Assassin’s Creed Shadows: A Lenda Renasce no Japão Feudal
Obrigado por visitar o Nerdweek!
Sortudo!!! Sem ad pra você hoje! Com isso compartilhe com os amigos!
Depois percirrer o Egito ao lado de Cleopata , vivenciar a Guerra do Peloponeso na Grécia e lutar ao lado e contra os cristãos durante a invasão Viking a Inglaterra, a pergunta que por muito tempo não se calou foi "qual seria o próximo passo da saga"- E este que vos fala em sua vã fantasia aguardava algo no Brasil ou América Latina, ainda assim a Ubisoft achou por bem ousar ao invés de um retorno conservador como em Mirage, apostando em profundidade histórica e narrativa no tão aguardado cenário do Japão Feudal. O resultado é um jogo que nos conduz por uma era de honra
( mas depende), traição, poder e, claro, a arte letal dos shinobi e dos samurais — sob a eterna sombra do conflito entre os Ocultos e a Ordem dos Anciões.
Cronologia e Contexto Histórico
Cronologicamente, Assassin’s Creed Shadows se passa por volta de 1579, durante o ápice do turbulento Período Sengoku (1467–1603) — uma era marcada por guerras civis, alianças instáveis e traições constantes. Nesse período, o Xogunato Ashikaga já havia perdido seu poder real, funcionando mais como uma relíquia simbólica, enquanto poderosos daimyō (大名) ( Eram Senhores Feudais mas durante o perído agiam mais como Senhores da Guerra) lutavam entre si pela unificação do Japão ( mais pela unificação do seu poder, porém este texto não é uma aula de História).
É nesse cenário que surge Oda Nobunaga, um dos três grandes unificadores do Japão, ao lado de Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu. Conhecido por seu estilo militar agressivo e por abraçar tecnologias e ideias estrangeiras — como os arcabuzes portugueses — Nobunaga é retratado no jogo como uma figura central, refletindo com fidelidade sua ambivalência histórica: visionário e brutal, aliado dos estrangeiros e perseguidor de tradições.
Ambientação: O Japão Feudal em Detalhes
O Japão é retratado de forma esplendorosa: paisagens naturais vastas e dinâmicas, vilarejos cheios de vida, castelos imponentes que parecem guardar mil segredos ( e baús), e templos que convidam à contemplação. A representação arquitetônica da época — com detalhes típicos da transição entre o estilo Muromachi e o nascente Azuchi-Momoyama — mostra um cuidado histórico raro nos videogames.
A ambientação é, de fato, um personagem à parte. Cada canto respira história, dos campos de batalha enlameados aos portos comerciais em contato com os europeus. Apesar da ausência (até agora) de um modo Discovery, o próprio jogo funciona como uma aula viva sobre a cultura japonesa do século XVI — inclusive refletindo a tensão entre a tradição local e a crescente presença ocidental, iniciada com a chegada dos portugueses em 1543.
Dois Protagonistas, Dois Mundos
Assassin’s Creed Shadows apresenta dois protagonistas com trajetórias que refletem o próprio Japão da época: um em transformação, outro em resistência.
De um lado está Yasuke, o lendário samurai de origem africana. Yasuke chegou ao Japão como escravizado a serviço dos jesuítas e, posteriormente, entrou para o séquito de Oda Nobunaga. Sua ascensão ao status de samurai é documentada por crônicas japonesas e europeias e simboliza a quebra de paradigmas raciais em uma sociedade rigidamente hierarquizada. Além disso, Yasuke representa a influência do comércio nanban — termo japonês para “bárbaros do sul”, como eram chamados os europeus — que trouxe não apenas armas de fogo, mas também novas religiões, línguas e mercadorias.
Do outro lado está Naoe, uma shinobi da região de Iga, terra natal histórica de clãs ninja como os Hattori. Após a destruição de sua terra natal (evento que de fato ocorreu em 1581, quando Nobunaga invadiu Iga), ela busca vingança. Naoe encarna a resistência às forças unificadoras e o domínio crescente do xogunato — um contraste ideológico e tático com Yasuke.
A interação entre esses dois mundos o do forasteiro samurai e o da filha da terra devastada alimenta uma narrativa rica em dilemas morais, choques culturais e alianças instáveis.
Jogabilidade: Dualidade como Força
As mecânicas de Shadows seguem a linha RPG iniciada com Origins, mas com refinamentos que a tornam mais coesa. A árvore de habilidades é robusta, mas menos dependente da caça por "números altos". O foco parece estar na construção de um estilo próprio de jogo.
A grande estrela é a jogabilidade dual: Yasuke é brutal, direto, um verdadeiro tanque de guerra, usando katanas pesadas, kanabōs e até teppo. Já Naoe oferece uma abordagem furtiva: é rápida, silenciosa, mortal — utilizando ferramentas clássicas de ninjutsu como shurikens, kunais, bombas de fumaça e o gancho.
O sistema de “procurado” separado para cada personagem é uma adição criativa. Ele permite que o jogador use a alternância estratégica para evitar confrontos diretos quando um dos protagonistas estiver “quente” demais. A exploração também evolui com o uso de scouts, incentivando o reconhecimento tático das áreas.
Missões agora exigem mais investigação e atenção ao mundo ao redor. A linearidade dá lugar a pistas ambientais e diálogos reveladores, remetendo ao espírito dos primeiros Assassin’s Creed, mas com profundidade mecânica moderna.
Além disso, o jogo parece ter reduzido o “grinding” de armaduras lendárias, focando mais no aprimoramento tático de equipamentos e ferramentas. O retorno do sistema de esconderijos/refúgios também reforça a sensação de pertencimento e progressão, como já visto em Valhalla, mas de forma mais integrada.
Água no Chá: Bugs e Problemas Técnicos
Como em muitos lançamentos ambiciosos, Shadows não escapou de alguns tropeços técnicos. Relatos mencionam bugs ocasionais, problemas de desempenho — especialmente no PC — e travamentos esporádicos. A expectativa é de que a Ubisoft libere atualizações regulares para mitigar esses problemas. Ainda assim, é um alerta válido para quem busca uma experiência fluida logo no lançamento.
Veredito Final: Vale a Pena?
Sim. Assassin’s Creed Shadows cumpre sua promessa de oferecer uma imersão profunda e historicamente rica no Japão Feudal. Embora mantenha a estrutura de RPG "moderna", há uma clara tentativa de equilibrar profundidade narrativa, jogabilidade envolvente e fidelidade histórica. Há aqui um porém, o jogo poderia ser BEMMMM menor!! O mesmo problema que se manteve em Vahalha
Ambientação impecável, os protagonistas complementares e o sistema de investigação constroem uma das experiências mais sólidas da franquia. Para quem ansiava por esse cenário ou aprecia a fase RPG da saga, Shadows é, sem dúvida, uma jornada imperdível digna do credo.