Nesse sábado, 19/06, em uma live de seu canal, o jogador Buxexa iniciou uma conversa sobre seu amigo Nubrotv ter comentado em uma foto da influenciadora Marcella Pantaleão. Buxexa conta que Marcella, na verdade, é uma "mulher de três pernas" por ser uma mulher trans.

Rachaxp ria da "revelação", acrescentando: "Minha mulher me mostrou e falou: o Nobru comentou nessa foto aqui, mas isso aqui é um homem, ele não sabe não?".

A conta do fã clube de Marcella postou o vídeo do momento do comentário

Marcella Pantaleão postou diversos stories em sua conta no Instagram, claramente estressada pela situação. Marcella também postou que todos os comentários que está recebendo serão encaminhados para a justiça. Em seu apoio, várias mulheres trans e travestis postaram stories comentando do ocorrido, entre elas Pepita, cantora de funk e travesti.

O Fluxo, time no qual Buxexa representava, veio a público com um comunicado oficial de desligamento do jogador do time, assim como de todas as outras marcas relacionadas ao mesmo.

Além disso, o serviço de streaming BOOYAH!, da desenvolvedora de Free Fire, Garena, também comunicou o desligamento de ambos e terminação do contrato.

Além do ocorrido com Marcella, a engenheira e streamer Michelle, também sofreu ataques transfóbicos em uma live que participou nesse sábado.

Durante a live, os outros participantes, conservadores cristãos, referiam-se à Michelle no masculino, negando seu gênero e rejeitando sua identidade trans. A transfobia foi justificada como uma diretriz da religião cristã dos participantes.

Em meados do meio do orgulho LGBTQIA+, acontecimentos como esses servem para demonstrar a necessidade da data. A média de vida de mulheres trans e travestis é de 35 anos, e o Brasil é o primeiro país no mundo que mais mata mulheres trans e travestis. A data não é comemorada somente pela luta aos direitos iguais, mas pela simples possibilidade de existir, de não ter sua vivência e existência invalidada.

Em 2019, foi deferida a Lei Federal 7.716/89 (Lei do Racismo) aos crimes de homofonia e transfobia, logo inafiançáveis e imprescritíveis. Pode levar a penas de 1 a 3 anos de prisão.