Desde seu anúncio, Redfall chamou a atenção de fãs de jogos em primeira pessoa. Desenvolvido pela Arkane Studios e publicado pela Bethesda, a promessa era de que o game reuniria o melhor de Dishonored e Deathloop, mas em um coop online extremamente conciso e sólido.
Como estamos jogos altamente conceituados e que foram bem aceitos pelos jogadores, é possível que as expectativas da comunidade estivessem mais altas do que o normal.
Diferentemente dos títulos anteriores do estúdio, a nova proposta traz um FPS em looter shooter. Ou seja, além da primeira pessoa, ele segue uma linha mais voltada para mecânicas de RPG, com progressão de nível de personagem e inimigos, porém orientado a loot.
Ou seja, seu foco principal é conseguir loot de inimigos, especialmente dos principais do jogo: os vampiros. Com a temática de RPG, os protagonistas possuem certas habilidades também, que não tornam a mecânica de tiro exclusivamente massante.
Dito isso, será que a Arkane Studios conseguiu unir o melhor dos seus mundos criados previamente e trazer uma experiência divertida para os jogadores? Será que o mundo aberto e a modalidade de looter shooter justifica as motivações do universo? O jogo é mais voltado para ação ou terror? E ele atingiu o objetivo?
É com essas e outras perguntas que iniciamos a nossa análise de Redfall. E o que achamos do game, você confere nas linhas abaixo!
A história de Redfall
Bem-vindo à Redfall — o nome do jogo é inspirado na ilha fictícia onde ele se passa. A sua trama, no entanto, gira em torno da ganância de cientistas que fizeram experimentos com sangue que acabaram transformando a cidade em um antro de vampiros.
Após isso, as criaturas conseguiram bloquear o sol em um eclipse e criar uma barreira marítima, elevando as águas, impedindo que os sobreviventes da ilha escapassem.
Para acabar com a ameaça, você tomará controle de um de quatro personagens que chegaram recentemente à cidade. Assim, você deve encontrar maneiras de conseguir suprimentos, sobreviver, fugir e, principalmente, como como exterminar os vampiros que aterrorizam a cidade de Redfall.
O mundo aberto
Um ponto positivo e que deveria ser justificativa suficiente de um jogo é o fato dele ser mundo aberto. Considerando que Redfall é um looter shooter, é esperado que as áreas abertas ofereçam diversas oportunidades de exploração e coleta de itens.
Embora seja notável que o game se esforce para dar significação aos NPCs e locais, eu confesso que não me senti compelido a buscar muitas informações extras. Talvez haja uma oportunidade perdida aí.
Além disso, ao explorar o mundo, você pode fazer missões de Safehouses, que consistem em diminuir a força dos vampiros no bairro, sendo que, para isso, você precisa derrotar um mini chefe que nada mais é do que uma versão mais evoluída de um vampiro.
Nos ninhos de vampiro, você pode fazer desafios especiais para poder entrar em mapas gerados proceduralmente. O ponto chave é que nesse local os vampiros são bem mais fortes e bem mais difíceis de matar, mas seja rápido, porque, após o final da run, o mapa será encerrado e você pode perder o loot.
Essas missões das Safehouses envolvem basicamente diminuir a força dos vampiros no bairro em que elas se encontram, e aí você tem alguma missão de matar tudo o que você vê pela frente ou algo do tipo, e depois dessa, você tem que matar um vampiro subchefe do distrito, que geralmente é uma versão turbinada de algum vampiro especial que você já encontrou por aí.
Quanto mais tempo você demora, mais influência esses ninhos geram no entorno de onde foram criados, o que aumenta ainda mais o poder das criaturas que estão por ali. Então tente resolver tudo o mais rápido possível.
Os personagens de Redfall
Como descrito acima, você pode jogar com quatro personagens principais. A característica de cada um, vamos descrever abaixo:
- Jacob Boyer: um ex-militar que foi enviado á Redfall para proteger a cidade, mas acabou se separando de seu pelotão;
- Layla Ellison: engenheira biomédica, ela era estagiária nos Laboratórios Aevum antes do colapso de Redfall, mas alguns fragmentos mentais levam a crer que a companhia fez experimentos nela;
- Remi De La Rosa: engenheira de combate, com experiência em conflito e tem uma mente brilhante para criar componentes robóticos;
- Devinder Crousley: investigador paranormal e criptozoologista. possui tecnologia avançada que utilizava para investigação e elaboração de um livro, mas, após o desastre, passou a usar seus conhecimentos contra os vampiros.
O background de cada um dos personagens é muito bem elaborado, e faz total sentido que eles estejam em Redfall e saibam usar armas e gadgets para enfrentar os vampiros que assolam a região.
Mas, fato é que não há uma sensação maior de pertencimento ao local. Eles parecem apenas seguir um modelo, não parecem criar certos laços à medida que a história avança.
