Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+, sendo um momento para celebrar essa comunidade e sua constante luta por direitos e contra a LGBTfobia.
Um dos modos de luta contra o preconceito é a representatividade em conteúdos midiáticos. A relação da mídia com a percepção cultural e social é de extrema importância, pois o contato com alguém diferente e com suas experiências proporciona a abrangência do entendimento de suas perspectivas do mesmo cotidiano. Logo, a utilidade da representatividade é o reconhecimento e a construção da aceitação de grupos que, em sua maioria, são marginalizados visto a história do desenvolvimento das sociedades e culturas.
Contudo, a representatividade não é apenas a aparição de alguém pertencente à minoria - nesse caso, pertencente à comunidade LGBTQIA+. Essa visibilidade pode ser feita corretamente ou apenas reforçar estereótipos já enraizados no cotidiano das pessoas.
Em jogos digitais não é diferente. Antes vistos como um produto de nicho, atualmente são reconhecidos como um mercado multibilionário, assim como a indústria derivativa deles. Logo, como qualquer produto com tamanho alcance, as pessoas procuram se identificar com o que consomem, o que afeta diretamente se há ou não esse consumo.
A adição de personagens LGBTQIA+ nas narrativas existe desde os primeiros jogos, como Moonmist publicada pela Infocom em 1986, em que uma das criminosas, das várias tramas aleatórias que compunham o jogo, era lésbica.
Porém, normalmente, personagens LGBTQIA+ são escolhidos para papéis de vilões o que, ao longo dos anos, reforçou o estereótipo de que pessoas LGBTQIA+ são ruins e criminosas.
Além de serem taxadas como criminosas, também podem ser utilizadas como alívio cômico por suas frases bem colocadas e ânimo inabalável como a personagem Serendipity em Dragon Age II e na DLC Mark of the Assassin.
O caminho de personagens pertencentes à comunidade LGBTQIA+ não se encontra findado, e a boa representatividade, a qual mostra os personagens como indivíduos com narrativas além de sua sexualidade ou identidade de gênero, é realizada através de perseverança.
Abaixo, seguem 10 jogos, os quais variam entre atuais e franquias queridas ao público, com personagens LGBTQIA+.
1.Tell Me Why
Em Tell me Why Tyler Ronan é um homem trans e um dos protagonistas do jogo episódico de aventura Tell Me Why, publicado em 2020 pela Dontnod Entertainment.
A história gira em torno do reecontro dos gêmeos Ronan em sua cidade natal, Delos Crossing, Alaska, para compreender a verdade por trás da morte da mãe. Os gêmeos lidarão com acontecimentos importantes da infância, principalmente Tyler, que fez a tansição para o gênero masculino nos anos que ficou sem contato com a irmã. O tópico é discutido durante todo o jogo, sendo abordado frequentemente nos eventos da infância, assim como o desdobramento das reações da mãe dos gêmeos em relação a isso.
Dontnod consultou a ONG estadunidense GLAAD, responsável pelo monirotamento contra difamação e perpetuação de estereótipos LGBTQIA+ em mídias, para garantir que a caracterização dos personagens fosse autêntica.
O jogo também disponibiliza a possibilidade de Tyler iniciar um relacionamento romântico com o amigo da irmã, Michael, o que demonstra sua bissexualidade.
2. Life is Strange
Lançado em 2015, Life is Strange é um jogo de aventura episódico, visto da perspectiva de Maxine "Max" Caulfield, lançado pela Dontnod Entertainment.
O desenvolvimento da história gira em torno do relacionamento de Max e Chloe Price, sendo que, dependendo das escolhas do jogador, as duas podem se tornar um par romântico.
Max possui várias chances de beijar seu amigo homem, Warren, apesar de sua sexualidade não ser diretamente constatada no jogo.
Chloe e Max são amigas de infância que se separaram após Max se mudar para Seattle, fato que pode ter ajudado na formação da amizade entre Chloe e Rachel Amber.
No primeiro jogo, Rachel está desaparecida, mas é mais explorada em Life is Strange: Before the Storm (2017), o qual é do ponto de vista de Chloe.
3. Franquia Mass Effect
Na aclamada franquia Mass Effect, lançada pela BioWare, o jogador assume o papel de Comandante Shepard, que pode ser gay, lésbica ou bissexual dependendo das preferências do jogador.
