Criado pelo estúdio sueco Iron Gate AB e  distribuído pela Coffee Stain com mais de 5 Mi de cópias vendidas em Early Access, Valheim ressignifica a ideia de games de sobrevivência e Sandbox

Ambientado na mitologia nórdica, o jogo se passa em Valheim, mundo criado por Odin fora da Yggdrasil, também conhecida como A Árvore da Vida. Valheim seria como um purgatório, um lugar para exilar os inimigos do Pai de Todos, mantendo-os aprisionados no esquecimento, porém os seres que lá habitam depois de eras exilados e no esquecimento se organizaram em uma rebelião contra os deuses e é aí que entram os jogadores, heróis de Valhalla enviados para contar o levante dos exilados.

Construção dos mundos

Contrução em Valheim permite criar desde uma réplica de uma vila Viking até as Minas Tirith Imagem/Aline Costa

Para iniciar o review de Valheim pensei na famosa frase do pai da química moderna Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794): “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, a citação vem bem a calhar para descrever o jogo de sobrevivência que em sua essência contém elementos de jogos como Minecraft onde o mapa é criado de forma randômica para cada jogador, revelando diversos biomas a serem explorados, a riqueza de detalhes seja na física do jogo, iluminação e relevo dão ao jogador maiores desafios, seja para obter recursos, construir ou simplesmente sobreviver.

O ambiente é bem diverso em Valheim e a desenvolvedora promete novos biomas e desafios em breve, o jogo continua em desenvolvimento, ainda assim ele entrega inúmeros desafios para o jogador como a Floresta Negra, um dos primeiros locais a serem explorados além do Prado, é lá que estão boa parte dos recursos a serem coletado. Criar armas e objetos é uma das tarefas mais importantes no universo criado pela Iron Gate e cada objeto te possibilita uma gama de novas possibilidades assim que avança no jogo, de machado de pedra à espada de Bronze e Escudo de escamas de serpente o jogo te direciona à explorar todo o mapa e a criar suas defesas em contra invasores noturnos.

O jogo bebe das mais variadas fontes e o faz muito bem, diferente de Minecraft que o personagem não ganha pontos de experiência, em Valheim quanto mais você executa uma atividade, seja minerar, correr ou usar o arco mais pontos de experiência naquela habilidade lhe é concedida mas cuidado, quando você morre além de deixar todo o seu loot no mapa, perde-se muitos pontos de habilidades tendo que conquistar tudo novamente.

O combate do jogo lembra aos jogos Souls Like, deve-se ater aos padrões de ataque dos inimigos, ao seu inventário e vigor do personagem, explorar os biomas de Valheim sem carregar ao menos 4 tipos diferentes de alimentos e sem poções antiveneno e de Vigor é praticamente suicídio, então atenha-se aos detalhes, memorize os padrões de ataque dos inimigos, preste atenção na barra de vigor e que Tor lhe dê força para vencer seus inimigos e que Uller abençoe sua caçada.

Física e clima desafiantes.

Jogos de sobrevivência nem sempre obedecem às leis da física, te deixando relativamente perdido na hora de ir atrás de recursos como madeiras, minérios entre outros insumos, pois na hora de gritar MADEIRAA a árvore pode decidir se vingar de seu algoz e cair na sua cabeça, fato esse que não ocorre em Valheim, ele segue leis da física e a força da gravidade também estão presentes fazendo com que as árvores cortadas caiam para o lado correto ao serem ceifadas, assim como a possibilidade de um efeito dominó se uma árvore maior e mais pesada cair sobre outras. Além das árvores outro item que segue ao menos em partes as leis da física são as flechas, se o jogador mirar em algum animal ou monstro a uma longa distância usando a mira que o jogo fornece pode ter certeza que irá errar o alvo, ele calcula a curva e força usada no arco fazendo o jogador compensar a mira, por enquanto a força e direção do vento não influenciam em nada, porém objetos mesmo que pequenos interferem e podem virar escudo para os alvos. Um item me decepcionou um pouco, nenhuma flecha lançada é reaproveitável, lançou acabou ela se foi para sempre.

Cozinhar em Valheim requer uma mistura de paciência e cuidado para não passar do ponto Imagem-Aline Costa

Explorar Valheim é um enorme desafio por si só, agora somada à equação o fator mudanças climáticas e agora sim temos um jogo. O mundo dentro do jogo cria os mais diversos climas que vão desde um belo amanhecer iluminando as árvores com lindos tons alaranjados até uma chuva torrencial que vai fazer da sua vida (na verdade do seu vigor) um verdadeiro inferno, o clima dá uma nova dinâmica ao jogo pois a temperatura afeta o seu personagem que pode chegar a morrer de frio ou não enxergar um inimigo por causa da densa neblina que não te deixa ver a um palmo do seu nariz.

Gráficos realistas não é sinônimo de qualidade

A cada nova geração, seja ela de consoles ou de placas gráficas muito se fala de realismo gráfico, até jogos para celulares apresentam gráficos que chegam a ser assustadores mas verdade seja dita, gráficos realistas está longe de ser sinônimo de qualidade do jogo ( claro que dependendo da proposta conta sim e muito), Valheim não é focado em gráficos realistas, o cenário é muito bem construído, a iluminação e a água são muito bem feitos, os sons te ambientam e muito bem no universo do jogo e os gráficos são bem serrilhados, dando um toque bem retro, lembrando alguns jogos para Playstation 2 porém sua iluminação é fantástica, e é a proposta do jogo, boa iluminação boa ambientação e sem exageros gráficos.

Não vá sozinho, é perigoso lá fora

Valheim permite que os jogadores se aventure sozinhos ou com os amigos, possibilitando a divisão de trabalho e funções dentro do jogo, até, por que não sessões de roleplay e recriação de construções icônicas da cultura pop. O game também permite que jogadores levem seus itens para os mundos dos amigos, facilitando e muito a vida tanto de quem vai visitar o servidor do amigo, quanto de quem está recebendo a visita para auxiliar na evolução dentro do game. O jogo foi pensado no modo cooperativo, onde juntos os jogadores podem explorar e construir seus próprios assentamentos mas ele também dá o mesmo grau de imersão e divertimento quando jogado sozinho, é bem comum pessoas jogarem em um mundo solo para poder coletar recursos e ir aprimorando suas habilidades tanto na construção quanto em batalhas e quando os amigos estão online se aventurarem juntos.

Equipamentos, pontos de vidas e Vigor são ganhos ao longo do jogo imagem/Aline Costa

Vale a pena?

O game ainda está em Early Access, o que significa que ainda não é a versão final do game, ainda tem muita coisa a ser desenvolvida, há uma previsão de novos itens e biomas para seu lançamento oficial porém ainda sem data porém com o que já tem disponível e pelo valor cobrado pelo jogo ele vale e muito a pena sim.

O jogo está disponível somente para pc via Steam por R$37.99

Valheim foi gentilmente cedido Coffee Stain Studios para PC  para que nossa equipe pudesse fazer esta análise e produzir seu próprio  hidromel