REFORMANDO A JACKSON JDR-94

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Uma das primeiras guitarras que tive o prazer de comprar foi essa Jackson Concept JDR-94 made in Japan, com corpo em Basswood, braço em maple e escala em rosewood,  que andou comigo por muito tempo, lembro-me que a comprei no período em que finalizava o ensino médio, então isso deve ocorrido entre 2000/01 e paguei uma bagatela nela. Ela sempre fascinou-me pelo seu braço extremamente rápido e confortável, mas seus captadores eram bem moderados e limpos. Você conseguia tocar bons sons limpos e mesmo com distorções muito agressivas elas representavam bem, mas ainda sentia falto de algo mais estúpido para essa guitarra.

Lá por volta de 2004/2005 quando comecei a acompanhar uma banda de reggae na noite (como roadie) coloquei os captadores Dimarzio Paf Pro no braço e o Seymour Duncan Parallel Axis TB1 na ponte, para quando o guitarrista dessa banda precisasse de uma segunda guitarra. captadores fantásticos, mas que com o tempo não envelheceram bem, ou eu que mudei muito de gosto mesmo kk.

Pensando em modificar novamente as guitarras resolvi trocar seu hardware já bem judiado (ponte enferrujada, tarraxas bem batidas e captadores que pareciam ter passado por um triturador), com isso em mente o primeiro passo foi pensar nos captadores. Novamente como andam acontecendo com todas as minhas outras guitarras, resolvi usar o que desse de equipamentos fabricados no Brasil, sendo assim escolhi os captadores da empresa Sergio Rosar, que deu-me um excelente atendimento telefônico todas as vezes que liguei na empresa para perguntar sobre qual captador usar.  Entre os modelos conversados escolhi pelos Rock King na ponte, Twin Vintage no meio e HeartBreaker no braço, apresentados aqui no quadro abaixo:

A escolha desses captadores dá-se pela versatilidade que eles me permitirão. Sendo o Rock King mais porrada e com ótimo sustain, o Twin Vintage pela possibilidade de dois timbres em um único modelo, e o HeartBreaker por ser um PAF, o que na minha opinião PAF é vida, apesar de pequenas peculiaridades que empresa para empresa tenta modificar aqui ou ali, acrescentando mais brilho  ou mais grave e saindo do alnico 2 para o 5, a identidade sonora permanece ali, um pouco mais moderna, mas está ali.

A ponte Floyd Rose original da Takeuschi foi substítuida pelo modelo WODL1 da Wilkinson. Essa ponte é fabricada OEM na China com supervisão da Wilkinson, porém não consegui descobrir se ela tem seu desenvolvimento pela Sung Il ou pela Gotoh, mas alguns lojistas brasileiros dizem ser Wilkinson by Gotoh mas… Independente de seu desenvolvedor é uma ponte muito bonita e aparentemente com ótimos acabamentos e materiais, ela tem sua base e saddles feitos em aço com uma placa de níquel cromada, com bloco em zinco fundido, o espaçamento entre as Cordas (6) E para E são de 54mm e entre os bornes de 74mm

Além da ponte, já aproveitarei e trocarei as tarraxas também da guitarra, pensando nisso peguei também da mesma empresa que a Floyd as tarraxas modelo WJN-05 6R, ela segue o padrão tradicional das tarraxas da Gotoh blindadas, possui cabeça oval estilo vintage, com uma engrenagem de 16:1 o que permite uma boa afinação.

Na parte elétrica, não houve muito mistério, optei por manter os dois potenciômetros 500K que segue o modelo, porém ambos com push-pull, sendo que o volume deixará os captadores em Série/Paralelo e o de Tonalidade fará o split dos mesmos. Na primeira opção colocarei um treble bleed e na tonalidade  um capacitor de 0,022uf Orange Drop

Assim que recebi a guitarra e a testei a primeira vez, senti uma diferença enorme. Confesso que  esses captadores inicialmente nas Les Paul, não agradou-me muito e nem ao luthier que fez o serviço, mas eles colocados na superstrato ficaram maravilhosos, não sei se a madeira influenciou tanto assim, já que este é em Ash e a outra era mahogany, mas são outros captadores este que escuto nessa guitarra.

Os três captadores trouxeram um timbre limpo, bem equilibrados com bons agudos e médios harmoniosos, essa combinação ficou muito boa. Um adendo, o captador do meio Twin Vintage, achei fantástico; lembra realmente um single, porém sem o ruído e com uma saída um pouco mais forte, para tocar um blues e mesmo na onda de um MPB como Lenine, ele cai muito bem, limpo com bons graves e fica muito bem com uma saturação válvulada ou overs como tube scream.

Acompanhe o vídeo mostrando as especificações e modificações, e deixe sua opinião sobre essa reforma e se conhecia esse hardware.