A partir do grupo de pesquisa A fotografia e a Semana de Arte Moderna, formado por 11 pessoas sob a coordenação do fotógrafo e pesquisador Guilherme Tosetto, reunidas pelo museu Casa Guilherme de Almeida, nasce A exposição de fotografia que não aconteceu na Semana de 22, que será inaugurada no dia 12 de março, sábado, às 11h, na área externa do museu. Com entrada gratuita, o período de visitação funcionará de terça a domingo, das 10h às 18h, até o final de 2022.

Para conhecer os registros fotográficos realizados durante os anos 1920, inclusive os que retratam o Modernismo e seus protagonistas, o público deve fazer um agendamento prévio pelo site do museu, onde também estão informados os protocolos de biossegurança que devem ser seguidos. A instituição poderá receber grupos com até 20 visitantes por hora.

Diversos painéis integram a exposição que ficará no deck, área externa da Casa Guilherme de Almeida, integrante da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e gerenciada pela Poiesis.

Montagem da revista Careta, 1926, edição 0922 (Foto: reprodução - revista Careta)

Embora a fotografia circulasse entre os modernistas, geralmente marcada pela falta de identificação da autoria, a exposição mostrará que essas imagens já apareciam nas páginas da imprensa e começavam a fazer parte do imaginário por meio da publicidade de serviços fotográficos.

A partir de reflexões e de um amplo levantamento histórico extenso, foram propostas três linhas de investigação adotadas para A exposição de fotografia que não aconteceu na Semana de 22. O primeiro núcleo conta com imagens colecionadas por expoentes da Semana de 1922, como Heitor Villa-Lobos e Lasar Segall, este que utilizava os próprios registros fotográficos como referência para as obras que desenvolvia e no convívio com os demais modernistas. Esse núcleo também terá parte das fotografias experimentais produzidas por Mário de Andrade a partir de 1927, quando ele fez as viagens etnográficas pelo Norte e Nordeste do Brasil e, assim, colaborou no trato técnico das imagens e no olhar moderno que ecoa em suas fotos. Fotografias documentais, como a construção do edifício Martinelli em São Paulo e o desmonte do Morro do Castelo no Rio de Janeiro completam a primeira parte da exposição.

revista A cigarra,1922, edição 187 Imagem: Reprodução

O segundo núcleo contempla o uso das fotos nas revistas ilustradas como A Cigarra, Fon-fon e Careta, que, no início do século XX, destacavam a fotografia e usavam o recurso de montagem e recortes. O terceiro núcleo reúne anúncios publicitários na imprensa dos anos 1920, época da entrada da Kodak no Brasil, que divulgava os modelos e acessórios fotográficos como forma de estimular os leitores a terem uma câmera como companheira no dia a dia.

O grupo de pesquisa que preparou o material da exposição é formado por fotógrafos, historiadores e artistas visuais dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sob a orientação do curador Guilherme Tosetto, doutor em Fotografia pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, especialista em Fotografia pela Universidade Estadual de Londrina e coordenador do bacharelado e da Pós-Graduação em Fotografia do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, o grupo trabalhou para identificar como era a prática da fotografia na década de 1920. A investigação -- feita em acervos, bibliotecas e coleções brasileiras - analisou a presença e a ausência de registros fotográficos dessa época.

O grupo pesquisou, presencialmente, em diferentes locais: MIS-RJ, IEB-USP, Museu Lasar Segall, Museu Paulista, Arquivo Público do Estado de São Paulo e Museu Mariano Procópio (em Juiz de Fora). A exposição deixará transparecer que ainda há muito a ser reconhecido na história da fotografia brasileira do começo do século XX.

Música no evento de abertura

A exposição de fotografia que não aconteceu na Semana de 22 será aberta por uma apresentação musical de choro do grupo Fora de Contexto, às 11h do dia 12 de março, também na área externa do museu Casa Guilherme de Almeida.

Fora de Contexto é um quarteto que surgiu em 2020 a partir do Núcleo de Desenvolvimento de Carreira da EMESP Tom Jobim. O grupo se concentra no choro, nos seus subgêneros e em estilos como o baião, forró e a cultura popular. Conta, em sua formação, com Amanda Calixto na flauta, Leonardo Matheus no cavaco, Matheus Caitano no violão de 7 cordas e Nathalie Magalhães na percussão. A entrada é gratuita.

Atenção: para entrar no museu é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação contra Covid-19, com pelo menos duas doses, seguindo o Decreto 60.989 estabelecido em 06/01 pela Prefeitura do Município de São Paulo.

Serviço

A EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA QUE NÃO ACONTECEU NA SEMANA DE 22

Com Guilherme Tosetto e o grupo de pesquisa A fotografia e a Semana de Arte Moderna

Abertura: sábado, 12 de março, às 11h

Período para visitação: 12/03 até o final de 2022 - terça a domingo, das 10h às 18h

Visitas devem ser agendadas -- clique aqui
Até 20 visitantes por hora | Grátis

Evento de abertura da exposição:
APRESENTAÇÃO MUSICAL COM O GRUPO “FORA DE CONTEXTO”

12/03, às 11h

Grátis

End: Rua Macapá, 187 -- Perdizes, São Paulo -SP

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Casa Guilherme de Almeida


MUSEU - R. Macapá, 187 - Perdizes | CEP 01251-080 | São Paulo
ANEXO - Rua Cardoso de Almeida, 1943 -- Sumaré, São Paulo/SP
Acessibilidade: rampa de acesso, elevador, piso podotátil e banheiro adaptado; videoguia em Libras e réplicas táteis.
Programação gratuita

Tel.: 11 3673-1883 | 3803-8525 | 3672-1391 | 3868-4128

Agende sua visita para as exposições e confira as medidas de segurança para se proteger da Covid-19 pelo site.

Funcionamento: terça a domingo, das 10h às 18h

Algumas atividades seguem em formato virtual e outras híbridas. Acesse a programação no site do museu ou no hotsite +Cultura.

SOBRE A CASA GUILHERME DE ALMEIDA

Inaugurada em 1979, a Casa Guilherme de Almeida, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis, está instalada na residência onde viveu o poeta, tradutor, jornalista e advogado paulista Guilherme de Almeida (1890-1969), um dos mentores do movimento modernista brasileiro. Seu acervo é constituído por uma significativa coleção de obras, gravuras, desenhos, esculturas, pinturas, em grande parte oferecidas ao poeta pelos principais artistas do modernismo brasileiro, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Lasar Segall e Victor Brecheret. Hoje, o museu oferece uma série de atividades gratuitas relacionadas a todas as áreas de atuação de Guilherme de Almeida, da literatura traduzida ao cinema, passando pelo jornalismo e pelo teatro. Trata-se da primeira instituição não acadêmica a manter um Centro de Estudos de Tradução Literária no país.

SOBRE A POIESIS

A Poiesis -- Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.