Neste domingo (3/4), o Persona estreia a temporada de 2022 homenageando o diretor, autor e ator José Celso Martinez. Na edição, Zé Celso conta detalhes de sua trajetória pessoal e profissional. A atração da TV Cultura recebe, ainda em abril, as atrizes Mayara Magri e Helena Ignez e o diretor teatral e ator Amir Haddad. Vai ao ar os domingos, inédito, a partir das 21h, com apresentação de Atilio Bari e Chris Maksud.
Zé Celso abre o primeiro programa da nova temporada contando de suas raízes. “Eu me orgulho muito dessa minha descendência paterna. Porque eu me sinto índio. Eu sou índio”, afirma ao lembrar de sua avó que era indígena.
Em uma edição descontraída e recheada de conhecimento, o diretor teatral relembra cantarolando sobre a peça Vento Forte Para Papagaio (1958): “Foi quando eu descobri que queria fazer teatro, que consegui escrever uma peça em 40 minutos”.
E sobre O Rei da Vela (1967), Zé Celso confessa que leu o texto de Oswald de Andrade a primeira vez e não compreendeu: "Achei meio panfletária". Mas, após leitura com o ator Renato Borghi, encantou-se, e a montagem transformou o sucesso em uma investida da arte contra o conservadorismo, chegando até mesmo à Europa.
“Aquele teatro foi considerado pelo The Guardian o melhor teatro do mundo pela intensidade, pela originalidade. Eu adoro aquele Teatro, eu amo atuar lá”, diz sobre o Teatro Oficina, reestruturado por Lina Bo Bardi. E, ao ser indagado por Atilio sobre o que é o ator, afirma sem dúvidas: “Ah, o ator é tudo, né? A atuação é tudo, uma atuação despojada, uma atuação criadora”. E ainda acrescenta: "Sexo e pulmão são os motores da atuação".
Rumo ao final da edição, o diretor teatral, aos 85 anos, diz: "Eu tenho uma potência teatral ainda em mim. Eu pensei que ia acabar, porque foi muito ruim essa época que a gente ficou sem sair de casa".
O programa ainda conta com depoimentos de Amir Haddad, Renato Borghi, Othon Bastos, Ítala Nandi, Marcelo Drummond, Leona Cavalli, Bete Coelho.