O primeiro jogo, Mass Effet (2007), acontece em 2183, em que as civilizações são ameaçadas por uma raça de máquinas denominada Reapers, que Shepard e seu time devem impedir. Nesse jogo, o par romântico é a Doutora Liara T'Soni, especialista na raça extinta, Protheans, designers da tecnologia original utilizada na atualidade. Liara pode ser uma opção romântica para o jogador indepentende do gênero escolhido, o que possibilita a leitura da personagem como bissexual.
Mass Effect 2 (2010) ocorre logo após os acontecimentos do primeiro jogo, em que Shepard morre e passa por ressucitação em um projeto denominado Projeto Lazarus. Dois anos depois, Shepard volta à vida e recebe a mensagem de que colônias humanas estão desaparecendo pela galáxia. O jogo oferece outras personagens como opções românticas como Kelly Chambers, psicóloga e membro do time da nave de Shepard, a primeira opção romântica humana.
Assim como Kelly, o jogo oferece Samara e sua filha Morinth, ambas da mesma raça que Liara T'Soni. Samara encontra com Shepard enquanto está em busca de Morinth para matá-la, pois Morinth se tornou uma serial killer por causa de uma mutação genética que a faz matar seus companheiros sexuais.
Todas as três personagens têm a possibilidade de se relacionarem com Comandante Shepard independente do gênero, sendo então lidas como bissexuais.
Em Mass Effect 3 (2012), a invasão do planeta Terra é inevitável e Shepard deve recuperar uma superarma Protheana para destruar os Repears. Nesse jogo, há a introdução de uma maior diversidade de sexualidades e restrições em relação ao gênero escolhido para Shepard.
O jogador é então introduzido à Samantha Traynor, especialista no sistema de comunicação da nave, possível par romântico caso o jogador escolha Shepard com o gênero feminino, pois Samantha é lésbica.
Kelly Chambers, Dr Liara T'Soni e Samara reaparecem na trama, sendo opções românticas ao jogador indepentende do gênero escolhido.
O personagem Steve Cortez é indicado à nave de Shepard, sendo responsável pela carga e manutenção das armas. Cortez é um possível par romântico caso Shepard seja do gênero masculino. Importante ressaltar que caso o jogador escolha ser par romântico de Steve, o arco girará em torno de ajudá-lo a superar a recente perda de seu marido.
Shepard também tem possibilidade romântica com a repórter Diana Allers, assim como com o sentinela Kaidan Alenko, o qual é membro da nave de Shepard no primeiro jogo, tornando-se opção romântica somente no terceiro jogo.
No quarto jogo da franquia, Mass Effect Andromeda, o enredo segue em paralelo ao dos jogos anteriores, na galáxia de Andrômeda. O jogador controla a personaagem Pathfinder Ryder, podendo escolher entre gêmeos, um homem e uma mulher.
Assim como os jogos anteriores, a maior parte das opções românticas são personagens bissexuais, como Pelessaria "Peebee" B'Sayle, que se junta ao time de Pathfinder para explorar a galáxia, Vetra Nyx, responsável pela diplomacia entre foras da lei e oficiais, Reyes Vidal, contrabandista de informação, e Jaal Ama Darav, membro da resistência contra a espécie invasora kett.
Como opções românticas restritas, o jogo oferece a oficial Suvi Anwar caso Pathfinder seja mulher e o engenheiro Gil Brodie, caso Pathfinder seja homem.
Além dos pares românticos, Mass Effect Andromeda apresentou a personagem trans Hainly Abram, que lidera o time de pesquisas científicas.
Houve controvérsia com essa personagem, pois em seu lançamento, Hainly informa prontamente ser uma mulher trans, informando seu nome de nascimento ao jogador. A brusquidão com a qual a informação é passada foi recebido com críticas pelos fãs e a BioWare publicou um patch que modificou essa conversa, fazendo com que essas informações só fossem passadas a Pathfinder após desenvolver uma amizade com Hainly.
4. Franquia Dragon Age
A franquia Dragon Age tem seu início em 2009, sendo desenvolvida por várias empresas como BioWare e publicada por Eletronic Arts. A história do primeiro jogo, Dragon Age: Origins, gira em torno da salvação do reino de Ferelden por um grupo de guerreiros denominados Grey Wardens. Ferelden está sob ataque de uma raça monstruosa chamada de Darkspawns, os quais procuram acordar um dragão chamado Archdemon, causando a destruição; o Blight.
