Hoje, dia 25 de maio é celebrado o “Dia do Orgulho Nerd”, ou o dia da toalha, homenagem ao escritor Douglas Adams, criador da trilogia de 5 livros “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, porém diante tantas coisas que temos vivenciado, é realmente um dia para se comemorar?
Da década de 1980 até meados dos anos 2000 ser nerd significava uma única coisa, o estranho da escola que ainda gosta de desenhos, jogos, bonecos colecionáveis, ler era um hobbie, estudar não era nem um pouco penoso e viver no mundo da fantasia, seja se imaginando em mundos fantásticos dos jogos, livros e se preparando para a próxima sessão de RPG. E com tudo isso o ônus, às ofensas, o desprezo e todo tipo de má sorte que um jovem aficionado por cultura pop poderia sofrer em uma escola, seja pública ou privada.
Ser estranho, se deixar isolado, se questionar por quê as pessoas nos tratam assim, por ser diferente, gostar de coisas que não é o comum, pois bem, isso tudo ficou para trás, mas não da forma como imaginei.
De um tempo pra cá, consumir cultura pop passou a ser algo descolado, ser inteligente se tornou o novo sexy appeal. Lembro que o prequel da saga Star Wars iniciou um movimento que mudaria minha vida e de muitos outros para sempre, a ascensão do nerd. Jogar RPG, assistir e debater teorias sobre filmes e séries de ficção, ir à convenções ( Saudades eterna Encontro Internacional de RPG e os bolinho de chuva que salvaram nossas tardes mais vezes que posso contar), tudo parecia caminhar para o que sempre sonhei quando garoto, ver todo mundo compartilhando dos mesmos gostos, poder conversar sobre Akira, Ghost In The Shell, se não foram os próprios Jedis que levaram Anakin para o lado negro, se a Camarilla iria segurar os assassinos do Sabá, ou se os tecnocratas destruiriam os despertos. Um sonho que pouco depois se tornaria em um enorme pesadelo.
Aqui estamos, dia 25 de maio de 2020, muita coisa aconteceu desde que fundei o site, que fui ao meu primeiro evento comemorativo do 25 de maio, que sentia alguma alegria de fazer parte de um nicho que finalmente recebeu seu espaço ( não vamos entrar no mérito do consumismo enraizado dentro da cultura pop, é assunto para outro momento) e agora não há quase absolutamente nada para se comemorar.
Não existe dedos para enumerar todas as vezes que nós tivemos que noticiar sobre nerds atacando nerds por sua religião, gênero, sexualidade, nacionalidade, naturalidade por algo que não faz diferença nenhuma. Do nada nos últimos anos começou essa onda de intolerância, não estou falando somente da toxicidade na internet em geral mas também dos grandes players e influenciadores que deveriam dar um exemplo, acabam tomando lados que não deveriam existir.
Gostaríamos de deixar gravado aqui que nó do Nerdweek defendemos a bandeira nerd/geek raiz, onde todos que possuem empatia, tolerância e compreensão se unam e se defendam e focem em nossas similaridades pois no final somos todos diferentes e pertencentes a uma única raça a Humana.
Fiquem em casa, cuide do seu próximo e tenha sempre uma toalha a mão.