Mais uma reforma das minhas guitarras, dessa vez a escolhida foi a Epiphone S-310. Uma stratocaster feita pela marca lá pelos anos de 1990, tem um braço interessante e foi um guitarra bem simples mesmo para sua época, seria uma concorrente das Squier. Seu corpo é em Alder, braço em Maple com escala em rosewood, com 22 trastes com escala de 25,5”.

Quando eu a comprei ela já veio com algumas modificações, como tarraxas Gotoh SGM-07, o captador da ponte era o Cabrera Custom Pro, um modelo baseado nas guitarras dos anos 1960, porém com um pouco mais de médios, construído com imã Alnico 5, e resistência de 7,4k, e no braço ele já veio com o Fender noiseless vintage feito em Alnico 2, resistência de 9,8k. Com as mudanças do Hardware, resolvi não substituir esses captadores que são fantásticos, mas fiz algumas adaptações. O Custom Pro que ficava na ponte, foi para o posição meio, ficou um pouco mais ardido que o convencional, mas agradou-me muito, e na Ponte foi adicionado mais um captador da Cabrera, dessa vez o modelo escolhido foi o Classic 2, que nada mais é o do que um “PAF” moderno em alnico V.


A ponte que veio junto com essa essa guitarra, é uma ponte vintage genérica, como era de se esperar para que houvesse uma redução maior de custo em sua fabricação, e possui o bloco onde perpassam as cordas com uma base bem fina. Para aqueles que ainda não entendem muito sobre algumas especificações de guitarra, anexei uma parte de uma texto criado pelo BLOG Loucos por Guitarra. (leia matéria completa aqui)

O bloco é responsável por dar massa e resistência mecânica ao conjunto do tremolo e assim fazer com que as cordas vibrem e a ponte transmita isso ao corpo e etc. Por essa razão a resistência mecânica do material utilizado na fabricação e a massa tem um importante papel nesse componente que é um pouco mais complexo do que muitas vezes parece e também sofreram mudanças de acordo com o período da mesma maneira e por razões semelhantes as dos saddles. Os blocos grandes e pesados de aço que equipavam as primeiras Strato dos anos 50 e 60 tinham grande papel sobre sua sonoridade.
Já nos anos 70, a CBS passou a utilizar os blocos de zinco já menores e mais fáceis de fabricar, visando redução de custos novamente. Não é a toa que muitos consideram esse (anos 70) o período negro da história de Fender. Nos anos 80 e 90 o bloco é adaptado e otimizado para utilização do tremolo, sofrendo redução de tamanho porém ainda fabricado de uma liga metálica, já melhor que o zinco mas não tão eficiente quanto o aço dos anos 60.
Bloco de Zinco o que equipa a grande maioria das pontes de origem asiática com custo reduzido. Claramente feito para custar pouco, cumpre seu papel para um instrumento barato que não tem pretensões de soar com as nuances de uma Strato vintage. Esses blocos chineses baratos mais prejudicam do que ajudam no timbre. Não cumprem corretamente a função de "bloco de inércia" devido à pouca massa. Existem blocos de Zinco do tipo "Big Block". São bem superiores aos fininhos chineses.” (http://guitarra99.blogspot.com/2013/02/ponte-de-stratocaster-entrando-nos.html)

Abaixo mostro uma imagem do bloco original da ponte que veio com a guitarra e ao lado fotos da ponte que a substituirá.


Para esse fim escolhi e Wilkinson Vintage WOV 01, infelizmente assim como os últimos modelos de equipamentos da Wilkinson não consegui identificar qual a fábrica responsável por esse modelo, pois ela vem identificada como ponte OEM, mas creio que seja realizada pela Sung Ili, mas não colocarei minha mão no fogo, pois posso estar enganado. Ela é uma ponte estilo Vintage cromada com espaçamento de montagem de 52mm, sua base é construída em aço e seu bloco feito em Zinco, porém com uma massa maior em seu bloco.

Na embalagem veio acompanhada de:

6 parafusos para fixação;

1 suporte para fixação das molas;

2 parafusos para fixação do suporte de molas;

3 molas;

1 chave allen para os ajustes e regulagem dos carrinhos;

1 alavanca de pressão;

1 ponte stratocaster Vintage;

6 parafusos para fixação da ponte.

Espaçamento entre os furos de montagem (1-6): 2-13 & frasl; 64 "(52mm)

Espaçamento entre as cordas de 10,8mm

Comprimento do bloco: 41,2mm

Placa construída de aço-níquel cromado;

Material do carrinho (saddles) é em aço.

Bloco feito de Zinco fundido

Em sua parte elétrica, não serão realizados mudanças drásticas, apenas trocarei os potenciômetros por 500K já que ele receberá um humbucker, no mais manterá os padrões de ligações de uma Stratocaster.

Como mencionado a guitarra já vinha com um hardware aceitável, mas resolvi arriscar e trocar as tarraxas da Gotoh pelas tarraxas da GUYKER com trava modelo GK-334C-D2, que possui uma relação de aperto de 18:1 construída em aço com tarraxas metálicas cromadas.


Elas possuem um acabamento que lembram muito as tarraxas da gotoh com trava, e possui um bom peso. Em teste gostei muito de sua relação de aperto 18:1 e a precisão em manter as cordas fixas sem perder a afinação. Claro que isso deu-se ao conjunto como um todo, a tarraxa faz o seu serviço mas em conjunto com a ponte e com um bom bloco a afinação é constante e não tenho o que reclamar, claro vale um adendo que utilizo por padrão cordas 0.10 em afinação tradicional a 440Hz.

O resultado final dessa reforma agradou-me muito e fez com que vários colegas e músicos “crescessem os olhos” neste instrumento. Seu braço é super fino e confortável, equivalente aos braços das superstratos para guitarristas shred, e todo o hardware em conjunto casou incrivelmente, resultando em um instrumento com um bom peso e sonoridade ímpar.
Os captadores por sua vez trazem um equilíbrio fantástico, esses modelos da cabrera são bem limpos e versáteis, para quem gosta dos timbres das antigas stratos com seus estalos mas com um pouco mais de “gordura” recomendo sem pestanejar, mas o captador da Fender Noiseless, apesar de ser 8 ou 80 (amado e odiado por vários) para minha opinião, é a grande cereja do bolo, pois traz uns graves fantásticos, limpos e casa perfeitamente bem com um over estilo tube screamer ou válvulas.