Conheça a história de Centralia, a Silent Hill do mundo real, cidade fantasma onde seu subsolo queima até hoje.

Localizada no estado da Pensilvânia dentro do  Condado de Columbia, Estados Unidos, a cidade de Centralia é a versão real de Silent Hill em muitos aspectos, uma cidade do interior, não muito populosa e em expansão. Centralia chegou ao seu auge populacional quando chegou a marca de 5 mil  moradores entre as décadas de 1950 e 1960. O crescimento da cidade passou a gerar mais consumo de energia elétrica e consequentemente mais lixo.

Mapa da cidade fantasma de Centralia, a Silent Hill do mundo real
A cidade de fantasma de Centralia imagem/google maps

Para descartar o lixo, como todas as cidades daquele período ( e muitas ainda hoje) era usado um aterro, onde, o lixo era descartado e incinerado, porém a demanda estava maior que o local suportava e o governo no ano de 1962, decidiu criar um novo aterro, acima de uma mina de carvão desativada.

Fogo Eterno

A equação não foi muito bem calculada pelo governo de Centralia. A soma de aterro, queimar lixo e uma mina de carvão só poderia dar um único resultado, fogo!

Fumaça do fogo eterno de Centralia Silent Hill
Fumaça do fogo eterno das minas de carvão em Centralia

O fogo ateado no lixo acumulado dentro do aterro passou pelas fendas no subsolo, até chegar as minas de carvão desativadas, pouco tempo depois os moradores começaram a perceber um estranho mau cheiro.

Após os bombeiros acabarem com o fogo no aterro, o cheiro não se dissipava, o que despertou a curiosidade de especialistas e o incômodo de muitos moradores de Centralia. Depois de estudos veio a confirmação, as chamas chegaram às minas e o resto do carvão que restava na mina estava em combustão, liberando CO( Monóxido de carbono).

Fumaça da queimada de Centralia faz a cidade parecer Silent Hill
A mina de carvão desativada em chamas emite Monóxido de Carbono

Surgiram outros problemas além dos gases emitidos pela queimada, enormes crateras começaram a surgir engolindo casas e ruas inteiras, forçando o governo a retirar todos os moradores de lá.

Centralia se transformou em um local inabitável, e a estimativa é de que as minas continuem ardendo em chamas nos próximos duzentos anos!

Resistência dos residentes

Assim como na versão cinematográfica de Silent Hill (2006), devidas proporções, a população de Centralia ainda perdurou até a década de 1980, resistindo a todos os problemas causados pela irrefreável queima nas minas de carvão. Até hoje alguns moradores se recusam a abandonar seus lares. As famílias remanescentes criaram teorias conspiratórias envolvendo o governo dos Estados Unidos, afirmando que eles inventaram o incêndio para retirar os moradores da cidade e ficar com toda a riqueza escondida nas minas. Teorias já contestada graças aos estudos geológicos no local.  

Casa de morador de Centralia, a Silent Hill do mundo real
Uma das poucas moradias ainda habitada de Centralia

O que embasa a teoria dos moradores?

Os moradores remanescentes de Centralia justificam a teoria de que o estado da Pensilvânia quer tomar para si todas as riquezas da cidade é uma lei estadunidense onde o Estado passa a ser o detentor de todas as posses de uma região que não pode se manter como uma cidade.

Cemitério Centralia, Silent Hill
Um dos Cemitérios ainda intactos em Centralia

Rastro de destruição

A destruição da cidade de Centralia por si só já é um desastre tanto para a natureza, quanto para os ex-moradores, porém as chamas eternas não se restringiram somente à cidade. A mina de carvão em chamas era só uma de um vasto complexo de cavernas que se interligavam a outras cidades, como foi o caso de Byrnesville, que assim como a cidade vizinha teve que ser evacuada.

Cemitério de Saint Ignatius Centralia

A neblina de Silent Hill

As crateras abertas em decorrência do incêndio na mina de carvão e a emissão de gases criaram um cenário fantasmagórico e assustador, somado a isso temos a coincidência dos únicos lugares intactos desde antes do incêndio foram os cemitérios da cidade, quatro no total, que permanecem intactos até hoje.