As opções românticas em Dragon Age: Origins são os membros da equipe de Warden. O elfo Zevran Aranai e a humana Leliana são opções românticas independentes do gênero do personagem escolhido pelo jogador, sendo lidos como bissexuais.
Além de Zevran e Leliana, o jogador tem a opção de encontros sexuais com NPCs do mesmo gênero.
O jogo demonstra NPCs pertencentes à comunidade LGBTQIA+ como Wade e Herren, um casal de gays que possuem uma armoraria, e a anã Hespith que admite ser amante de Branka, ex-mulher de Oghren, um Warden.
Em Dragon Age II (2011), o personagem principal é Hawke, refugiado do Blight e, eventualmente, torna-se o Campeão da cidade de Kirkwall. O jogador pode mudar o gênero de Hawke para homem ou mulher, permitindo que seja gay, lésbica ou bisexual.
Entre as opções românticas estão Anders, um mago humano que Hawke conhece ao visitar sua clínica para refugiados, Fenris, um elfo escravo livre que não permite contato físico por causa da dor de suas marcas corporais, Isabella, a capitã de um navio piratada chamado Siren's Call, e Merrill, uma maga elfa.
Além dos pares românticos, Hawke pode se envolver sexualmente com prostitutas de vários gêneros, assim como Serendipity, uma prostituta criada pelo escritor Mary Kirby para ser um homem que faz crossdresser, mas findou por ser lida como uma mulher trans pelos fãs.
As críticas de como Serendipity foi tratada no enredo, proporcionou o melhor retrato de personagens trans no jogo conseguinte.
Os eventos do terceiro jogo Dragon Age: Inquisition (2014) acontecem uma década após os acontecimento do primeiro jogo, centrado na organização chamada de Inquisição, que procura reaver a paz na cidade de Thedas.
Caso o jogador escolha o gênero do Inquisidor como mulher, a opção de par romântico é Sera, uma elfa arqueira que é lésbica. Caso o jogador não tenha interessa em Sera, a mesma se relacionará com uma anã de nome Dagna, as quais se casam na DLC Tresspasser (2015).
Caso o jogador escolha o gênero do Inquisidor como homem, a principal opção romântica é Dorian Pavus, um mago gay que trará a tona o triste passado de não ser aceito por sua família.
Além de Sera e Dorian, o Inquisidor tem duas opções as quais seu gênero não importa: Josephine Montiliyet, a chefe diplomata da Inquisição, e o primeiro personagen canonicamente pansexual dessa lista dos jogos, Iron Bull, um mercenário da raça qunari.
Caso o jogador não entre em um relacionamento com Iron Bull e Dorian, os dois podem escolher ficar juntos.
Um personagem que não é opção romântica é Cremisius "Krem" Aclassi, um homem trans membro do time de mercenários de Iron Bull. A criação de Krem e a maneira como sua identidade de gênero são tratados durante o jogo podem ser traçados às críticas que Serendipity recebeu em Dragon Age II.
Outros personagens importantes para a trama são Leliana, que retorna ao jogo como NPC, e a Imperatriz Celene de Orlais e Briala, sua espiã. A tentativa de assassinato da Imperatriz é um ponto crítico importante no jogo e o Inquisidor pode escolher facilitar a reconciliação das duas personagens.
Além dos jogos principais, Dragon Age conta com inúmeros DLCs e visual novels.
5. The Witcher 3: Wild Hunt
Cirilla Fiona Elen Riannon, mais conhecida como Ciri, no jogo The Witcher 3: Wild Hunt (2015), em que se torna um personagem jogável, é perguntada se sente algo em relação a Skjall, NPC que cuida dela e a ajuda a escapar da Wild Hunt. O jogador pode escolher responder que prefere mulheres ou não.
Nos livros em que os jogos são baseados, em um momento da trama, Ciri tem um relacionamento com uma personagem feminina chamada Mistle.
6. Overwatch
Alguns meses após o lançamento de Overwatch (2016), a garota poster do jogo, Tracer, foi confirmada lésbica no quadrinho comemorativo de natal, Reflections. Nesse quadrinho, os fãs conheceram a namorada de Tracer, Emily.
