O consumo de conteúdo por demanda se tornou uma tendência ao redor do mundo e no Brasil não foi diferente. O streaming ganhou muitos adeptos, tanto que o país está entre os cinco maiores consumidores deste conceito. Hoje, o serviço faz parte da rotina de 71% dos brasileiros que afirmam serem assinantes ou já terem assinado algum serviço para assistir a filmes ou séries online. Os dados são do levantamento “Streaming 2022”, feito digitalmente com 1106 brasileiros conduzido pela Hibou - empresa especializada em pesquisa e monitoramento de mercado e consumo.
Atualmente há uma predominância entre dois players, mesmo com tamanha variedade de plataformas disponíveis: 91% dos brasileiros assinam ou assinaram Netflix, e 53%, Amazon Prime Video. Além destes também foram citados: GloboPlay (30%); Disney+ (26%); HBO MAX (20%); Telecine Play (13%); YouTube Premium (9%); Star+ (8%); Paramount+ (6%); AppleTV (4%).
Como fidelizar assinantes?
Para 70% as novidades são o principal motivo de acesso às plataformas, principalmente filmes novos e lançamentos de séries. Entre aqueles que não são apegados a conteúdo inéditos, 44% dão atenção às séries que estão sendo muito comentadas por todos; 32%, filmes clássicos; 29%, documentários; 26%, séries clássicas, que não estão mais no ar; 16%, conteúdo infantil; 10%, novelas; 6%, animes; 5%, esportes; 3%, outros.
“Podemos afirmar que o streaming se consolidou como o principal canal de entretenimento durante o período de isolamento social, mas isso já era uma tendência iminente. O formato dominou os lares brasileiros e os consumidores tornaram-se mais exigentes”, afirma Ligia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou. “Para manter os assinantes ativos, as plataformas precisam incrementar seus catálogos ou investir em conteúdos autorais, até mesmo porque o mercado se tornou competitivo com o surgimento de concorrentes”.
Com a exigência por mais conteúdo, preço e facilidades, dentre os 71% de assinantes, 52% já cancelaram algum serviço de streaming. Dentre estes, 40% deixaram de assinar a Netflix (24%), GloboPlay (23%), Amazon Prime Video (15%), Telecine Play (14%), Disney+ (13%), HBO MAX (6%), entre outros. A motivação é liderada pelo momento financeiro do brasileiro, para 24% ficou caro pagar as mensalidades, já para 23%, o custo x benefício não vale mais a pena; 15% sentiram falta de mais lançamentos; 12% apontaram catálogo com poucas opções ou títulos que não agradaram; 11% trocaram por outro serviço; 6% compartilharam uma experiência ruim na plataforma; e 4% passaram a integrar o “plano família” de outra pessoa.
Conteúdos originais como diferencial
Um outro ponto são os investimentos das plataformas de streaming em conteúdos próprios, que buscam inovar e disponibilizar obras autorais. Isso agrada a 70% dos brasileiros, que citam as séries originais como um diferencial. Entre estes, 77% preferem as séries em que todos os episódios são liberados de uma vez, para que possam maratonar; 13% gostam de rever as séries favoritas; 7% curtem os lançamentos espaçados, em que são liberados um episódio por semana; apenas 3% afirmam não assistir às séries.
O combo perfeito: catálogo recheado e assinatura acessível
Na hora de avaliar as plataformas de streaming, os brasileiros observam com atenção a variedade no catálogo e preço. A facilidade de uso também é importante. Além disso, conteúdo para diferentes faixas etárias, compartilhamento de conteúdos estão entre os aspectos mais valorizados, como listado a seguir:
- Grande variedade de filmes e séries (76%)
- Preço acessível (65%)
- Boa navegação dentro do app (40%)
- Conteúdo para a família toda (38%)
- Sugestões do que assistir bem direcionadas para o meu gosto (34%)
- Conteúdos originais da plataforma (25%)
- App específico para minha smart TV (18%)
- Função “assistir junto” para quem está em outra casa (14%)
- Função para indicar/compartilhar conteúdo com um amigo (6%)
- Conteúdos com artistas e diretores famosos (6%)
- Produções brasileiras (6%)
Assinatura familiar compartilhada
Sendo a dupla custo x benefício um fator de extrema importância para os consumidores, a possibilidade de compartilhar as assinaturas foi uma alternativa, que permite economizar e proporcionar a mais espectadores usufruírem da mesma assinatura. Neste ponto, 35% informaram que possuem planos familiares com companheiros; 32% com os pais e irmãos; 32%, filhos/netos; 12%, parentes que moram em outra casa; 6% com amigos. 11% possuem assinaturas individuais e não compartilham com ninguém.
… mas e os canais premium?
Algumas plataformas de streaming disponibilizam canais adicionais, com acessos não incluídos na mensalidade convencional. Porém, os pagamentos extras para acessar os conteúdos exclusivos não agradam a 74% dos brasileiros. Estes consumidores são contra essa modalidade por considerarem que todo o conteúdo deve estar inserido na assinatura mensal. 13% são favoráveis ao modelo por acreditarem que o valor por mês continua mais baixo e, quem tiver interesse, assina o conteúdo extra. Os demais 13% dos consumidores são indiferentes e não pensaram a respeito dos conteúdos com cobrança adicional.
3 em cada 10 brasileiros não usa plataformas de streaming
Quase um terço da população, representada por 29%, não faz uso de plataformas de transmissões online de filmes e séries e os motivos são direcionados ao consumo por outros meios. Entre eles, 38% não têm costume de assistir TV, 19% acham o serviço muito caro; 13% preferem assistir YouTube e 12% dão preferência para canais de TV aberta; 12% admitem usar o login emprestado de alguém; 4% preferem baixar filmes/séries na internet e 5% apontam outros motivos.
“É interessante perceber que a TV a cabo tem parcela de mercado entre quem não consome conteúdos via streaming. 34% afirmam que pagam por serviços de TV a cabo e não vêem necessidade em mais uma assinatura e outros 14% que também já investem em canais de TV a cabo, não têm vontade de consumir catálogos online”, completa Ligia Mello.
Metodologia
A pesquisa “Streaming 2022” foi desenvolvida pela Hibou por abordagem digital com 1106 entrevistados, de todo o País, no período de 09 e 10 de abril de 2022. O resultado apresenta 2,9% de margem de erro.