Dia Nacional das Comunicações: como a internet mudou a forma de nos comunicarmos?
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Em seu livro O poder da comunicação, o sociólogo e professor universitário Manuel Castells define o ato de se comunicar como “compartilhar significados por meio do intercâmbio de informação”. No entanto, ainda segundo o autor, “com a difusão da internet, surgiu uma nova forma de comunicação interativa, caracterizada pela capacidade de enviar mensagens de muitos para muitos, em tempo real ou em um momento específico”.
Em outras palavras, se até pouco tempo atrás os meios de comunicação podiam ser considerados “unidirecionais” -- ou seja, emissores de mensagens generalistas, que eram enviadas a partir de um único ponto para muitos receptores indiferenciados, através de livros, jornais, filmes, rádio e televisão --, hoje em dia, qualquer usuário pode não só criar e emitir a sua própria mensagem personalizada, como também prever e definir o perfil de seus possíveis receptores, sejam eles seguidores no Instagram, inscritos no YouTube, conexões no LinkedIn, ou contatos no WhatsApp.
De acordo com Alexandre Nogueira, Gerente de Vendas da Mercusys, uma das principais fabricantes mundiais de dispositivos de rede, “a era digital, inaugurada pela chegada da internet, mudou completamente a forma como entendemos a comunicação. O que antes era feito via telégrafo, telegrama, carta, telefone, rádio, TV, revistas e jornais impressos, agora se faz pelos meios digitais, em especial pelas redes sociais, que já se tornaram o meio de comunicação oficial de uma grande parte da população”.
Em meio a esse cenário de profunda transformação, comemora-se no Brasil, em 5 de maio, o Dia Nacional das Comunicações. A data foi criada em homenagem ao nascimento do marechal Cândido Rondon (1865-1958), reconhecido como Patrono das Comunicações do país, graças às suas contribuições para a integração do território nacional, por meio da construção de linhas telegráficas.
Numa época em que o principal meio de comunicação à distância era justamente o telégrafo elétrico -- criado pelo físico e inventor norte-americano Samuel Morse (1791-1844), e utilizado pela primeira vez no Brasil em 1852 --, se fazia necessária a instalação de postes e fios por milhares de quilômetros. Nesse contexto, e com objetivo de facilitar as comunicações entre o Sudeste e algumas áreas das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, Rondon foi designado para integrar a chamada Comissão Construtora de Linhas Telegráficas de Cuiabá ao Araguaia, no ano de 1890. Já em 1910, foi nomeado como chefe da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas do Estado de Mato Grosso.
Bacharel em Matemática e em Ciências Físicas e Naturais, o oficial também foi responsável pela produção de diversos levantamentos cartográficos, topográficos, zoológicos, botânicos, e até mesmo linguísticos, das diversas localidades percorridas por ele ao longo de 45 anos de incursões pelos rios e sertões brasileiros. Notório estudioso e defensor dos povos indígenas, Rondon é lembrado, até os dias de hoje, por seus esforços pioneiros para tornar o Brasil um país conectado.
Pensando nisso, e por ocasião do Dia Nacional das Comunicações, a Mercusys preparou o material abaixo com algumas informações, dados e curiosidades sobre como a internet não só revolucionou a forma como nos comunicamos, mas também contribuiu para facilitar a conexão entre pessoas, culturas e ideias. Confira:
Acesso à internet no Brasil
Se fosse vivo, Cândido Rondon provavelmente se surpreenderia com os atuais desdobramentos da sua iniciativa de integrar o território brasileiro por meio da comunicação. De acordo com uma pesquisa promovida pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil, em 2020 -- exatamente 110 anos depois do surgimento da primeira Comissão Construtora de Linhas Telegráficas liderada pelo marechal --, o país atingiu a marca de 152 milhões de usuários com acesso à internet. O que significa que 81% da população com mais de 10 anos de idade está conectada à rede mundial de computadores.
A mais recente edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou ainda que 82,7% dos domicílios do país têm acesso à internet. Além disso, 81,2% das residências contabilizadas nesse percentual contam com serviços de banda larga móvel, 75,9% possuem banda larga fixa, e 59,2% são atendidas pelos dois tipos de conexão.
Uso das redes sociais
O país também surpreende quando o assunto é o uso das redes sociais. De acordo com um estudo realizado em 2021 pela agência inglesa We Are Social, em parceria com a plataforma canadense de gestão de marcas HootSuite, o Brasil é o terceiro país que mais usa redes sociais no mundo, com uma média de navegação diária de 3 horas e 42 minutos, ficando atrás apenas das Filipinas e da Colômbia. Ao todo, são mais de 150 milhões de usuários brasileiros nas redes sociais, o que corresponde a cerca de 70,3% do total de habitantes do país.
Além disso, o Brasil está em segundo lugar no ranking mundial de usuários do WhatsApp, com mais de 108 milhões de contas ativas, ficando atrás apenas da Índia. No caso do Instagram, o país é o terceiro colocado, atrás de EUA e Índia. Já quando se trata do Facebook, ficamos na quarta posição, superados por Índia, EUA e Indonésia.
Ainda segundo o estudo da We Are Social e HootSuite, o YouTube é a rede social mais utilizada pelos brasileiros: cerca de 96,4% dos internautas do país, com idade entre 16 e 64 anos, utilizaram a plataforma de vídeos pelo menos uma vez durante o período contemplado pela pesquisa. O WhatsApp e o Facebook são, respectivamente, a segunda e a terceira rede mais utilizada. Apesar de relativamente novo, o TikTok já se encontra na sétima posição entre as redes mais acessadas pelos brasileiros.
Troca de mensagens on-line
De acordo com material divulgado pelo IBGEduca, portal do IBGE voltado para a educação, a principal finalidade do uso da internet no Brasil é a troca de mensagens. Dentre os objetivos de acesso à rede pesquisados pelo instituto, o envio e recebimento de mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos (excetuando e-mails) é o principal, tendo sido indicado por 95,7% das pessoas entrevistadas, com mais de 10 anos de idade e que utilizaram a internet no ano de 2019.
As demais finalidades mais citadas no estudo foram: conversas por chamadas de voz ou vídeo, mencionadas por 91,2% dos entrevistados; assistir vídeos, incluindo programas televisivos, séries e filmes (88,4%) e, por último, enviar ou receber e-mails (61,5%). A pesquisa revelou ainda que apenas em 40,6% dos domicílios brasileiros constatou-se a existência de microcomputador. Por outro lado, no entanto, o percentual das residências em que havia aparelho celular alcançou a marca dos 94%.