Oscar 2025: 'Ainda Estou Aqui' faz história e conquista a primeira estatueta Brasileira

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Na noite de domingo (2), a conquista do primeiro Oscar brasileiro tomou conta da imprensa internacional. O longa 'Ainda estou aqui', de Walter Salles, levou a estatueta de Melhor Filme Internacional – um feito até então inédito para o cinema nacional.

O filme 'Ainda Estou Aqui' é uma adaptação do livro autobiográfico escrito por Marcelo Rubens Paiva, onde o autor faz um retrato da emocionante história de sua mãe, Eunice Paiva.

Ainda Estou Aqui: uma breve sinopse...

Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro) é casada com o deputado Rubens Paiva (Selton Mello) e esteve ao seu lado quando foi cassado e exilado, em 1964.

Mãe de cinco filhos, Eunice passou a criá-los sozinha, quando em 1971, o marido foi preso por agentes da ditatura, torturado e morto.

Em meio à dor, ela teve que se reinventar, voltou a estudar e tornou-se advogada defensora dos direitos indígenas. Depois, Eunice Paiva enfrenta sua última luta, desta vez contra o Alzheimer.

Fernanda Montenegro como Eunice Paiva em 'Ainda Estou Aqui' (Imagem: Divulgação)

Marcelo Rubens Paiva, também fala de suas memórias de infância, e mergulha neste que seria o momento mais obscuro da história recente brasileira para contar e tentar entender – o que de fato aconteceu com seu pai, Rubens Paiva, naquele janeiro de 1971.

Por que a conquista de 'Ainda Estou Aqui' é tão importante para o cinema nacional?

Historicamente, o Oscar é considerado um dos prêmios mais importantes para a indústria cinematográfica, ele representa o reconhecimento à excelência do trabalho e revela diversas conquistas na arte de produção audiovisual. Em outras palavras, ele é como uma "grande vitrine" para o cinema internacional.

Quando 'Ainda Estou Aqui' recebeu as indicações não só para Melhor Filme Internacional, mas também para Melhor Atriz (pela performance de Fernanda Torres), e a mais inesperada – indicação de Melhor Filme, somente estes fatos já foram grandes vitórias para o cinema nacional.

Estatueta do Oscar, cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Imagem: Divulgação)

Ter um filme como 'Ainda Estou Aqui' com sua narrativa forte, emocionante e eloquente que não só expõe, mas escâncara os crimes cometidos durante a ditadura militar sendo visto, comentado e premiado, também é colocar à luz toda a história que a extrema-direita vem tentando apagar.

Mas, apesar de tratar explicitamente sobre a ditadura brasileira, o filme tocou audiências ao redor do mundo.

Ele arrecadou mais de US$ 25 milhões, incluindo US$ 3 milhões apenas no primeiro mês nos EUA, onde continua em cartaz. Outro grande feito para um filme de baixo orçamento.

Poucos filmes retratam de maneira tão intima e visceral, a influência política na vida de pessoas. O "timing" parece perfeito, visto que há uma preocupante onda autoritária vindo de diversas partes do mundo.  Talvez, essa seja a potência principal quando falamos sobre o que é fazer cinema.

'Ainda Estou Aqui' - (Imagem: Divulgação)

O cinema existe para contar histórias, ver e mostrar o nunca visto, o bem o mal, o feio e bonito. É o que diz Adriana Calcanhotto em sua canção 'Por Que Você Faz Cinema?' do álbum A Fabrica do Poema.

É aqui onde temos a vitória do cinema nacional. Mostrar ao mundo nossa história, é algo que nos protege de fazer as mesmas escolhas que nos levaram aos erros do passado. Proteger de um mal que infelizmente, ainda esta aqui.

Mas, e você? Já assistiu Ainda Estou Aqui? Acompanhe o Nerdweek para ficar por dentro das principais novidades do Cinema Nacional!