Assassin’s Creed Valhalla | Análise

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Seguindo com os acertos de Origins e Odyssey, Assassin's Creed Valhalla leva o jogador ao limite da honra, machado e sangue

Falar de Assassin’s Creed é falar de história, mitologia e personalidades do passado, o que torna para este que escreve fazer uma análise focada somente no jogo uma tarefa quase impossível, sendo assim vamos dividir a análise em 2 textos, um focado no jogo, suas mecânicas, gráficos e narrativa e outro texto focado unicamente no contexto histórico e figuras históricas.

O Terror vem do Norte
Em mais um capítulo da franquia criada pela desenvolvedora  francesa Ubisoft Montreal ( os mesmos responsáveis por Assassin’s Creed Origins), reencarnamos na pele de Eivor, um guerreiro ( ou guerreira o jogador quem decide) viking do século IX em busca de honra, glória e oportunidades nos reinos britânicos. A história do jogo se passa no ano de 875dC, anos depois das primeiras expedições nórdicas para as ilhas britânicas, em busca de riquezas, terras e expandir sua influência, Eivor inicia sua jornada com o Clã do Corvo. O destino do protagonista está ligado a Ordem e os tentáculos dos Cultistas que viriam a se tornar nos Templários.

Assassin's Creed Valhalla traz de volta ao jogo toda a trama envolta da Ordem das Sombras (Assassinos ) e a Ordem Antiga (Templários) aliado ao sistema de RPG com árvores de habilidades digna da própria Yggdrasil, com infindáveis ramificações dentre 3 especializações, assassinatos, melee( corpo a corpo) e ranged ( distância).

Árvore de habilidades pode ser modificada a qualquer momento

Saquear e Matar
O jogo oferece dois tipos distintos de dificuldade, a de combate que influencia diretamente às mecânicas de luta do jogo, indo da mais simples a mais complexa( inserir nomes dos modos aqui)  e a dificuldade do jogo que impacta na quantidade de  vida dos inimigos e sua inteligência artificial, o que pode criar combinações bem interessantes.

Assassin’s Creed Valhalla traz o sistema de assentamento, uma base de operações onde Eivor e o Clã do Corvo se organizam para realizar a próxima raid, ou incursão como preferir. Avançar na história requer a busca por aliados espalhados dentro dos 4 reinos ingleses, ou realizar missões solicitadas pelos colonos, como pescar determinados tipos de peixes ou caçar animais raros em troca de itens preciosos.

O assentamento permite não só a coleta de recursos mas também personalizar Eivor com cortes de cabelos e tatuagens, além dos mini-games com direito a competição de quem bebe mais hidromel, uma das coisas mais divertidas de se fazer ( e sim Eivor fica bêbado!). Uma das construções mais interessantes dentro do assentamento é a casa da Ordem das Sombras ( Vale lembrar que o nome Credo dos Assassinos só veio no século XI) e o cartógrafo que vai identificar no mapa inúmeros tesouros e itens especiais.

Além da Inglaterra, é possível explorar a Noruega

Machado com sede de sangue

O sistema de combate não mudou em praticamente nada, desde o sistema de ataque, defesa, esquiva e parkour mecanicamente não sofreram alterações, mas sua fluidez melhorou significativamente, as batalhas seja no “mano a mano” ou um grandioso campo de batalha se tornou mais natural, os movimentos tanto de Eivor quanto dos inimigos não se parecem com algo mecânico e previsível. O sistema de vigor para realizar ataques ou esquiva faz com que o jogador pense muito bem antes de se jogar no meio de um acampamento inimigo ou enfrentar algum inimigo acima do seu nível de batalha.

Desde o Origins, nossos heróis tem um parceiro alado, em Valhalla o companheiro do nosso campeão de Odin é  o  corvo Sýnin, que teve suas funções reduzidas perto das opções que tínhamos nos dois jogos anteriores da série. Com o apoio de Sýnin é possível localizar pontos-chave do mapa, locais das missões e dependendo das habilidades escolhidas ordenar que ele ataque algum inimigo. A função de marcar inimigos não está mais presente, sendo substituída pela Animus Pulse.

Com Odin até o Valhalla

Assassin’s Creed Valhalla é um épico que consegue nos transportar para a Noruega do Rei Haroldo e a Inglaterra pré-unificação, a narrativa de Eivor faz o jogador querer jogar mais e mais, desbravar as ruínas romanas, saquear monastérios, estabelecer sua morada em solo bretão e conhecer e aceitar o seu destino, ou lutar contra ele, a jornada  de Eivor é cheia de mistérios, misticismo e reviravoltas, encontros com os deuses antigos e o choque de cultura com os tementes ao novo deus, não vamos nos aprofundar na história para não soltar spoilers.

Como em todos os jogos da franquia, personagens históricos se fazem presente, seja nas missões principais, como os filhos do lendário Ragnar Lothbrok, Rei Harold e em missões secundárias como a Abadessa Wulfhilda de Barking, além de encontros com o próprio Odin o pai de todos e Freya.

Todos os caminhos levam à morada dos deuses

Diferente de Odyssey que, apesar da beleza das reconstruções gragas o mundo era sem vida e vazio, Valhalla traz um mundo muito mais vivo, orgânico e cheio de cor, além de seguir as missões principais e buscar por saques, passei muito tempo admirando as paisagens e as construções recriadas dentro do jogo, subir até o topo de uma ruína do Império Romano e admirar o pôr do sol, ou chegar ao cume de uma montanha norueguesa e admirar a quase divina aurora boreal.

Velejar com seu Drakkar ao longo do Tâmisa ouvindo belas músicas ou contos épicos dos companheiros de escudo faz com que Assassin’s Creed Valhalla te transporte para seu universo e o mantenha lá por horas à fio.

Água no meu hidromel

O jogo apresenta alguns bugs que parecem pequenos mas chegam a incomodar um pouco a jogabilidade, marcador de NPC’s que muitas vezes não estão no local por causa do bug, blocos desafiando a própria gravidade travando o avanço em busca de tesouros e conjunto de itens e o que mais me irritou após o patch de lançamento do jogo, um crash insuportável, o game simplesmente fechava a cada tentativa durante a chegada de Eivor ao assentamento, tive que instalar o jogo em outra máquina e passar aquela parte por ali, funcionou, voltei ao meu pc principal ( que tem configurações bem mais robustas) e o jogo seguiu crashando, fui obrigado a desinstalar o jogo e baixar novamente os mais de 40 GB o que me custou um dia inteiro entre tentar solucionar o problema e reinstalar o jogo.

Valhalaaaaaaa!!!!!
Sou suspeito para falar sobre Assassin’s Creed, a franquia sempre me pegou pelo seu diálogo entre a ficção e a História, mesmo o fraquíssimo Unity e o quase desértico Odyssey me prenderam por horas, mas não por causa do seu gameplay mas sim pelas reconstruções fidedignas da Ubisoft. Valhalla se prova ser um dos melhores jogos de toda a franquia, na minha opinião perdendo somente para o clássico Assassin's Creed II, suas batalhas, administração do assentamento, fluidez de batalha, personagens carismáticos e cenários de tirar o fôlego fazem de Assasin’s Creed Valhalla uma grata surpresa para quem esperava só mais um game genérico da franquia.

Assassin's Creed : Valhalla foi gentilmente cedido pela Ubisoft