Setembro Amarelo: Evite influência negativa de filmes sobre suicídio
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Às vezes um filme ou série não trata do tema de forma correta.
Doenças mentais são temas complexos e merecem uma atenção maior da população. Encerrando o setembro amarelo, a reflexão que fica é que essa preocupação deve ser feita o ano todo, e não apenas em setembro. O que acontece é que, infelizmente, a cultura do entretenimento aborda de formas não realistas, e acaba despertando gatilhos nas pessoas, fazendo abordagens irresponsáveis.
Títulos como 13 Reasons Why que, por mais que tenha sido lançada em 2017, ainda desperta diversos debates sobre o assuntos. A série foi um dos maiores exemplos como essa abordagem pode ser problemática, sendo assistida por diversos especialistas de saúde mental, que apontaram alguns aspectos de que a série faz diversas abordagens um tanto quanto irresponsáveis.
Pensando nesse aspecto, a redação do NerdWeek julgou que, no fim do mês, fizéssemos um post apontando algumas práticas para que pessoas que possam ter algum tipo de gatilho emocional, saiba como a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que o suicídio seja veiculado por jornais e mídias especializadas de notícias.
Com esse guia, é possível trazer para a realidade de filmes e séries, para saber se suas abordagens estão condizentes ou não com a temática.
Manual de Prevenção do Suicídio para Profissionais da Mídia da OMS
Segundo informações do Manual de Prevenção do Suicídio para Profissionais da Mídia (do Departamento de Saúde Mental, e feito em Genebra no ano de 2000) há duas listas gerais sobre o que fazer e o que não fazer ao tratar da questão em quaisquer veículos midiáticos (e isso inclui as manifestações culturais, naturalmente):
O que NÃO fazer:
Não publicar fotografias do falecido ou cartas suicidas;
- Não informar detalhes específicos do método utilizado;
- Não fornecer explicações simplistas;
- Não glorificar o suicídio ou fazer sensacionalismo sobre o caso;
- Não usar estereótipos religiosos ou culturais;
- Não atribuir culpas.
O que fazer:
- Trabalhar em conjunto com autoridades de saúde na apresentação dos fatos;
- Referir-se ao suicídio como suicídio “consumado”, não como suicídio “bem-sucedido”;
- Apresentar somente dados relevantes, em páginas internas de veículos impressos;
- Destacar as alternativas ao suicídio;
- Fornecer informações sobre números de telefones e endereços de grupos de apoio e serviços onde se possa obter ajuda;
- Mostrar indicadores de risco e sinais de alerta sobre comportamento suicida.
Trazendo esses aspectos a cultura do entretenimento, é possível perceber se filmes ou séries seguem um pouco dessa linha. Às vezes é importante desconfiar se o conteúdo aborda diretamente como o fato foi consumado, como foi feito na série 13 Reasons Why.
Setembro amarelo - Há sempre esperança
A família deve agir e estar sempre presente na vida dos jovens, que são mais suscetíveis a doenças mentais. Uma pessoa com ansiedade e/ou depressão pode ter gatilhos (traumas) ativados com cenas explícitas de suicídio, por exemplo, fazendo com que requeira mais atenção de familiares e amigos.
Se um filme, ou série, romantiza o suicídio, ou se transformar a pessoa falecida em herói, ou até mesmo se fornecer aos espectadores detalhes sobre o método letal, tudo isso pode, sim, levar pessoas mais vulneráveis a consumação do ato. E estudos abordam diretamente a relação deste fato.
Se você conhece alguém que sofra de depressão, o recomendável seria que assistisse a filmes que englobem o tema, para, somente depois, avaliar se a pessoa realmente pode (ou deve) assisti-los. Como o assunto deve ser tratado com delicadeza e às vezes exitem divergências de um quadro depressivo a outro, a forma como o portador dessa doença se comportará diante de determinados materiais é, de certa maneira, subjetiva.
Não devemos subestimar a capacidade que um material tem de despertar maus sentimentos nas pessoas. Devemos estar sempre atentos ao conteúdo que estamos consumindo, e se ele realmente pode trazer benefícios ou malefícios sobre o tema.
Segundo a OMS, existe prevenção do suicídio em mais de 90% dos casos. Porém, para que isso aconteça, é necessário que haja a conscientização da população através de campanhas, e a maior delas, chega ao fim deste mês de setembro, chamada Setembro Amarelo. Porém, como já dito, esta luta não se dá apenas em um mês, mas o ano inteiro! Confira abaixo algumas informações extras para quem tiver mais curiosidades a respeito do assunto e quer se inteirar em lugares confiáveis.
Há esperança! #SetembroAmarelo
- Prevenção do Suicídio – Ministério da Saúde;
- Centro de Valorização da Vida (CVV);
- Prevenção do Suicídio – Um Recurso para Conselheiros (OMS).
Confira nosso podcast sobre censura, que falamos um pouco sobre Setembro Amarelo!