A tão esperada continuação de The Last of Us chegou para os fãs sexta-feira, 19
Nesta sexta-feira (26), The Last of Us Part 2 mostrou-se como um marco na história de jogos eletrônicos ao alcançar a marca de quatro milhões de unidades vendidas.
Desde antes de seu lançamento, a história tem sido alvo de críticas de fãs mais fervorosos e extremistas, fazendo com que a pontuação do jogo tenha sofrido uma queda no MetaCritic.
Após seu lançamento, a situação piorou. Vários fãs não satisfeitos com os acontecimentos no desenvolver da trama, começaram a atacar vários desenvolvedores, produtores e equipes de elenco, principalmente a modelo de rosto Jocelyn Mettler, a qual foi escolhida para ser o rosto de Abby, a coprotragonista.
Rumores começaram a se espalhar de que a Jocelyn tenha desativado suas contas em mídias sociais, porém em seu twitter, que existe desde fevereiro de 2017, ela explica a situação.
Ao longo do fio, Jocelyn explica que desativou seu Facebook, mas que seu Instagram sempre fora privado e queria que permanecesse deste jeito, pois possui fotos de família e queria um pouco de privacidade.
Vários fãs conversaram com Jocelyn por mensagem privada no twitter e a atriz reafirma que foram poucas as mensagens negativas que chegaram diretamente a ela.
Fãs extremistas direcionando seu ódio aos envolvidos em uma história não é algo recente de acontecer. O mesmo ocorreu com várias outras atrizes inseridas em tramas as quais não foram bem aceitas por fãs de longa data. Um usuário do twitter retoma o que houve com atrizes como Kelly Marie Tran (Rose em Star Wars).
Desenvolvedores também são alvo de críticas desgastantes e de petições, como a recém instalada petição para que o jogo seja refeito atendendo os pedidos dos fãs de como a história deve ser feita.
“… Nós deveríamos conectar com Abby ao longo de metade do jogo, e a personagem principal nem é a Ellie (…) Nós precisamso de uma remake do jogo porque isso foi um desrespeito a todos os fãs que esperaram 7 anos para essa sequência e nós precisamos ter o que merecemos e isso não é esse jogo. (...) Nós merecemos mais do que isso, pagamos $60 dólares por isso, e merecemos uma mudança."
Uma usuária do twitter brinca com a notícia.
Petições e pedidos para o remake de conteúdo já publicado ganhou força quando Sonic (2020) da Paramount Pictres recebeu diversas críticas quanto o visual do personagem, as quais o diretor Jeff Fowler decidiu levá-las em consideração “Obrigada pelo apoio e pelas críticas. A mensagem é clara… Vocês não estão felizes com o design e desejam mudanças. Isso irá acontecer. Todos na Paramount Pictures e na SEGA estão determinados em trazer o melhor do personagem.”, respondeu em seu twitter.
Estúdios de animação, principalmente os localizados nos Estados Unidos, são conhecidos por sobrecarregar seus desenvolvedores e artitas, os quais não têm um sindicato para atender demandas e melhores condições de trabalho. Logo, petições para modificações de modelos em jogos/filmes não somente demonstra o sentimento de direito irrevogável sobre um conteúdo de autoria de terceiros como desrespeito a pessoas que não são valorizadas no mercado da animação 3D.
Jocelyn Mettler postou recentemento em seu twitter sobre a utilização de seu rosto no jogo.
Mettler é artista de efeitos visuais para Beyond-FX, a qual publicou em seu facebook sobre empregar a mesma, em 1 de junho de 2018.
A montagem da personagem do jogo necessitou de três pessoas. Jocelyn Mettler como modelo facial, Colleen Fotsch como modelo corporal e Laura Bailey como dubladora.
Em um personagem composto por três pessoas diferentes, a quem culpar pelo conteúdo da trama? O rosto, o corpo ou a voz? A resposta é: ninguém.
Críticas a conteúdos publicados, sejam estas negativas ou positivas, sempre ocorrerão, porém servem para que próximos criadores entendam o que o público realmente almeja em uma história, a forma como uma trama deve ser carregada. Porém, o modo como reagimos a estas histórias é responsabilidade de quem a consome.