Adquiri há tempos um baixo Cort GB74 e sinceramente além do preço muito atrativo a sua construção em si é muito agradável. Braço fininho, um peso bem equilibrado, e um hardware considerável, mas sentia falta de algo nele, com isso resolvi fazer alguns upgrades neste instrumento. Então vamos destrinchar o que esse pequenino recebeu.

Seu corpo é construído em Ash, braço em maple com perfil em “C” sendo sua escala na 1ª casa em 0,82” e na 12ª com 0,89”, ela veio com captadores midnight e sistema ativo, com um potenciômetro concêntrico para grave e agudos, o central para ganho dos captadores, que distingue entre o captador modelo MM ou J não usa-se os dois juntos e um último potenciômetro com push pull para volume geral e sistema ativo passivo. Todo o restante do hardware como ponte e tarraxas HIPSHOT.

A primeira a ação a ser tomada, foi a troca da ponte. Não que a original não seja boa, pelo contrário é uma ótima ponte modelo EB12 da empresa comentada acima, mas tive o prazer de adquirir uma ponte da Kahler com alavanca, e como sempre gostei das coisas mais tortas possíveis no meio musical, quando vi o anuncio nao pensei duas vezes e mandei fazer a instalação. (Tenha sempre um luthier de confiança para esses serviços já que teremos que cortar a madeira para instalação dessa ponte)

Assim que peguei o baixo com a alavanca fiquei parecendo uma criança brincando dando alavancada para lá e pra cá, até acostumar com a pressão da ponte e cordas (já que estamos falando de baixo e não guitarra) e essa alavancada tem características distintas, lembrando a pegada das tremolos em Bigsby, portanto o uso delas devem ser bem controladas, e controladas.

Depois de instalado a ponte foi a hora de de pensar em como fazer a instalação dos captadores e quais sons me interessariam. Pensando na maior versatilidade possível escolhi trocar a o circuito do baixo, por um sistema nacional. Escolhi o pré amplificador da Sonorus

o modelo CP700VVBMT-SC-SW. O que me agradou nesse sistema foi o de possuir controles independentes de tonalidade com  grave, médio, agudo uma chave de seleção para ativo/passivo, uma outra chave para controle de slap. Ele vem padrão de fábrica com dois potenciômetros para volumes, e nós adaptamos para três volumes.

CARACTERÍSTICAS DO CIRCUITO

- Tensão de alimentação: 9 a 18V;

- consumo máximo: 0,8 mA (alimentação 9V);

- Faixa de resposta do circuito: 3Hz a 20KHz (- 1dB);

- Controles: graves, médios, agudos, controle de volume independente para cada captador, chave ativo-passivo e chave de reforço “slap contour”;

- Faixa de atuação dos controles: Graves(+/-16dB em 40Hz), Médios(+/-10dB em 450Hz) Agudos(+/-16dB em 4,5KHz);

- Slap Contour;

- THD: 0,005%

- Impedância de entrada típica: 1M Ohm;

- Impedância de saída típica: 2K Ohms.

Escolhido o pré amplificador foi a hora de escolher os captadores, já tinha em mente que queria captadores de alguma empresa nacional, e depois de trocar vários e-mails com fornecedores diferentes e ter seus respaldos escolhi os captadores da empresa Malagoli. Na posição da Ponte usei o Modelo Music Man 5 hot, e pedi para adaptarem para 4 cordas, pois queria um captador forte para técnicas de pizzicato e slap, no meio o modelo Precision, queria um som bem próximo  ao do Steve Harris do Iron Maiden, então acabei escolhendo o Quarter Tone e no braço algo entre os dois modelos já citados e decidi pelo Quarter Tone também.

Modelo:

MM. 4 - Hot

Quater Tone P

Quarter Tone J

condutores

4+malha

2

2

Parafinamento

Sim

sim

sim

Imã

Alnico 5

Alnico 5

Alnico 5

Resistência (0hms)

16K fio Polysol

12,5K Polysol

13,9K

Pico de Ressonância

6,50KHz

4,00KHz

Saída

280mV

220mV

240mV

Grave

9

7

7

Médio

8

4

3

Agudo

5

6

6


Posso dizer que depois de muito tempo com o instrumento, estou mais que satisfeito com ele, alguns problemas foram encontrados e algumas coisas agradaram mais do que eu pensava, mas achei que essa combinação como um todo ficou perfeita. Todo músico deve ter seu instrumento principal o mais adequado para sua necessidade, apesar de possuir um outro baixo 5 cordas ele possui captadores modelo Sop Bar, que são bem legais, mas mais agressivos e excelentes para quando toco músicas mais pesadas indo do Hard Rock ao Metal, porém eu desejava um instrumento versátil , indo bem no samba, blues, forró, rock e ritmos diversos. E creio ter conseguido com esse modelo.

Como disse há pouco, algumas coisas ficaram fora do que eu esperava. Com relação aos captadores achei todos eles fantásticos, analisando individualmente cada um deles, porém ao pensar na soma deles e na diferença entre um e outro, o que menos me agradou nesse contexto foi o modelo J, isso porque ele se assemelha muito ao P, de um para o outro não senti tanta diferença quanto do MM para o P. Estou pensando em substítui-lo por um com pouco menos de saída e com frequências mais puxando um pouco mais para o médio agudo em vez de tanto grave.

Já o circuito em si apresenta bons recursos, mas para poder reduzir custos e atender uma maior demanda de mercado, os potenciômetros usados e as chaves para usar os recursos de ligar e desligar o circuito como o slap control são bem simples e ambas vieram com um ruído chatíssimo ao acionar, cheguei a usar limpador de contato na primeira vez, mas só obtive bons resultados com a troca dos mesmos.