De forma similar à Bird Box, existem humanos que atuam em conjunto com as criaturas. Em Redfall, eles são chamados de Cultistas. Sempre que eles veem você, começam a te atacar e mandam cortinas de fumaça para atrair vampiros.
A motivação deles é que sejam transformados em vampiros no futuro, mas isso nunca fica claro e não parece exatamente um bom motivo para se juntar ao Culto. No mais, eles parecem mais deslocados do que tudo.
Novamente, vejo uma oportunidade perdida. Poderia ter algum NPC mais experiente, tipo a Reverenda Eva Crescente, que certamente deve ter uma história de background magnífica a ser contada, que explicaria o modus operandi de Redfall, para que você fique mais familiarizado.
O combate em Redfall
Em Redfall, você é a sua única linha de frente. Fato é que, embora possuam vampiros e tenha ciclos diferentes entre o dia e anoite, o game é bem mais voltado para a ação.
Embora haja um certo incentivo para a furtividade, assim como Dishonored, fato é que, em Redfall, o melhor mesmo é dar a cara a tapa. Por mais stealth que você seja, a IA realmente acaba chamando todo mundo ao redor pra perto, o que torna a furtividade algo quase impossível.
Nessa linha, vá direto para a ação; é mais fácil até, diga-se de passagem. O bom é que tem uma opção abrangente de armas e até mesmo de customização delas.
Existem pistolas, escopetas, metralhadoras, rifles de assalto ou sniper, que funcionam muito bem contra os Cultistas. Você pode enfrentar os vampiros com essas armas, mas não poderá finalizá-los.
Para isso, precisará de um arsenal pesado: é possível usar sinalizadores, lançadores de estaca, armas com raio UV. Embora elas sejam raras, você não fica completamente desamparado contra as criaturas da noite: é possível acoplar estacas às armas padrão do jogo.
Diferentemente de jogos como Dishonored e Deathloop, o gameplay de Redfall é menos fluido e um pouco mais difícil de se acostumar. No entanto, ao pegar o jeito, ele vai parecer um caminho no parque.
Mas não subestime-o. Não adianta ir 100% no oba-oba e achar que vai dar tudo certo, porque não vai. O ritmo do game pode atrapalhar um pouco caso você se sinta bastante confiante para prosseguir.
Isso porque você nunca sabe o que vai ter a seguir. Podem ser cultistas ou podem ser vários vampiros próximos. Lutar contra um já é difícil, imagina contra dois ou mais. Vá no seu ritmo, mas não ganhe muita confiança.
Habilidades especiais
Chegamos no ponto em que separa o jogo de um mero FPS para o looter shooter, a parte das habilidades. Além das armas, claro, você tem habilidades especiais que, em determinados pontos, ajudam na dinamicidade do combate.
Cada um possui a sua:
- Jacob Boyer: pode ficar invisível, enviar um corvo para marcar inimigos e sua ult permite que ele dê hit kill nos inimigos;
- Layla Ellison: possui um pulo bastante alto, um escudo telecinético protetor em formato de guarda-chuva e sua ult permite fazer summon de um companion;
- Remi De La Rosa: pode lançar C4, enviar um robô para distrair inimigos e sua ult permite marcar um ponto de controle onde todos próximos serão curados ou revividos;
- Devinder Crousley: lança dardos, dispositivos que o transportam até o local acertado e sua ult é uma luz UV que petrifica vampiros.
O bom aqui é a dinâmica de que cada missão vai se tornar diferente dependendo de com qual personagem você escolhe para jogar. O legal mesmo é variar entre eles para que você consiga definir de qual você gosta mais.
Redfall vale a pena?
Redfall tenta reviver a aura de um jogo de alguns jogos do passado, como Left 4 Dead e Team Fortress. E se você decide entrar na proposta dele sem se preocupar muito com muita coisa, certamente é um game que trará muita diversão.
Se você está pensando em jogar o game provavelmente esperando que vai ser algo próximo ao Dishonored ou Deathloop, é melhor não prosseguir com essa ideia, porque são propostas completamente diferentes.
Caso você queira jogar em equipe, a experiência é melhor ainda, porque é realmente muito bacana e divertido jogar com os amigos.
É possível que você encontre alguns problemas, alguns bugs ou sinta que a mecânica não está fluida, ou que parece que há alguma coisa faltando. Mas fato é que realmente, Redfall é um game que é realmente divertido e não se compromete muito em fazer uma história densa e profunda.
O objetivo dele é realmente se divertir com o gameplay, com as mecânicas de habilidades e progredir. Caso você esteja buscando algo além disso, talvez seja melhor não chegar à ilha de .
No entanto, se você quer bastante ação, habilidades, relaxar e rir com seus amigos, Redfall é um game que acerta diretamente na mosca e vale muito a pena, especialmente para aqueles que são assinantes do Xbox Game Pass.
A análise de Redfall foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela Bethesda.