Vingadores - Ultimato: Depois de polêmica, ministro assina cota para filmes nacionais
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Legislação que regimenta redes de cinema havia sido extinta em 2017.
O Ministro da Cidadania, Osmar Terra, responsável pela Secretaria Especial da Cultura, assinou na última segunda, (6), um documento que aprova a cota de telas. Isso significa que cinemas brasileiros devem exibir uma porcentagem de produções nacionais anualmente.
A medida foi decretada logo após uma discussão que teve como foco o filme Vingadores: Ultimato, que ocupou mais de 80% das salas de cinema do Brasil em sua semana de estreia. As discussões abordavam sobre monopólios e práticas predatórias no mercado cinematográfico.
Em resposta à Folha de S. Paulo, a assessoria do ministério confirmou a assinatura do decreto, mas não informou a quantos dias cada cinema será obrigado a exibir longas nacionais, nem a quantidade de salas que cada filme deve ser disponibilizado. A regra, no entanto, deve ser publicada no Diário Oficial da União ainda esta semana com detalhes relacionados aos valores. Após a publicação, o documento ainda precisa seguir para aprovação na Casa Civil e, só depois, ser encaminhado para o presidente assinar.
Durante 16 anos, o Brasil teve uma cota de telas vigente que estabelecia multa de 5% sobre a renda média diária da sala para cada dia que a rede descumprisse a estipulação das cotas. O decreto regulamentado em 2001, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, deixou de ser publicado em 2017, durante a gestão de Michel Temer — fazendo com que não houvessem limitações para exibições de filmes em 2018 e 2019.
A falta de regulamentação no setor fez com que Vingadores: Ultimato ocupasse mais de 80% das salas — retirando o nacional De Pernas Pro Ar 3 de diversos cinemas, mesmo que o longa antes estivesse rendendo bons frutos a sua distribuidora.
A controvérsia fez com que a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) convocasse uma reunião na última sexta (3) para tratar do tema. O encontro, porém, não foi nada amigável e terminou em um enorme discussão entre a cúpula do órgão e o produtor Luiz Carlos Barreto.