais sobre o The Game Awards:

Confira nossa parceria muito especial com o canal Coelho no Japão: