Análise The Quarry: até onde você iria para salvar todo mundo?
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Responsável pela aclamada série The Dark Pictures e Until Dawn, a Supermassive Games mais uma vez se destaca por lançar The Quarry, um game de terror de drama interativo, completamente focado em storytelling.
Assim como os outros títulos listados, este novo foca completamente nas suas escolhas e como elas vão impactar o destino de nove adolescentes que passam a noite em um acampamento ao lado de uma pedreira.
Será que as suas decisões são capazes de fazer com que todos eles sobrevivam a noite? Ou você tentará a sorte de matar todos eles ao longo do progresso? A escolha é completamente sua.
Tratado como sucessor espiritual de Until Dawn, será que o novo título consegue capturar toda a aura sobrenatural do game original e ao mesmo tempo trazer uma história envolvente e interessante, que prende o espectador?
É nisso que vamos nos basear para seguir a nossa análise de The Quarry; confira mais nas linhas abaixo!
A história de The Quarry
Apesar de totalmente, clichê, The Quarry se sustenta basicamente com sua história. Tudo gira em torno de adolescentes que, após uma brincadeira de mau gosto, precisam passar a noite em um acampamento de verão, chamado Hackett's Quarry.
A partir daí, tudo começa a dar errado, e os maiores clichês de filmes de terror começam a acontecer com todos eles. Só que, em vez de chamá-los de burros, por irem investigar algo, por que não jogar isso e sentir na pele o que é estar numa situação similar?
O game te coloca na pele de tomar decisões que podem ou não ser extremamente cruciais no futuro de cada personagem. Ajudá-lo ou ir embora sem prestar socorro pode ter um impacto enorme no futuro.
Você contaria a verdade ou mentiria para um policial? Por sua dinâmica interativa, The Quarry permite que você experiencie as consequências das suas escolhas. E é isso que torna o game tão único e tão divertido, à sua maneira.
E claro, tudo isso é sustentado pelas atuações de um elenco de peso, que participaram de filmes e séries de terror aclamados, como Evil Dead - A morte do Demônio, Pânico, Halloween, Twin Peaks e Santa Clarita Diet e muitos outros.
Um vislumbre do futuro que te aguarda
Se, ao final de cada capítulo, Until Dawn te fornecia uma sessão de terapia para poder a ajudar você a enfrentar seus medos, em The Quarry não seria diferente. Agora, você conta com a ajuda de uma cartomante misteriosa, chamada Eliza.
Ao achar todas as Cartas de Tarô escondidas pelos cenários enquanto explora, ao final do capítulo, você pode tentar ler a sua sorte usando uma delas. Dessa maneira, Eliza mostrará para você um vislumbre do futuro, que pode te ajudar — ou te atrapalhar — a tomar suas decisões.
Embora seja algo completamente similar à de Until Dawn, essa é uma sacada muito legal, porque te tira do eixo da história e te mostra que você é um jogador, não uma das pessoas lá de dentro. Ou seja, é você quem detém o controle de tudo.
Ah, e se você não achar nenhuma carta ao longo do capítulo, você será repreendido por Eliza, que vai dizer coisas como "Me ajude a te ajudar" ou outras. Ou quem sabe, isso não faça parte da sua forma de jogar? Por que receber ajudas quando você pode tomar suas próprias decisões sem saber do futuro? Novamente, a escolha é inteiramente sua.
Rebobine e faça tudo diferente
Embora Tbe Quarry se utilize muito das consequências das suas ações, assim como uma boa fita de VHS, por que não rebobinar e tentar fazer novas escolhas para ver se algo dá certo?
Pois bem, o game também oferece essa opção. Se você tomou uma decisão que não gostou ou que impactou na morte de alguém que você gosta, você poderá rebobinar e tentar de novo.
Mas fique atento, porque isso pode causar outras consequências na sua história. E o legal é justamente isso: você ter mesmo o controle sobre o que faz e poder retroceder para poder mudar.
A mesma mão que dá, é a mesma mão que tira: ao mesmo tempo que você pode tentar a sorte escolhendo um caminho possível, isso fará com que você "gaste uma vida". Fique sem vidas e você não poderá mais mudar as suas escolhas.
Então, use esse recurso com total sabedoria.
A vítima ou A pedreira?
Em inglês, a palavra Quarry possui dois significados: "pedreira", no mais literal, e "vítima", no subjetivo. Por incrível que pareça, o game consegue explorar ambos os significados com maestria.
Além dos jovens passarem a noite em um acampamento ao lado de uma pedreira, eles se tornam vítimas de diversos clichês (icônicos) dos clássicos filmes de terror ou slasher. É um trocadilho que pode passar despercebido, mas é completamente genial.
Jogador ou espectador?
Se tomar todas essas decisões parece algo "demais" para você, não tem problema. O game oferece um modo espectador, no qual você pode assistir aos eventos e escolher entre "Todos vivem" ou "Todos morrem".
Já no modo "Diretor", você escolhe quem vive e quem morre. Ou seja, você pode novamente tomar as suas decisões sem ter que necessariamente jogar o game. Nesse caso, sua única escolha é pegar uma pipoca e experienciar uma história tão densa que, apesar dos clichês, é especialmente única.
Mas e aí, The Quarry vale a pena?
Para aqueles que curtiram Until Dawn e a antologia The Dark Pictures, The Quarry é uma evolução sem tamanho. Seja no aspecto técnico de direção, atuação, como na qualidade da história que, apesar de diversos clichês de filmes de terror, ainda assim consegue entregar algo completamente envolvente, cheio de mistérios e que te instiga a saber de tudo até na raiz.
Cada elemento e cada escolha na história parece cumprir algo bem traçado para um futuro promissor ou não. Todas as escolhas basicamente importam, mesmo as que você gostaria de repetir.
Só com isso, já é possível ver que o time se empenhou bastante em criar diversas histórias coesas, o que impacta diretamente nos atores, que mesmo para cada linha do tempo possível, conseguiram manter a verossimilhança em suas atuações, como se fosse algo completamente novo.
Sendo assim, a Supermassive Games deixa a sua marca novamente com um game que traz elementos técnicos elevados e uma alta carga emocional envolvida. Isso porque cada personagem é único. Ou seja, uns você tem vontade de matar quase que literalmente, e outros você se simpatiza tanto, que sente que ele já é seu amigo.
Infelizmente, o game peca na rejogabilidade. Talvez o fator replay seja mais interessante para jogadores com perfis mais completistas. E ainda assim, existem cenas que não possuem Quick Time Events (QTEs) ou opções de escolha que não podem ser puladas.
The Quarry é um ode aos filmes de terror, com pegadas sobrenaturais e de slasher.
Mas, ainda assim, o game possui uma história única. E a pergunta que fica é: até onde você iria para salvar todo mundo? Ou melhor: até onde você iria para deixar todos da história morrerem. O que parece fácil nem sempre é o que parece.
Dessa maneira, é possível dizer que The Quarry é não só uma obra de diversão —o que, por definição, é algo atribuído a qualquer jogo; The Quarry é arte.
The Quarry está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X|S. Esta análise foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela 2k - Supermassive Games.