Análise: The Last of Us Part 1 é perfeito, mas era necessário?
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The Last of Us Part 1 é um game que, por si só, já carrega uma carga emocional muito grande. Quando saiu em 2013, pegou muitos de surpresa, especialmente por ser um game de uma empresa como a Naughty Dog que era mestre em fazer jogos de aventura e já tinha, à época uma série bem consolidada como Uncharted.
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Na época, a nova propriedade intelectual (IP) saiu das aventuras, tiroteios e escaladas, para embarcar em um mundo menos frenético e, há quem discorde, de um leve terror. The Last of Us pegou muitos de calças curtas, porque a história não era só bem construída, ela fazia com que a gente sentisse empatia pelos personagens ali retratados.
Hoje, pleno 2022, depois de The Last of Us Part 2 já ter sido lançado em 2020, a dúvida que fica é: vale a pena revisitar o passado? Mas note bem que esse "revisitar o passado" implica em ter que comprar novamente um jogo que já tem disponível sua versão remasterizada no catálogo da PS Plus Deluxe.
Sendo assim, a dúvida vai além de revisitar o passado, porque, claro, The Last of Us é um dos jogos mais memoráveis da geração do PlayStation 3.
A história de The Last of Us Part 1
Igual ao game de 2013, o remake não destoa da ideia original. Ele se passa em 2033, 10 anos após a pandemia de um fungo que devastou a humanidade, transformando os seres humanos em monstros conhecidos como "infectados" — embora similar, o game evita usar o conceito de "zumbi".
O game foca exclusivamente na história de Joel, um homem de meia idade e amargurado com a vida, já que ele viu sua filha ser brutalmente assassinada pela crueldade humana. Sua vida muda completamente quando, ao tentar recuperar um carregamento de armas, ele se vê em uma quest para fazer uma entrega de uma mercadoria completamente inusitada: uma garota de 14 anos, chamada Ellie.
Sem saber quem ela era de verdade, ele e sua colega aceitam a missão, porém tudo dá errado e eles descobrem que Ellie é imune ao fungo parasita. O objetivo deles, então, é levá-la a uma organização de resistência chamada Vaga-Lumes. Assim, eles cruzam um Estados Unidos completamente devastado pelo fungo e pela loucura humana.
O que nem Joel nem Ellie sabiam, é que essa empreitada iria estreitar ao máximo as relações entre eles.
Tudo foi refeito do zero
Uma coisa que não se pode negar é que realmente tudo é nitidamente feito do zero. Não apenas as cenas interativas, não apenas o gameplay, mas tudo. Completamente tudo foi refeito usando a engine e as tecnologias de The Last of Us Part 2.
Isso é bom, porque deixa o jogo com um visual mais bonito e com mais cara de "nova geração". Assim, é possível ver que os rostos assumiram uma forma ainda mais realista, as animações faciais estão mais articuladas e as animações corporais parecem mais fluidas durante o gameplay.
Os ambientes foram refeitos em sua integralidade: ou seja, eles estão mais bonitos, mais bem preenchidos, com novos materiais, melhor iluminação, porém não há mudança de mecânicas ou level design. Isso significa que, diferentemente de The Last of Us Part 2, nem Joel e nem Ellie podem se arrastar ou pular, exceto quando isso faz parte da história. Outra coisa: os inimigos também não possuem cachorros, então fique tranquilo.
Novidades gráficas e técnicas
Outra melhoria a ser enaltecida no remake são nas partes gráficas e técnicas. Ao iniciar o jogo, você pode escolher a qualidade gráfica, com resolução 4k nativa e 40 FPS ou o modo desempenho, com 4k escalonado e 60 quadros.
Além do VRR, que mantém a experiência mais equilibrada, o game também oferece permite o uso do HDR, caso sua TV tenha suporte para a tecnologia.
No entanto, o maior destaque vem para o bom uso dos recursos do DualSense. Definitivamente, um dos pontos mais interessantes do console são as respostas hápticas do seu controle. E, claro, se tratando de um exclusivo, o game não deixaria de usar e abusar deles.
