William Gibson, pai do Cyberpunk completa 71 anos; conheça um pouco desse universo e suas obras
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Aos amantes da cultura pop que virou um marco na década de 80, e consolidada nas décadas atuais, o Cyberpunk está absolutamente presente na nossa vida. Filmes e animes consagrados como Blade Runner, Ghost in the Shell, Matrix, serão sempre relembrados como obras clássicas que beberam dessa cultura punk.
Alta tecnologia e baixa qualidade de vida
O Cyberpunk mescla ciência avançada, tais como as tecnologias de informação e a cibernética junto com algum grau de desintegração ou mudança radical no sistema civil vigente. O termo foi criado em 1980, pelo escritor Bruce Bethke, para o seu conto "Cyberpunk", que foi publicado em novembro de 1983 pela Amazing Science Fiction Stories.
"Os personagens do cyberpunk clássico são seres marginalizados, distanciados, solitários, que vivem à margem da sociedade, geralmente em futuros distópicos onde a vida diária é impactada pela rápida mudança tecnológica, uma atmosfera de informação computadorizada ambígua e a modificação invasiva do corpo humano." Lawrence Person
William Gibson também arriscou uma definição, em seu livro Neuromancer, o indivíduo cyberpunk é uma espécie de "pichador virtual" que se utiliza de seu conhecimento acima da média dos usuários para realizar protestos contra a sistemática vigente das grandes corporações, sob a forma de vandalismo com cunho depreciativo, a fim de infligir-lhes prejuízos sem, contudo, auferir qualquer ganho pessoal com tais atos.
O termo "Cyberpunk" também significa uma subcultura que é focada na Cybercultura e se destaca pela preferencia por música psicodélica e de gêneros de fusão entre punk rock e música eletrônica e por adereços de moda futuristas.
Philip K Dicks e os primórdios
Na época de Dicks, o Cyberpunk não estava tão concentrado assim na sociedade, mas Dicks foi crucial para criar a nossa noção do mundo da cultura científica. Sua obra mais famosa, de longe, é Androides sonham com ovelhas elétricas, que deu origem a um dos filmes mais aclamados da cultura Cyberpunk, que, junto com Neuromancer, estabelceu as bases da estética que o Cyberpunk assumiu nos tempos de hoje.
Blade Runner bebe da essência do livro, que é um policial que é responsável por resolver casos de androides que se parecem demais com seres humanos, e rebelaram-se. O filme ganhou continuidade 2017.
A estética Noir para o Cyberpunk
Nada se cria, tudo se transforma. Se na natureza é assim, nas artes não seria diferente. O Cyberpunk e sua estética não saíram do zero, a ideia de um policial não tão moralmente justo, não é uma ideia nova que veio com Dicks. Essa ideia já vem de filmes noir da década de 30, que valorizavam um estilo estético mais escuro, sempre com as famosas femme fatales, que são mulheres extremamente bem decididas, e que sempre se viram sozinhas, geralmente são perigosas.
Não é a toa que Blade Runner pegou esse estilo e o levou ao futuro.
Não estamos aqui para falar de Blade Runner, porém não podemos falar de Cyberpunk e Cybercultura sem citá-lo, antes de irmos para a cereja do bolo, que é a Trilogia do Sprawl, criada por William Gibson
Neuromancer e a Trilogia do Sprawl
Passado após uma terceira guerra mundial, o mundo mergulhou em uma era cibernética de muita tecnologia, porém com uma qualidade de vida extremamente baixa.
Neuromancer conta a história de Case, um ex-hacker (cowboy, como são chamados no livro) que foi impossibilitado de exercer sua profissão, graças a um erro que cometeu ao tentar roubar seus patrões. Eles então envenenaram Case com uma micotoxina, que danificou seu sistema neural e o impossibilitou de se conectar à Matrix, uma rede de altas informações e dados. Mergulhar na Matrix significa se conectar diretamente a toda a rede de dados que o sistema oferece. Antes deixaram uma quantia de dinheiro com ele, pois "iria precisar dele".
Case então procura as clínicas clandestinas de medicina de Chiba City, onde gasta todo seu dinheiro com exames, sem conseguir encontrar uma cura. Drogado, sem dinheiro, desempregado, Molly o encontra com uma proposta de cura para seus males.
Neuromancer tem uma estética, mesmo que para livros, que consolidou, por si só, um dos livros mais importantes na cultura pop sobre o tema. Vale a pena dar uma conferida