Saints Row sempre foi aquela série de jogos com várias piadas galhofas e hilárias que te faziam rir bastante. A leveza e a irreverência que certos assuntos eram tratados lá eram de uma maturidade sem tamanho. Isso porque, com quatro títulos canônicos, a série já te fez ser o presidente, enquanto tinha que lutar contra gangues criminosas, e já te levou até para o inferno.
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No entanto, será que a zoeira foi longe demais? Dar vários passos atrás, lançar o reboot de uma série já consolidada e que já tinha a sua marca registrada parecia uma ideia ousada.
No entanto, posso garantir que foi a melhor escolha de design e até mesmo para a série dar um novo respiro. Isso trouxe novos ares para uma fórmula que, embora ainda não estivesse ficando saturada, já estava dando sinais de que não tardaria a chegar nesse ponto.
É com essa premissa que pegamos para analisar o reboot de Saints Row. E o que achamos, você confere logo abaixo!
Saints Row e a irreverência de sempre
Saints Row é uma IP que sempre foi marcada pela sua "zoeira sem limites". A série conseguia fazer piada com tudo, e muitas delas eram feitas na medida certa. Voltar e fazer o reboot, mostrando uma nova origem para os Saints, poderia ser algo que acabasse "matando" tudo que já foi criado.
Porém, olhando para trás, o Saints Row que foi lançado em 2006 não se aprofundou tanto assim nessas questões. Você apenas criava o seu personagem, chamado de "Character" e cumpria as missões, aumentando o nível de respeito dos Saints na região.
Com o passar do tempo, seu personagem passou a ser chamado de "Boss", indicando que você mesmo foi subindo na hierarquia. O reboot de Saints Row não abre mão dessas tropes e torna elas ainda mais intrínsecas na história. Ou seja, agora elas parecem fazer mais sentido.
A história de Saints Row
Se, no primeiro título, o seu "Personagem" caía de paraquedas na 3rd Street Saints e passava a ganhar respeito entre a gangue, enquanto outras aterrorizavam a cidade, no reboot de 2022, seu personagem é bem mais ressignificado na criação dos Saints.
Antes de tudo, vamos dar um panorama geral de como está o mundo do jogo: ele se passa na cidade de Santo Illeso, que ficaria próximo de Las Vegas, se existisse na vida real.
Essa cidade é controlada por três gangues:
- Los Panteros;
- Os Idols;
- Marshall Defense Industries - uma corporação de segurança militar.
Seu personagem, também conhecido como "Boss", passa a trabalhar para a Marshall Defense Industries e começa a fazer seu nome por lá. Embora já tenha ganhado fama e prestígio logo no primeiro dia, um erro bobo fez com que ele perdesse o emprego.
Percebendo a insatisfação de que ele e seus amigos têm com seus empregadores e sabendo que eles trabalham melhores juntos, eles decidem montar a sua própria gangue:
- Neenah: uma mecânica experiente ex-Los Panteros;
- Kevin: DJ e ex-Idols;
- Eli, empresário com MBA que agora planeja as novas atividades da gangue.
A partir desse momento, a gangue consegue criar um nome para ela e deixar a sua marca na cidade.
Reboot até na personalização do personagem
Saints Row sempre foi uma série marcada pela grande gama de modificações que você pode fazer no seu personagem. E, com o novo criador de personagens, agora é possível "criar você" no game.
E a Deep Silver Volition não estava brincando em serviço com o novo editor do seu "boss". É possível realmente inserir diversas modificações, cores de pele, tonalidades, mas o editor não se limita a isso.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi poder inserir próteses mecânicas nos braços, nos pés, além de poder também criar personagens que tenham vitiligo.
Como se o jogo já não tivesse sido inclusivo o bastante, não há distinção de gênero no que diz respeito a voz; ou seja, você pode colocar vozes com tonalidade masculina ou feminina, em corpos não predefinidos. Esse é um avanço muito legal para que mais e mais comunidades se vejam representadas no ambiente virtual.
Talvez seja um detalhe que passe batido por alguns que estejam jogando, mas foi um detalhe o qual eu notei e faço questão de deixar registrado nessa análise. Foi algo que eu realmente gostei bastante.
Mas e aí, Saints Row vale a pena?
Indo no cerne da coisa, era realmente necessário entender que Saints Row IV excedeu as barreiras da realidade e talvez a zoeira e as maluquices tenham ido um pouco longe demais.
Sendo assim, Saints Row de 2022 acaba se afastando bastante desse tom bizarro dos últimos jogos da franquia, e se aproxima bem mais do balanceamento justo entre comédia e seriedade, que existia em Saints Row 2 — que foi, talvez, um dos títulos mais aclamados da série para os fãs.
E, para ser honesto, foi uma das melhores coisas que a Deep Silver Volition poderia ter feito, porque a série não só deu uma respirada das bizarrices, como pôde voltar às suas origens e ressignificar coisas que são legais para os fãs. Todos os personagens são extremamente bem carismáticos e bem construídos, e as relações entre eles são muito sólidas.
É fácil crer que, de saco cheio da vida e verem a união entre eles, faz mais sentido agora eles criarem os Saints do que somente cair de paraquedas, como foi feito antigamente.
Se você é fã dos jogos anteriores da franquia, com certeza se sentirá em casa, pois a nova versão está divertidíssima. Se você nunca jogou o jogo, pode ter a certeza de que ele fará uma excelente introdução de tudo o que você precisa saber sobre esse universo.
A análise de Saints Row foi feita com uma cópia gentilmente cedida para o Xbox Series X pela Deep Silver.