Capcom Fighting Collection traz consigo uma ideia de tentar manter a história do videogame mais viva. Não é raro ver coletâneas de games antigos reunidos em um único lugar e que seguem essa mesma ideia — a própria Capcom tem feito isso com frequência.
Porém chegou a vez de ver uma coletânea 100% focada nos famigerados "jogos de lutinha" ou Arcade da década de 90. E longe de mim reclamar, porque serei um eterno defensor dessa prática de manter o passado vivo.
- Análise Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge
- Análise: The Battle of Polytopia encanta com poucos pixels
A coletânea traz os jogos de luta que marcaram os arcades na era de ouro da Capcom, com franquias conhecidas, como Darkstalkers, Street Fighter e muitas outras.
Mas, será que vale a pena revisitar games antigos em 2022? Vale a pena abraçar a nostalgia em mais uma coletânea de emulação? Será que os games conseguiram sobreviver ao tempo manter o seu carisma e magia que tinham quando foram lançados? Será que tudo isso se sustenta?
Pois é, são muitas dúvidas, mas é através delas que vamos pautar a nossa análise, que você pode conferir nas linhas abaixo!
Quais games vêm em Capcom Fighting Collection
Talvez você esteja se questionando exatamente quantos e quais games Capcom Fighting Collection oferece.
Abaixo, você pode conferir exatamente a lista de quais games estão disponíveis:
Darkstalkers
- Darkstalkers: The Night Warriors (1994);
- Night Warriors: Darkstalkers' Revenge (1995);
- Vampire Savior: The Lord of Vampire (1997);
- Vampire Hunter 2: Darkstalkers' Revenge (1997);
- Vampire Savior 2: The Lord of Vampire (1997).
Pocket Fighter
- Super Puzzle Fighter II Turbo (1996);
- Super Gem Fighter Mini Mix (1997).
Outros jogos
- Cyberbots: Full Metal Madness (1995);
- Red Earth (1996);
- Hyper Street Fighter II: The Anniversary Edition (2003).
Primeira vez no ocidente
Um dos pontos mais positivos de Capcom Fighting Collection é a ideia de trazer franquias que nunca saíram do Japão para o ocidente, como Vampire Hunter 2 e Vampire Savior 2.
É fato que muitos desses jogos acabam sendo um tanto quanto repetitivos, por conta de sua essência de Arcade, o que fazia sentido na década de 90 e não tanto hoje em dia. No entanto, é legal ver o esforço para fazer ports que tragam essa essência e opção de escolha para os jogadores, assim como era antigamente.
Títulos de peso
É impossível não bater o olho na lista e se encher de alegria ao ver o Hyper Street Fighter II, que, na minha humilde opinião, foi um dos jogos de luta que mais joguei na infância.
Poder jogá-lo novamente, com uma nova cabeça, com novas metodologias que aprendi em outros jogos de luta, inclusive os novos da franquia Street Fighter, é algo sem igual.
Offline ou Online
Uma das coisas mais legais que o porte de títulos desse tipo para as gerações atuais é a possibilidade de experienciá-los em um ambiente online. Tudo bem que jogar com os amigos na mesma sala é divertido, mas o bom é justamente não ficar limitado.
Como toda partida online possui o seu meta próprio, isso significa que cada luta vai ser única. E isso permite que você jogue com players sem ser da mesma cidade que você. Se você pretende explorar ainda mais as suas habilidades, o mais legal é poder treinar online, porque na rede sempre vai ter alguém melhor que você..
Abrace o Netcode
Para os games de luta, uma das melhores tecnologias que a tecnologia conseguiu implementar foi o Rollback Netcode. Através dele, os jogadores podem ter uma experiência online com menos lag nos movimentos, mesmo que um dos jogadores possuam uma conexão de internet mais lenta.
Tudo isso torna a experiência onlina ainda mais divertida e inclusiva, porque ela não vai impactar tanto assim na jogatina. E outro ponto legal é que, se você sentir que está demorando demais para achar uma partida, você poderá entrar em uma offline enquanto espera — tudo isso para deixar a sua experiência ainda melhor.
O que faltou mesmo, foi o crossplay, que é a capacidade de jogar com pessoas que utilizam outros consoles diferentes do seu. Talvez isso seja mais complexo de implementar do que aparenta, mas talvez, essa sim seja a experiência definitiva de democratização dos jogos.
Nostalgia para dar e vender, mas nos dias de hoje
Como você pôde ver acima, é uma lista vasta, com muitos jogos clássicos de luta da Capcom. Mas o melhor de tudo é que eles foram portados para a geração do Xbox e do PS4, o que permite que novos fãs joguem e aproveitem os games.
Isso tudo é uma excelente ideia de manter a história da empresa viva. Com uma coletânea que emula e permite escolher as ROMs dos games, é muito fácil você poder jogar a história de novo, com uma nova tecnologia, mas abraçando o passado.
Essa ideia de manter a história dos videogames viva é algo que sempre irei defender, porque infelizmente muitos querem jogar jogos antigos e não podem, porque os hardwares já ficaram ultrapassados ou simplesmente não funcionam.
Coletâneas como essa permitem não só que fãs da velha guarda possam reviver a era de ouro, mas que marinheiros de primeira viagem tenham novas experiências. Essa é a beleza de trazer um material tão rico quanto esse.
Como uma visita a um museu
E não para por aí. Se a experiência do passado está tão viva, por que não fazer uma visita a um museu? Outro ponto interessante dessa coletânea é que é possível encontrar artes oficiais, além de um espaço dedicado a ouvis a trilha de cada um dos títulos.
Outro ponto legal é que essa mesma aba oferece alguns desafios, que consistem em fazer algumas lutas com movimentos específicos de personagens. Isso é legal, porque tem um sistema de conquistas, com troféus e tudo mais, o que é algo bacana para quem tem uma aura mais completista.
Uma coisa que me chamou muito a atenção foi a chance de realmente poder visualizar as artes com opções visuais diferentes. É possível escolher o formato da tela, o tipo de bordas ou até mesmo simular os filtros de TVs antigas ou das máquinas de fliperama. É realmente, um trabalho feito com muito capricho e muito cuidado.
Mas e aí, Capcom Fighting Collection vale a pena?
Capcom Fighting Collection é uma coletânea para os saudosistas dos jogos de "Lutinha" do arcade da década de 90. Por isso, é de se esperar que seu púbçico-alvo seja mais focado em jogadores desse estilo.
No entanto, ele pode ser uma porta de entrada para novos jogadores nesse mundo. O único problema seja, talvez, o seu preço. Como ainda está no lançamento, ele pode ser um pouco salgado, mas o valor sentimental e o afinco das equipes para com o game acabam justificando isso.
Outro fator a se considerar é justamente o fato de poder ter acesso a uma franquia que é praticamente inédita no ocidente. Então assim, se você avistar uma promoção e gosta de jogos de luta, realmente vale a pena dar uma chance.
A maior aposta de Capcom Fighting Collection é na nostalgia.
E toda essa essência de abraçar o passado, mas com a cara do presente é algo que realmente me enche os olhos. Todo o carinho e todo primor que envolve isso é o que fez de coletâneas como essa tão especiais.
Capcom Fighting Collection foi lançado para Xbox One, PS4, PC e Nintendo Switch. Esta análise foi feita usando uma cópia gentilmente cedida pela Capcom.