O que antes era novidade passou a se tornar constância: já é uma realidade que os jogos da Sony PlayStation vão sair para PC e esse é o novo normal. Com a versão remasterizada de The Last of Us Part 1 da Naughty Dog não seria diferente.
No entanto, sempre que falamos de porte de uma plataforma para outra, é importante pensar que não basta apenas fazer um novo build. É preciso que os controles sejam revisados para que possam atender bem ao uso do mouse e teclado e, em muitos casos de porte, até o estilo de câmera passa a atender outros estilos de monitores.
Um porte bem feito garante que o jogo sobreviva independete da plataforma ao qual você está jogando, porém ele deve oferecer recursos que justifiquem a mudança, ou mesmo para atrair marinheiros de primeira viagem que não tiveram a oportunidade de jogar o jogo porque não possuíam o videogame, seja o PS3, o PS4 ou o PS5.
Com isso olhamos para The Last of Us Part 1 e nos deparamos com o excelente cenário em que o jogo se encontra para ser relançado em uma nova plataforma, buscando aumentar ainda mais o acesso ao público.
Porém, será que mesmo com todos os cenários favoráveis, ainda assim o título conseguiu escapar dos fantasmas que rondam os portes de console para PC que, em alguns casos, acabam comprometendo a experiência dos jogadores?
Será que uma história mesmo vivida desde 2013 consegue espaço para ser contada novamente? É com essas perguntas que iniciamos a nossa análise de The Last of Us Part 1 para PC. E o nosso veredito você encontra logo abaixo!
Um pouco da história de The Last of Us Part 1
Embora a história já seja meio batira para a maioria dos fãs, se você nunca jogou o jogo ou até mesmo viu a série e está em dúvida sobre do que o jogo se trata, aí vai um resumo:
Joel é um cara de meia idade que é amargurado pela perda da sua filha no passado. Atualmente, ele vive em uma zona de quarentena em Boston, Massachusetts. Lá é um dos poucos locais onde a humanidade conseguiu se manter viva e concentrada, porém sob uma condição bem drástica: eles vivem sob lei marcial.
Isso significa que as forças militares atuam de forma bastante impositiva contra a população. Para sobreviver, Joel e sua parceira Tess roubam, negociam, contrabandeiam e fazem conexões com grupos considerados "desertores" pelos militares de Boston.
Tudo parecia normal até que um mal entendido envolvendo as armas que Joel e Tess iriam comprar acabam parando nas mãos erradas. Para resolver a situação, eles precisavam contrabandear uma carga nada convencional: uma garota chamada Ellie.
O que parecia mais um trabalho se torna uma jornada de auto-conhecimento e de ganho de confiança, além de achar um propósito para viver. No entanto, Joel não se utiliza de formas ortodoxas para atingir seus objetivos, e é isso que faz dele um personagem tão real e tão humano, por assim dizer.
No entanto, as decisões dele possuem escolhas, que quem jogou a Parte 2 sabe muito bem que são bem extremas. Mas, deixando spoilers de lado, a ideia era apenas dar um balanço geral da história.
Nada muito diferente da versão de PS5
O porte para PC de The Last of Us Part 1 segue exatamente os mesmos moldes da versão que saiu para PlayStation 5, o que significa que o jogo foi completamente refeito. Além dos modelos, as animações estão mais condizentes com a geração atual.
Com isso, os gráficos também estão totalmente atualizados, os cenários mais inseridos com itens de composição, além de ajustes em texturas. Enfim, a repaginação foi geral, mas isso não tira nem um pouco o mérito da versão de 2013.
Isso só demonstra o carinho mantido com o jogo, mas melhorando ainda mais o que ele já tinha a oferecer antes, já que hoje as barreiras gráficas são menores do que as de 2013.
As mecânicas são as mesmas, mas agora possuem outras opções interessantes, como o áudio 3D que auxilia bastante na identificação de inimigos no cenário, além de controles que tiram proveito da resposta háptica do DualSense.
Outro ponto a ser considerado são os controles de acessibilidade, algo que fico feliz que a indústria tenha abraçado. É bem melhor quando todos jogam!
Mas, no mais, a versão de PC acaba seguindo os mesmos moldes do remake de PS5.
A versão de PC
Embora mecanicamente falando, tudo se mantenha igual, a vinda do jogo para o PC sofreu com alguns problemas.
Quando você abre o jogo, precisará compilar os Shaders. E vamos lá, essa é uma medida legal que auxilia muito na performance da jogatina. Porém, às vezes a pessoa quer só abrir o jogo de jogar, e essa etapa pode ser demorada ou acabar impactando no processamento geral do PC, o que também não é legal.