Três anos após o lançamento do jogo, Soldado 76 seria então confirmado como o segundo personagem gay de Overwatch. A notícia teve uma recepção controvérsia: apesar dos fãs estarem felizes com um dos personagens mais famosos do jogo ser confirmado gay, a Blizzard ficou sobre os holofotes por deixar a desejar com a história do universo do jogo.
No conto Bastet, Ana Amari e Jack Morrison se reencontram no Cairo e Ana tem uma foto de S76 mais jovem, com um rapaz de cabelos pretos chamado Vincent que foi confirmado como sendo o namorado de juventude de S76.
7. Franquia Borderlands
Borderlands 1 foi lançado em 2009 pela 2K Games e desenvolvida pela Gearbox Software. Revolucionária no gênero FPS, trouxe consigo personagens memoráveis que são canonicamente pertencentes à comunidade LGBTQIA+.
O jogo não permite que o jogador tenha pares românticos, porém deixa claro a sexualidade de vários de seus personagens importantes ao enredo.
Mad Moxxi é uma personagem conhecida por suas falas com duplo sentido e maquiagem de palhaço. É dona de diversos bares espalhados por Pandora, o planeta em que três jogos da franquia se passam, assim como em Concordia, uma cidade na lua Elpis, em Borderlands: The Pre-Sequel.
Em diversos momentos, principalmente quando o jogador escolhe fazer missões paralelas à missão principal, Moxxi menciona vários de seus ex-amantes, os quais variam de gênero.
Os fãs conheceram Tiny Tina em Borderlands 2 (2012), quando ela ajuda com os planos para atrapalhar as tentativas de Handsome Jack de destruir Pandora. Tina menciona ter interesse por Maya, uma das personagens que o jogador pode escolher.
Em Borderlands 3 (2019), Tina está com 20 anos e em uma das missões, o jogador deve recuperar um presente de namorados da ex-namorada de Tina.
Axton é um dos seis personagens que o jogador pode escolher como jogável em Borderlands 2. Sua bissexualidade é confirmada na DLC Tiny Tina's Assault on Dragon Keep (2013), em que Axton diz que gastará o dinheiro do prêmio da campanha com mulheres e homens.
Em Borderlands 2 e 3, temos o personagem Sir Hammerlock. Em Borderlands 2, o jogador pode completar uma missão paralela que envolve econtrar mensagens de áudio do ex-namorado de Hammerlock sobre expedições que ele havia feito.
Em Borderlands 3 (2019), Sir Hammerlock está em um relacionamento com Wainwright Jakobs, dono da indústria bélica homônima. O DLC Guns, Love, and Tentacles é sobre os eventos envolvendo o casamento dos dois.
Em Borderlands 3, também é introduzida a personagem jogável FL4K, que prefere pronomes neutros e possui um bóton em sua jaqueta com os números 01 riscados e as cores roxa, amarela, branca e preta, indicando ser de identidade não-binária.
Em Borderlands: The Pre-Sequel (2014), um dos seis personagens que o jogador pode escolhar é Athena, que teve sua primeira aparição em um DLC de Borderlands 1, The Secret Armory of General Knoxx. Contudo, sua sexualidade somente é confirmada em 2014, em que a NPC Janey Springs faz contantes avanços românticos à Athena.
Nos créditos finais, é confirmado que as duas ficam juntas e se mudam para Pandora, assim como em Tales From the Borderlands, lançado no mesmo ano, em que elas estão planejando para seu casamento.
8. Mortal Kombat X e 11
Desde seu lançamento em 1992, Mortal Kombat é um dos mais populares jogos de luta do mercado. Apesar de não haver muitas dicas ao longo dos jogos, além de um pouco de flerte em Mortal Kombat X, MK11 traz Mileena e Tanya como um casal.
Mileena, sendo um clone de Kitana com genes de Tarkatan - responsável pela aparência de sua boca - tornou-se uma antagonista ao longo da série, com sua primeira aparição em Mortal Kombat 2 (1993). Seu percurso na história tem sido motivado por conquistas e, recentemente, por levar à frente o legado de Shao Khan, porém, em MK11 Mileena demonstra querer algo à mais, como afeto e uma família.
