Não a censura!
Após duras críticas à censura sofrida na Bienal do Livro do Rio de Janeiro pela prefeitura em nome do Prefeito Marcelo Crivella, diversas ações das empresas e em particular do Felipe Neto, estão distribuindo livros com temática LGBTQ+.
Por isso decidimos separar 5 momentos dos quadrinhos os quais a temática esteve bastante em alta e teve discussões sadias, sem preconceito.
V de Vingança
V de Vingança é a célebre história sobre fascismo e anarquia, escrita por Alan Moore e desenhada por David Lloyd. A história passa-se após uma guerra atômica e o partido vigente toma medidas fascistas, com diversas inspirações no livro 1984 de George Orwell.
V é um personagem que é subproduto desse sistema, e não tem seu gênero ou sexo mostrado durante a história. Tudo que sabemos é que V passou um tempo confinado, justamente na cela V, ou 5 em número romano.
Durante seu período confinado, V conheceu uma famosa atriz chamada Valerie Page, detida por ser lésbica. Através de uma carta, Valerie conta sua história em um trecho emocionante da história, desde a infância até os momentos terríveis.
Além de apresentar a dor de uma minoria durante um governo fascista, a sequência de Valerie tem grande importância para a trama, pois marca o momento em que Evey, personagem que acompanha V nos momentos atuais, entende os perigos da repressão e decide auxiliar V em seu ato de libertação.
O casamento de Estrela Polar
Um dos momentos mais icônicos dos quadrinhos, com certeza, foi quando uma capa de uma HQ dos X-men estampou um casamento homossexual, em 2012.
Estrela Polar, apresentado como integrante da Tropa Alfa, uma equipe mutante canadense, o herói foi concebido como homossexual desde o início de acordo com seu cocriador John Byrne, mas devido à pressão do Código dos Quadrinhos, só pode se assumir oficialmente na década de 1990, em uma história que debatia os tabus da AIDS.
Mulher Maravilha Bissexual
Não surpreende que Diana, e as Amazonas, fazendo parte da mitologia Grega, e sendo Deusas, seguiriam alguns preceitos da mitologia. Nascida e Themyscera, ilha totalmente habitada por mulheres, sua sexualidade, no entanto, nunca foi questionada ou abordada em qualquer quadrinho, antes de Mulher-Maravilha: Terra Um
O quadrinho aborda o assunto de diversas formas e em uma delas a heroína chama a amazona Mala de “minha amante”. Entretanto, a bissexualidade da personagem se tornou parte do cânone durante a fase do Renascimento da DC, em que a vida amorosa da heroína na Ilha Paraíso é tema de uma conversa entre outras guerreiras. Greg Rucka, roteirista responsável pela trama, afirmou que “ninguém na DC me disse ‘ela deve ser heterossexual’. Nunca".
Arlequina
A palhaça do crime, Arlequina, conhecida por ser a namorada do Coringa, libertou-se de suas amarras na HQ solo da personagem. Na HQ, a personagem, por mais que comece procurando caras, na verdade acaba se apaixonando pela Hera Venenosa.
The Pride
The Pride é uma série de quadrinhos pequena escrita por Joe Glass, e foi ilustrado por vários artistas ao longo do projeto. A história gira em torno de uma equipe de super-heróis LGBT composta por FabMan, Angel, Bear, Frost, Sapphire, Twink, White Trash, Wolf e Cub.
As seis primeiras edições foram publicadas em um período de quatro anos
- Edição 1 em novembro de 2011;
- Edição 2 em maio de 2013;
- Edição 3 em novembro de 2013;
- Edição 4 em novembro de 2014;
- Edição 5 em março de 2015;
- Edição 6 em novembro de 2015.
A antologia derivada The Pride Adventures até agora lançou cinco edições em março de 2013, abril de 2014, novembro de 2015, setembro de 2017 e setembro de 2018.
Por mais que os quadrinhos tenham tido momentos históricos da comunidade LGBT, infelizmente, na sociedade não. Mas cabe a nós não nos calarmos perante intolerâncias ou censuras.
Aproveitemos todas as formas de leitura disponíveis para que tenhamos uma sociedade mais digna, mais justa e sem preconceitos, sem censura como arma ideológica!