Foi iniciada a pré-venda coletiva da autobiografia do músico e ativista Nabby Clifford. Africano de Gana e radicado no Brasil desde meados dos anos 1980, Nabby é protagonista em suas áreas de atuação. Um vídeo de sua posição sobre o uso das palavras “preto” e “negro” obteve até a presente data mais de 40 milhões de visualizações, trazendo a atenção dos brasileiros para o assunto.

“EMBAIXADOR DO REGGAE NO BRASIL”

Quando veio morar no Rio, na década de 1980, Nabby ajudou a construir os pilares do reggae nacional, ainda insipiente. Daquela época, em eventos praticamente underground, iniciou amizades musicais com bandas pioneiras, como KMD5 e Lumiar (antigo nome do Cidade Negra). Ao mesmo tempo, Nabby comandava as carrapetas do Bali Bar, e apresentava o icônico Positive Vibration, primeiro programa de reggae em uma rádio FM brasileira.

Carisma visual, força vocal e alegria fizeram o Circo Voador balançar nas épocas áureas do espaço. Por isso mesmo, foi alçado à posição de Embaixador do Reggae, por Perfeito Fortuna, criador da lendária casa de shows carioca. Em pocket shows concorridíssimos, apresentou-se com João Barone e Bi Ribeiro, na lendária Mighty Reggae Beat. Daí para o Brasil, foi um pulo.

Os elementos de protesto do ritmo jamaicano são os alicerces de sua perseverança e tornam a comunicação com seus públicos muito profundas. Apresentações musicais, palestras e debates são as frentes de comunicação de Nabby, profundo estudioso da história, junto a seus públicos, sempre engajados.

O livro “Preta é Minha Cor” conta os detalhes da incrível vida do artista, suas aventuras migrando por diversos países da África e portos da Europa, até aterrissar no Brasil pós-ditadura. Conta ainda como o reggae floresceu na efervescência musical dos anos 1980 e 90, relembrando shows históricos dos gigantes mundiais, na mesma época em que brotaram por aqui Skank e O Rappa, entre outros.

“PRETO” OU “NEGRO”?

As reflexões sobre o uso das palavras “negro” e “preto” merecem o capítulo final do livro, por se tratar da principal causa dos problemas de identidade e autoestima que o autor identifica na população afro-brasileira. Um detalhado relato sobre o surgimento da palavra “negro” para identificar escravos (de qualquer cor) e os reflexos da sua utilização no Brasil, é de grande utilidade para a sociedade brasileira se conhecer em maior profundidade e debater os assuntos com a coragem que tem o autor.

Para contribuir na pré-venda da obra, as doações, a partir de R$ 20,00, e recompensas estarão na página da campanha, que é https://www.kickante.com.br/pre-venda-coletiva/livro-preta-e-a-minha-cor-de-nabby-clifford

As primeiras 50 doações receberão convites para participarem da live “Positive Vibration: preto ou negro?”, perguntando e opinando sobre o tema.