Nas cenas finais, Mileena aparece segurando uma criança, sua herdeira, e Tanya a abraçando carinhosamente.
O personagem Kung Lin faz sua primeira aparição em Mortal Kombat X como primo de Kung Lao. Kung Jin se torna um excepcional arqueiro e ladrão, não se juntando aos Monges Shaolin como seu primo fez.
Após uma batalha com Raiden, que o mesmo sugere a Jin deixar a vida de ladrão para se juntar aos monges, Jin revela ter medo de não ser aceito em seu clã por ser gay. Contudo, os Deuses Ancestrais - criadores do Mortal Kombat - o garantem que a academia dos monges, a Wu Shi Academy, se preocupa com o que está no coração das pessoas.
9. Franquia Drakengard
A franquia Drakengard traz jogos favoritos da crítica como Nier e Nier:Automata.
Em Nier, o personagem principal está em uma busca pela cura da doença terminal de sua irmã, Yonah, quando encontra com Kainé, uma espadachim, e um garoto vendado, Emil, que possui o poder de petrificar qualquer pessoa que olhar em seus olhos.
Yonah é sequestrada pelo antagonista, Shadowlord, e o trio parte a seu resgate. Após cinco anos, a missão finda com Shadowlord sendo derrotado e Yonah sendo devolvida ao protagonista. Ao longo da história, Emil permite que se entenda ter interesse no protagonista, Nier.
Caso o jogador, jogue novamente, a história começa após esses cinco anos e Kainé compartilha seu passado, assim como o fato de ser intersexo.
Pessoas intersexo são pessoas que possuem características sexuais que não correspondem aos padrões de sexo feminino ou sexo masculino, as quais foram desenvolvidas naturalmente, seja desde o nascimento ou que desenvolverem na puberdade. Características sexuais estas como genitais atípicos, cromossomos que não correspondem ao sexo (pessoas com vagina e cromossosmos XY), assim como características sexuais secundárias, por exemplo o crescimento de mamas.
A inclusão de Kainé como intersexo e sua identificação com o gênero feminino reforça a diferença entre sexo e identidade de gênero.
É importante ressaltar que Kainé é a primeira personagem intersexo em jogos eletrônicos, o que a torna extremamente importante para o tópico.
A operadora 6O é uma androide feminina de comunicação que fica permanentemente no Bunker, o centro operacional da força militar de androides em Nier: Automata. 6O confessa ter sentimentos por outra androide, mas é rejeitada.
Há também outras duas androides femininas, 16D e sua mentora 11B, sendo revelado por 16D que as duas tinham um relacionamento antes de 11B tentar escapar.
10. Franquia Street Fighter
Poison de Final Fight e Street Fighter é considerada como uma das primeiras personagens transgênero em jogos eletrônicos.
Poison foi introduzida como uma antagosnita em Final Fight, ao lado de Roxy, ambas mulheres cisgênero. Porém, com o lançamento do jogo fora do Japão, Capcom mudou o gênero de Poison para homem, pois não queriam debates em relação à violência contra a mulher.
Após esse lançamento, Capcom censurou as duas personagens nas publicações ocidentais, as substituindo com Billy e Sid em 1991 para o console SNES.
Capcom continuaria a colocar e retirar Poison de seus jogos durante duas décadas, sendo cisgênero em Final Fight Revenge, mas sendo mencionada como transgênero em Capcom Classics Collection. O designer de Final Fight, Akira Nishitani, informou que depende do jogador, enquanto o produtor de Street Fighter IV, Yoshinori Ono, constata que Poison é uma mulher trans pós cirurgia afirmativa de gênero nos jogos ocidentais, mas nos jogos lançados no Japão, ela ainda não passou por essas cirurgias.
Apesar da controvérsia, muitos fãs novos e antigos consideram Poison como uma mulher trans, e a aceitabilidade da personagem é extraordinária, sendo uma das "caras" mais conhecidas de todo o elenco.
É importante notar que os personagens aqui apresentados possuem mais do que somente sua sexualidade ou identidade de gênero, tornando-os multidimensionais e com personalidade.
Ainda há um enorme caminho a ser trilhado para a representação de pessoas LGBTQIA+, mas podemos notar o progresso que mídias interativas têm conseguido, demonstrando que há espaço para a diversidade.1-