Após um certo tempo do controverso lançamento de Diablo Immortal que, o jogo mobile que se utilizava de microtransações de forma predatória, era hora de sentar e reavaliar em que estado a franquia estava. Com isso, o projeto Diablo 4 apareceu e aparentemente conseguiu acalmar os ânimos acirrados dos fãs.
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Com uma bagagem de Diabo 3, que fez um enorme sucesso todas as vezes que foi relançado, inclusive com mecânicas repensadas para ser portado para consoles, o game estava no imaginário dos fãs.
Mas, será que com esse olhar para um passado perfeito e um presente meio confuso, a Blizzard — que não devemos esquecer que ainda teve que lidar com uma série de pontos e ponderações envolvendo a venda da Activision para a Microsoft — conseguiria trazer a franquia de volta ao que era em seu ápice?
Será que o game, agora já maduro o suficiente para ser lançado tanto em consoles quanto no PC, conseguiria trazer toda a essência dos games que marcaram gerações para mais um título? Será que a história conseguiria cativar os fãs?
É com essas e outras premissas que seguiremos com a nossa análise de Diablo 4, e o que achamos dele, você confere nas linhas abaixo!
A história de Diablo 4
Em termos de linha temporal, o novo título da Blizzard se passa 50 anos depois dos eventos de Reapers of Souls de Diablo 3. Embora o Santuário estivesse livre de certos cataclismas, outros ainda remanescem, fazendo com que ele ainda fique fragilizado.
Isso significa que, apesar do mal erradicado, hordas de demônios ainda surgem e, com isso, os humanos passaram a se organizar em seitas para buscar proteção e aliviar a dor das constantes perdas.
Sendo assim, os adoradores de Lilith descobrem um ritual para trazer à vida a Mãe do Santuário. No entanto, o que poderia trazer acalento pode acabar gerando certa destruição, então, os Adoradores da Luz de Inárius (Pai do Santuário) e comprometeram a impedir que isso aconteça.
Você é o ou a Viajante, um personagem que pode ser criado do zero, mas que está no meio dessa encruzilhada. Ao ajudar as pessoas de um vilarejo, você, Viajante, é contaminado com as Pétalas de Sangue, utilizadas para invocar Lilith, porém, é salvo no último instante.
Ao ser salvo da morte, você passa a ter uma conexão com a Mãe do Santuário, além de ter visões por onde ela passou. E isso te torna especial nessa, que pode ser chamada de Guerra Santa.
De um lado, temos Lilith, que quer vingança contra anjos e demônios. Embora ela seja a principal vilã do jogo, é comumente retratada como uma mãe desesperada que tenta descobrir os responsáveis pela morte de suas crias, enquanto angaria novos seguidores para chamar de filhos.
Do outro, temos o anjo Inárius que quer, a todo custo, retornar ao Paraíso, de onde foi expulso.
As classes de Diablo 4
Seguindo os moldes de um RPG clássico, Diablo 4 permite que você crie e modifique seu personagem como bem entender, além de escolher uma dentre as cinco principais classes:
- Bárbaro: um personagem corpo-a-corpo focado em vida;
- Necromante: possui habilidades de invocação e ataques de sangue;
- Renegado: possui habilidades de um assassinato furtivo;
- Druidas: têm habilidades de transformação animal em batalhas;
- Magos: capazes de lançar feitiços e magias à distância, são os menos focados em vida.
A mecânica de Diablo 4
Nenhuma novidade até aí. O game continua com uma visão top-down de 3/4 que segue o personagem à medida que ele anda pelo cenário — que, diga-se de passagem, é enorme e possui uma vasta gama de inimigos.
Mesmo que você esteja em níveis elevados, à medida que avança na história e precisa passar pelas mesmas áreas, você não vai encontrar os mesmos inimigos com o mesmo nível. Não são raras as vezes que você encontrará inimigos mais fortes à medida que revisita as áreas e vai subindo de nível.
Embora com a câmera travada, Diablo não deixa de ser um Action RPG e, quando jogado em campanha, uma espécie de PVE. Além disso, ele possui uma série de habilidades que podem ser utilizadas com seus respectivos cool-downs.
À medida que você sobe de nível, você ganhará pontos de habilidade que poderão ser gastos numa enorme árvore de habilidades. No entanto, um dos pontos mais legais é que você pode reverter a compra de todos os pontos de habilidade.
Dessa maneira, você poderá redistribuí-los novamente, da melhor maneira possível. Algumas habilidades possuem uma ramificação, ou seja, caso tenham duas possibilidades, você só poderá optar por uma. Isso ajuda bastante a não ter que recomeçar a história para testá-la.
Basta apenas remover todas as habilidades e atribuí-las novamente. E não só nesse caso, esse recurso ajuda a você distribuir as habilidades para cada área, da maneira que for mais conveniente para você.
Um endgame de respeito
A campanha de Diablo 4 é extremamente envolvente. É notório o quanto a Blizzard aprendeu com Overwatch a amarrar as histórias de personagens e torná-los mais vivos em seus mundos.
No entanto, o jogo possui seu famigerado endgame que merece todo o nosso respeito. Além da possibilidade de conseguir melhorias após chegar ao nível 50, depois de zerar a história, você pode encontrar atividades de níveis mais desafiadores do que os da campanha.
Quer enfrentar Lilith novamente, com modificadores e tentar obter novas recompensas? Isso também é possível.
Ah, e não vamos nos esquecer das famosas dungeons. As dungeons estão espalhadas por todo o mapa e podem ser acessadas a qualquer momento. Fica a seu critério se aventurar por cada uma delas — são mais de 50.
Quanto mais você explora e mais vai ganhando de experiência, melhores itens você vai encontrando. Além de poder montar um set apropriado para o seu personagem, você poderá vender atributos de raridade maior e que não tem muita serventia para você.
Bom, conteúdo extra é o que não falta: caso a campanha principal nem as dungeons sejam suficiente para te entreter, ainda há as missões secundárias. Elas não exploram tanto o lado dos personagens principais, porém, você pode mergulhar ainda mais no mundo do game.
Diablo 4 vale a pena?
Diablo 4 é um game que precisava suprir uma carga história enorme com o hate gerado pelas microtransações em Immortal. No entanto, posso dizer com propriedade que ele superou e muito as minhas expectativas.
Além de funcionar bem nos controles padrão de mouse e teclado, é nítido o esforço para expandir os comandos para controles de consoles. A experiência simplesmente não fica enjoada mesmo que você aperte um botão e segure por umd determinado tempo.
Os inimigos sempre vão achar uma brecha para te atacar, e você deve constantemente mudar sua estratégia.
A lore do game é completamente envolvente e todos os personagens possuem propósito, eles não são heróis ou vilões simplesmente pela força do roteirismo. Existe um "quê" de humanidade mesmo em anjos e demônios.
É possível que o game agrade os veteranos de guerra e, pra ser honesto, acredito que seja o maior público alvo de Diablo 4. Porém, ele tem potencial de agradar novos jogadores que não tiveram a oportunidade de desfrutar dos prazeres de solar el diablo em outros títulos
O game entrega mais uma grande experiência dessa aclamada franquia de RPG e se preocupa em aprofundar a lore. Além dos seus novos personagens, cativa o jogador pelo gameplay extremamente viciante. A jogabilidade agrada não somente os veteranos com mais opções de customização das builds, mas é também acessível para quem nunca experimentou um capítulo dessa série. Além disso, há um grande conteúdo para ser explorado e com muitas possibilidades.
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