Crítica| Rua do Medo:1994- Parte 1: Uma bela homenagem aos Slasher e aos anos 90
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Primeira parte da trilogia inspirada nos livros de R.L Stine, estreou na Netflix na última sexta-feira (02). Uma bela mistura de Slasher, Clube do Terror e uma pitada de Halloween, nos transporta para os anos 90 com sua trilha sonora e personagens cativantes.
Rua do Medo:1994 Parte 1 nos leva à pequena cidade de Shadyside, famosa pelos massacres que ali ocorreram ao longo da história. Segundo a lenda local, a cidade está amaldiçoada por uma bruxa, e é ali, na nada pacata "cidade do homicídio" que ocorre uma nova onda de assassinatos brutais.
O filme conta a história de um grupo de adolescentes formado por Deena (Kiana Madeira), seu irmão Josh (Benjamin Flores), sua amiga a líder de torcida Kate (Julia Rehwald), o excêntrico Simon (Fred Hechinger) e Sam (Olivia Welch).
O filme já começa com cenas clássicas de perseguição entre a vítima e um assassino mascarado, além da referência aos clássicos slashers, a fotografia da primeira cena já mostra aos espectadores, que a cidade de Shadyside é um lugar sombrio e sem luz, onde coisas ruins acontecem com pessoas boas.
O primeiro ato serve praticamente para apresentar um pouco de cada um dos personagens principais e acaba se estendendo um pouco mais do que o necessário. Os problemas de Deena, sofrendo pela separação com Sam que se mudou para a cidade vizinha Sunnyside, a versão iluminada e bem-sucedida de Shadyside, além de ir tocando a vida no lar disfuncional junto ao seu irmão Josh, típico nerd dos anos 90, passando dias e noites no computador frequentando grupos de discussão teorizando sobre as bizarras séries de assassinatos ao longo da história de Shadyside.
Somente ao final do primeiro ato, é que a história começa a engatar, após um evento em homenagem à primeira vítima Heather, no qual estavam os estudantes de ambas cidades, Sunnyside e Shadyside. No retorno à Shadyside, o ônibus escolar de Deena e Kate é perseguido por adolescentes de Sunnyside, quando, em um ato que saiu do controle, o carro com os adolescentes sofre um acidente, desencadeando o despertar da Bruxa, o que leva a uma série de novos assassinatos.
O acidente ocorrido é o ponto de partida do filme, uma vez que a partir dele é que os eventos realmente começam a acontecer, levando o grupo de amigos a uma batalha de vida e morte, utilizando de artimanhas e conhecimentos sobre os fatos ocorridos nas últimas décadas, para deter os assassinos.
Se você veio em busca de um filme com jump scare, veio ao lugar errado. Sob a direção de Leigh Janiak, o filme recorre às cenas de perseguição e personagens correndo de vilões mascarados e armados com facas, machados ou navalhas. Além do sangue, muito sangue, sua proposta é a de mostrar assassinos em série perseguindo suas vítimas de forma implacável, ao melhor estilo Jason Voorhess.
Apesar de criar uma atmosfera de frenesi e urgência dos personagens para sobreviver e descobrir como se livrar dos seus algozes implacáveis, ele intercala com momentos de calmaria, para desenvolver o background do grupo de adolescentes.
As cenas de assassinatos vão dos clássicos esfaqueamentos, até cabeças trituradas e machados cravados na cabeça. Os cenários do filme são um espetáculo à parte, corredores quase labirínticos e portas trancadas, além da paleta de cores que vão do azul, rosa e vermelho.
A trilha sonora é outra preciosidade da primeira parte da trilogia, músicas icônicas da década de 1990, como "Only Happy When it Rains" do Garbage, "Fear of The Dark" do Iron Maiden e "Creep" do Radiorhead, completam a ambientação nostálgica daqueles que, assim como eu, vivenciaram plenamente a década de 90 e ouvia essas músicas à exaustão na rádio, MTV e no Walkman
Algo que me surpreendeu foi o fato de que, pelo trailer, a impressão que tive é de que o (ou os) assassino seria alguém de carne e osso, no bom estilo Pânico, sendo explorado como um psicopata ou algo do gênero. É a cena em que mostra o cara morto mascarado, que realmente surpreendeu, por inserir uma pegada sobrenatural, o que não dava pra notar a partir trailer.
Rua do Medo:1994 é um belo filme de terror, com cenas de ação que envolve o espectador em sua mitologia, misturando slash com sobrenatural. Deixa as pontas soltas necessárias para suas duas sequências e explica o que precisamos entender sobre o que se passa na cidade de Shadyside, de forma a propiciar a imersão necessária ao expectador, o preparando para as próximas sequências, que ao que parece, há ainda muito mais a se contar.
Rua do Medo: 1972 estreia no dia 9 de julho e Rua do Medo: 1666 estreia no dia 16 de julho