Detector de Fake News é criado por Universidades brasileiras

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Uma parceria entre a USP e a UFSCar resultou em um detector de fake news para WhatsApp e Web.

Cada vez mais as fake news (notícias falsas) se espalham e trazem desinformação nos tempos atuais. Em um período eleitoral de ânimos acirradíssimos, elas tem roubado a cena e influenciado muitos eleitores. Este fenômeno não é exclusivo do Brasil, uma vez que em várias partes do mundo fake news tem sido usadas para espalhar boatos e influenciar grupos sociais.

Redes sociais e aplicativos de trocas de mensagens tem buscado alternativas para tentar barrar a propagação de fake news e, quem sabe, identificar seus autores. Apesar das tentativas, os esforços desses meios de comunicação e interação social ainda estão longe de obter sucesso em criar mecanismos que reduzam a propagação de informações falsas.

Pensando em ajudar na luta contra as fake news, duas importantes universidades brasileiras se uniram e criaram uma espécie de detector de notícias falas. O site criado pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) se chama Fake Check, e possui um sistema simples de ser usado. Para checar se uma informação é verdadeira ou não, basta inserir parte do texto da notícia na caixa de texto no site e clicar em 'buscar' A partir daí o sistema irá processar a informação e confirmar sua veracidade.

O Fake Check pode ainda ser usado no Whatsapp, através da ativação do bot. Esse bot só funciona em smartphones que possuem o aplicativo de troca de mensagens instalado. Para usá-lo, basta digitar a palavra "fake" no aplicativo, e assim que o detector for ativado colar parte do texto que se deseja analisar.

O sistema utiliza a identificação das estruturas textuais como um dos parâmetros para analisar se uma informação é verdadeira ou falsa. Segundo o professor Thiago Pardo, coordenador do projeto que levou a criação da plataforma, “A gente sabe que, quando uma pessoa está mentindo, inconscientemente, isso afeta a produção do texto. Mudam as palavras que ela usa e as estruturas do texto. Além disso, a pessoa costuma ser mais assertiva e emotiva. Então, uma das formas de detectar textos enganosos é medir essas características”.

Um dado interessante que a pesquisa revelou é que 36% das notícias falsas possuem algum tipo de erro ortográfico, quando notícias verdadeiras tem um índice de apenas 3%. A análise da gramática dos textos é um dos parâmetros que a plataforma usa para avaliar sua veracidade.

O detector ainda está em fase de desenvolvimento e aprimoramento, mas em seus testes foi comprovada uma eficiência de 90% na análise de informações. Um sistema capaz de identificar 100% a veracidade de todas as notícias talvez seja um sonho distante ou impossível, mas com ferramentas como essa estamos um pouco mais aramados no combate contra as fake news.