Análise: Assassin's Creed Mirage vale a pena?
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Retornando ao básico com uma Bagdá de tirar o fôlego e uma narrativa cativante, linear e bem costurada, Assassin’s Creed Mirage mostra que nem sempre novo é melhor.
Depois de se aventurar em epopeias faraônicas, as crônicas dos Ocultos voaram alto demais e, assim como Ícaro, tiveram suas asas queimadas pelo sol. Foi preciso dar um (ou alguns) passos para trás e devolver aos fãs da saga aquilo que a fez ser quem ela é: um jogo onde você é conduzido a uma história envolta de conspirações, corrupção, poder, espionagem e claro, o bom e velho parkour.
Cronologicamente falando, Assassin’s Creed Mirage se passa depois de Origins (49 A.C, governado pela ptolemaica Cleópatra), na vasta e rica Bagdá do Século IX (em 861 para ser mais exato).
Confira abaixo nossa análise de Assassin's Creed Mirage!
A ambientação
Antes de falar sobre o jogo em si, devo dizer que a Ubisoft NUNCA errou em suas ambientações, mesmo quando erra em outros aspectos. Mas em Mirage, o estúdio deu um passo além.
Bagdá está perfeita em todos os aspectos: as ruas, os becos, as casas, o Mercado, a Casa do Saber, a Cidade Redonda, a estrutura dentro do califado Abássida.
A ambientação está indefectível. Uma pena não ter o modo Discovery para o mais recente título da franquia; em vez disso, a Ubi resolveu utilizar as missões paralelas intituladas “Histórias de Bagdá”.
A história de Assassin's Creed Mirage
Assassin’s Creed Mirage nos leva para a Bagdá do século IX, a cidade que fica às margens de um dos berços do mundo, o rio Tigre. É ali que conhecemos a origem (sim, meus caros, é uma história de origem) de Basim Ibn Ishaq, aquele mesmo ser mitológico de Assassin's Creed Valhalla.
Conheceremos sua origem pobre e humilde, datando do tempo em que ele era um mero “trombadinha” (com o risco de perder as mãos e não só um dedo) até a sua iniciação dentro da Ordem dos Ocultos. O prólogo nos apresenta aos principais personagens secundários e nos cativa com a personalidade de Basim. Quando ela acaba, nos mostra a grandiosidade desértica do Império persa e todas as cores que ali habitam.
A História não segue em uma linha reta, assim como um jogo linear também não. Sou historiador de ofício e jornalista por vocação, e posso afirmar com a mais absoluta certeza de que a História não se resume a uma linha do tempo, datas e nomes; ela é muito mais do que isso.
Ela é como uma espiral, e assim como a História, a linearidade de Assassin’s Creed Mirage também segue em uma espiral. Temos um guia, um plot a ser seguido, mas ela de forma alguma nos limita. Conhecemos Bagdá, suas histórias, seus personagens e tudo o que há ao seu redor livremente.
As missões secundárias ampliam nossos horizontes. Sincronizar com as torres por toda a extensão do califado nos transporta para a Ásia Menor do Século XIX, assim como comerciantes de todas as partes do mundo, e é claro, parkour.
De volta às origens
As mecânicas do jogo não voltaram totalmente para suas origens. Ainda temos nosso amigo alado para nos auxiliar a encontrar os alvos prioritários, assim como uma Árvore de Talentos, mas nada muito complexo como se fosse uma ficha de Dungeons And Dragons.
Se o jogador assim o desejar, ele pode fazer todas as missões secundárias do jogo e assim obter todas as habilidades disponíveis no jogo, mas eu não sou parâmetro para isso, pois sou o maluco das side-quests. Já não posso dizer o mesmo dos baús, outra mecânica que permaneceu, mas ao invés de lotar o seu inventário com infinitos sets de armas e armaduras, eles nos presenteiam com códices para upgrades no equipamento atual.
Falando em armas e vestes, o que mais me agradou foi a não necessidade de ficar caçando armas raras, épicas, lendárias ou mitológicas, como em AC Valhalla (conseguir o set completo do Thor foi um tanto quanto caótico).
Comecei e terminei o jogo com os mesmos itens do início do jogo, só fui fazendo os devidos upgrades conforme avançava na história do jogo. Já o arsenal de armadilhas, bombas de fumaça e adagas, aí sim tem que ralar um bocado para conseguir liberar todos e fazer as devidas melhorias, pois o segredo do sucesso é usar as ferramentas corretas para cada situação.
Assassin’s Creed Mirage vale a pena?
O jogo é uma volta triunfal às origens da saga. Não entendam mal, eu gosto muito do Origins e do Odyssey; os elementos de RPG deram um novo ar aos jogos, mas meio que virou seu próprio nêmesis em Valhalla.
A Ubisoft entendeu que, como muitos dizem por aí, "menos é mais" e que muitas vezes o que precisamos não é de um mundo quase infinito cheio de missões e invasões para fazer, mas que uma ótima história, uma bela ambientação e personagens cativantes são o suficiente para fazer pouco mais de 20 horas de gameplay algo inesquecível.
Esta análise de Assassin's Creed Mirage foi feita com uma cópia digital do jogo cedida gentilmente pela Ubisoft para Xbox Series X/S.