Mas o fato é que, uma vez feito, pronto, você não terá uma perda expressiva em performance. No entanto, se você é daquele jogador que só quer jogar no fim do dia, sugiro você abrir o jogo antes e deixar tudo preparado para quando for realmente jogar.
É possível que esse problema seja corrigido com novos patchs, porém, nesse momento, o jogo consome muita RAM de processamento. E, caso você não entenda muito o que isso significa, eu te adianto que não é necessariamente uma boa coisa.
Quando um processamento consome toda a memória RAM do seu PC, ele começa a ficar lento e travar constantemente. Isso significa que ele não tem mais essa memória para auxiliar em processamentos que ainda estão por vir, o que gera gargalo.
Corrigindo esse problema, é provável que boa parte dos problemas listados acima sejam mitigados, porém, ainda assim, o jogo é considerado bastante pesado quando você pensar que muitos possuem specs menos parrudas.
No entanto, para aqueles que têm a chance, podem utilizar o suporte ao AMD FSR 2.2, além do suporte à NVIDIA DLSS Super Resolution, além do VSync, que dão uma opção melhor de estabilidade de taxas de quadros projetados exclusivamente para o PC. Também é possível ajustar a qualidade das texturas, além de sombras e oclusão de ambiente, para não gastar um poder de processamento alto, porém é importante ajustar esses recursos com cuidado.
O bom e velho mouse e teclado
Há quem odeie jogar no controle, então essa seção é para aqueles que amam o bom e velho mouse e teclado para poderem tirar melhor proveito das mecânicas. E nisso o jogo não ficou para trás.
Jogar com mouse e teclado é extremamente satisfatório, mesmo para aqueles como eu, que acabam preferindo o controle para jogos de "aventura" ou TPS (third Person Shooter).
Assim como na versão de PS5, caso você opte por usar o DualSense, não vai se arrepender. Os controles são magniíficos e as respostas sensoriais são excelentes, não há o que falar sobre isso, só sentir.
Outro ponto a ressaltar também é o cuidado com a mudança da interface para utilização de controles diferentes, em vez de manter os ícones do DualSense apenas. Ou seja, se você estiver usando um controle de Xbox, vai ver os ícones do controle e não tem que ficar chutando qual é qual.
Na onda do sucesso da série
The Last of Us Part 1 não poderia ter saído em época melhor. Aproveitando o sucesso da série da HBO Max, a versão de PC é quase a experiência definitiva para aqueles que não tiveram a chance de experienciar a jornada de Joel e Ellie.
No entanto, essa jornada pode acabar sendo um pouco prejudicada por empecilhos, que não são os estaadores infectados com cordyceps. O maior impacto para o jogador acaba sendo os altos requisitos para que o jogo performe de forma satisfatória, mas, ainda assim, existem pontos em que ele poderia ter sido melhor.
Mas, ainda assim é bom poder rever alguns personagens com os quais nos identificamos na série, como Bill, por exemplo, cujo passado é muito pouco explorado no jogo.
The Last of Us Part 1 de PC vale a pena?
The Last of Us Part 1 é um dos maiores jogos lançados nos últimos anos. E, com a celebração de 10 anos da franquia, era esperado que o título batesse na porta dos usuários de PC para que eles pudessem usufruir dessa história magnífica.
Para tanto, nesse aspecto, os desenvolvedores fizeram seu dever de casa. O jogo está visualmente bonito, mais polido, com melhores animações, os modelos são mais condizentes, além de ter a cara da nova geração.
No entanto, alguns bugs e problemas de otimização acabam impactando um pouco na experiência do jogador. No entanto, se você quer se aventurar, não se engane, não estará desperdiçando seu tempo.
Talvez seja o caso de esperar o jogo receber patchs de correção para que possam mitigar esses problemas. Mas, assim que isso for feito, The Last of Us Part 1 entrará novamente para o hall de jogos que você deve ter na sua biblioteca, especialmente se você nunca teve nenhum videogame da Sony ou nunca teve a oportunidade de jogar o jogo.
A análise de The Last of Us Part 1 para PC foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela Sony PlayStation.
Mais de The Last of Us
- Quantos capítulos tem The Last of Us Part 1
- Quantos capítulos tem The Last of Us Part 2
- The Last of Us Part 1: Guia de cofres e códigos
- The Last of Us Part 2: Guia de cofres e códigos
- The Last of Us: Fungo Cordyceps existe e é real?
- The Last of Us: 5 diferenças entre a série e o jogo
- Quantos episódios tem a 1ª temporada de The Last of Us