É possível sentir a resposta sensorial no uso de armas, disparo de flechas ou se curar, por exemplo. Porém, a parte sensorial vai além disso: é possível sentir a chuva caindo ou até mesmo quando Joel acaricia o cavalo.
Outro ponto legal e que é bem explorado é o áudio 3D, que consegue simular a posição sonora dos inimigos que estão distantes. O único porém, é que isso talvez faça com que áudios in game fiquem mais baixos do que os das cutscenes, mas nada que estrague a experiência, é apenas uma questão de mixagem.
Ausência do modo multiplayer
Uma das coisas que pecou contra o remake é justamente a remoção do multiplayer de Facções, que foi lançado na versão original do game. Ou seja, só existe a campanha para um único jogador.
Pode ser ou pode não ser que o novo multiplayer que a Naughty Dog está produzindo seja uma expansão desse modo ou que, de alguma forma, tenha alguma relação com o título.
Ainda é cedo para dizer. Porém, como o jogo será lançado para PC no futuro, caso esse projeto de multiplayer seja realmente do mundo de TLOU, podemos esperar, talvez, uma integração entre ambos os modos.
E o pai da Abby?
Uma coisa que, em The Last of Us Part 2 parecia não fazer sentido, era o pai da Abby, a filha do cirurgião morto por Joel, não ter qualquer semelhança com o que foi mostrado no primeiro game.
Para os curiosos de plantão, fiquem tranquilos: a roupa do cirurgião, que antes era verde, agora é azul, para manter a consistência da continuação.
Mudanças também em Left Behind
A expansão do game, que conta a história de como Ellie foi mordida e descobriu a sua imunidade também foi refeita do zero e, assim como na versão remasterizada, segue separada da campanha principal.
Quanto à DLC não há muitas mudanças, tirando o fato de que as fotos tiradas na cabine podem ser publicadas também nas redes sociais.
The Last of Us Part 1 vale a pena?
Dar um veredito para The Last of Us Part 1 é uma tarefa completamente difícil.
Embora o game seja maravilhoso, esteja em sua melhor forma (com gráficos aprimorados para a nova geração), além de ter um dos melhores desenvolvimentos de personagens que eu já vi, é impossível negar que o preço não tenha papel decisivo na sua escolha.
"Ah, poxa vida, o dinheiro é meu, e eu faço com ele o que eu quiser". Tudo bem, comprar ou não comprar fica a critério única e exclusivamente do consumidor, e disso eu não discordo.
Porém, há de se colocar na balança se o preço cheio vale mais a pena do que assinar a PS Plus Deluxe por um preço bem mais aquém e jogar a versão remasterizada que está disponível no catálogo.
"Mas eu tenho PCD". O simples fato do remake ter uma preocupação com isso já é motivo de vitória para uma comunidade que, por muito tempo, esteve excluída das jogatinas. The Last of Us Part 1 tem bastante potencial de receber prêmios no The Game Awards em categorias que avaliam a acessibilidade de um jogo.
Ainda assim, a acessibilidade merecia ser refletida também no preço. Desta maneira, fica parecendo que PCDs precisariam pagar mais caro para terem acesso aos recursos de acessibilidade. Colocando nesses termos, fica parecendo algo completamente antagônico e contraditório.
The Last of Us Part 1 é perfeito, mas era mesmo necessário?
Não se engane, The Last of Us Part 1 está mais lindo do que nunca — talvez, um dos melhores gráficos que já pintaram no PS5 até hoje —, sua IA está completamente aprimorada e os recursos de acessibilidade são alguns dos mais inclusivos que eu já vi na indústria. Ou seja, o remake é a melhor versão do jogo.
Entretanto, aí vai uma dica para aqueles que ainda estão receosos, que nunca jogaram o game antes e que possuem o PS4 ainda: vale a pena assinar o plano Deluxe para jogar a versão remasterizada do game também. Fato é: não deixe de jogá-lo, seja de qual maneira for, seja o remake, seja a versão remasterizada!
A análise de The Last of Us Part 1 foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela Sony.