Lançado dia 25 de Janeiro, Resident Evil 2 Remake, trouxe uma pequena amostra de como um jogo antigo pode ser revivido e demonstrar o quanto era bom, mesmo em 1998.
O jogo acompanha dois pontos de vistas diferentes. Leon S Kennedy, novato da força policial de Raccoon City, que apenas luta por um mundo melhor, e Claire Redfield, irmã de Chris Redfield, que está a procura de seu irmão. As histórias de ambos se cruzam, ao lidarem com zumbis em uma loja de conveniência e decidem ir juntos para a cidade. Lá eles são separados por um Caminhoneiro (e um carro em chamas), e é aí que seus problemas começam.
Leon e Claire seguem suas histórias, para saberem o que aconteceu e todo o sofrimento que a cidade acabou sofrendo, após as ações corporativas e visando lucro, da bioquímica Umbrella Corporation.
Caso você queira acompanhar melhor cada Playthrough, abaixo está nossa análise sobre cada história:
Tempo de Gameplay
É impossível não fazer comparações, quando se trata de um jogo tão clássico e que fez parte da história de muita gente. Resident Evil 2 não só é um marco na história dos videogames, com seus dois discos no PSX, mas com dois pontos de vista diferentes sobre a mesma história.
Essa inserção de horas tem muito a ver também com o fato de que o Tirano agora está em qualquer cômodo e te persegue, assim como o fato de que é possível jogar com a Sherry e com a Ada. Isso aumenta o tempo de gameplay.
História
Muitas coisas foram editadas da história principal, tais como o modo de troca, a cada cenário. Eram constantes, e não uma, e depois o outro. Muitas personalidades foram alteradas, alguns personagens foram mais bem aprofundados, e outros que eram até aprofundados demais, eles resolveram dar uma maneirada.
Por exemplo, Ada Wong, por mais que fosse misteriosa, a gente sempre tinha raiva dela quando ela fazia igual ao Gandalf ou o Mestre dos Magos, e sumia. Dessa vez, por mais que ela suma, o ar de femme fatale dela deixa uma curiosidade no ar. Talvez seja pela atuação da atriz que deu a captura e a atriz da voz.
O Chefe de Policia Irons, é um exemplo de personagem que eles pegaram leve. Por mais que o personagem no Remake tenha um caráter duvidoso sobre Sherry, a gente consegue compreender a relação direta entre ele e William Birkin, que é pai da Sherry. Só que, voltando em 98, nos recordamos que, ao encontrar Irons pela primeira vez, Claire se depara com um corpo com um vestido branco morto em cima da mesa, que Chefe Irons revela ser a filha do prefeito. Neste jogo até aparece um corpo com um vestido branco no escritório do orfanato onde o Chefe Irons está, mas não sabemos se é mesmo a filha do prefeito. Nós com certeza veremos essa história nas novas DLC's que vão sair, porque ela está na lista das três histórias não contadas.
A minha maior dúvida era do porquê a Capcom decidir não manter uma verossimilhança entre as histórias e seus pontos de vistas. Muitas pontas ficam soltas, quando você junta as duas versões. Mas isso não me desagradou, era mais uma reflexão do porquê a empresa optou por mudar isso.
Itens
Em relação ao jogo original, o remake tem mais itens, desde munição, pólvora e ervas, porém não em uma quantidade absurdamente maior. Economizar acaba sendo a palavra chave, pois ficar sem munição no momento errado seria péssimo.
As facas de combate também não são eternas. Após uma certa quantidade de usos elas acabam quebrando. Porém, elas são uma ótima maneira de poupar munição. Não tem certeza se um zumbi realmente está morto? Ataque-o com a faca e não desperdice uma bala se ele realmente estiver morto.
Explore o cenário e interaja com tudo que possível. Computadores às vezes vão te dar informações que dão lógica para a história, memorandos e quadros brancos te dão dicas de como abrir cofres ou armários que podem ter itens importantes, como partes para fazer upgrades de armas ou até pochetes para aumentar o espaço do seu inventário.
O mapa te ajuda a saber se você pegou tudo naquele lugar que está ou não. Salas em azul foram completamente exploradas e todos os seus itens pegos; salas em vermelho ainda tem coisa para fazer ou pegar.
RE Engine
Eu amo a RE Engine, o software responsável por dar vida aos atores e todos os objetos, materiais, e tudo mais, e fizeram com que Resident Evil 7 passasse a fazer parte do catálogo obrigatório de qualquer fã da série. Resident Evil 2 bebeu da mesma fonte dessa Engine e ousou muito. Ousou até demais, eu diria.
Um cenário enorme e sem Loading, todo interligado, com inúmeros assets de interação, com um algoritmo provavelmente de busca de caminho do Tirano, rodando tudo ao mesmo tempo. A RE Engine definitivamente tem demonstrado uma das melhores engines do mercado de jogos.
Um ponto que percebi é que isso talvez tenha custado algumas renderizações. Alguns materiais parecem mais chapados que no RE7. Mas nada que me incomode, são aspectos mais técnicos mesmo. Em hipótese alguma eu iria reclamar do jogo, baseado em tudo isso que ele conseguiu fazer.
Mas e aí, vale a pena?
Se você é fã do segundo jogo, não só Resident Evil 2, mas também RE7 são jogos imprescindíveis para todos os fãs da franquia e fãs de survival horror. Resident Evil traz uma narrativa envolvente, e todas as informações balanceadas e muito bem colocadas para que sejam acessadas na hora certa.
O fluxo do jogo é muito fluido, e ele vai realmente dificultando à medida que vai progredindo. Eu adoro fluxos que realmente a gente não percebe que está sendo ensinado a pensar em resolver problemas de Level Design. E isso é um ponto muito positivo para toda a equipe.
Vale a pena ressaltar que o modo de jogo O 4º Sobrevivente está de volta, mas ele só aparece após zerar pela primeira vez. E definitivamente, esse modo já era interessante, e nessa nova roupagem, está muito bacana.
Deixa aqui o gostinho de quero mais para o Resident Evil 3 Remake, que pode ser anunciado na E3 desse ano.