Análise Grand Theft Auto: The Trilogy - The Definitive Edition
Obrigado por visitar o Nerdweek!
Sortudo!!! Sem ad pra você hoje! Com isso compartilhe com os amigos!
A volta triunfante de personagens queridos, talvez não tenha sido executado da melhor maneira possível
Todo mundo que teve em mãos um PlayStation 2, sem dúvidas teve a experiência de jogar Grand Theft Auto, apelidado carinhosamente pela sua sigla GTA. Saindo da mecânica de top-down tradicional que definiu os dois títulos iniciais da franquia, em 2001, GTA III trouxe uma nova visão de mundo aberto, com visão em terceira pessoa e novas possibilidades que pareciam pouco desbravadas àquela época.
O sucesso foi estrondoso, e em 2002 fomos brindados com uma nova maneira de contar a história de Tony Montana do filme Scarface, com GTA Vice City, demonstrando a saudade que se tem da antiga década de 1980. Com dois títulos de peso, a cartada final veio com GTA San Andreas.
Se passando em três ilhas, com uma capacidade enorme de contar uma história que continha personagens tão carismáticos — mesmo sendo os vilões — estava claro que a franquia deixou marcas de quanto a Rockstar estava não só estabelecendo seu mercado, ela estava criando fãs.
Está aí, três títulos que ganharam as graças do público e que se tornaram muito queridos à medida que os anos foram passando. Depois de 20 anos do lançamento de GTA III, cá estamos, com uma tentativa de emplacar mais uma vez algo que se tornou a fundação da empresa: a trilogia dos queridinhos do público ganhou uma versão definitiva e remasterizada.
Abaixo, você pode conferir o que nossa equipe achou de Grand Theft Auto: The Trilogy - The Definitive Edition. Confira!
Os queridinhos de cara nova
Em termos gerais, todos os títulos de GTA Trilogy estão, de certa forma, mais bonitos do que já estiveram, sem contar os mods. Todos os materiais parecem mais reais, mais reflexivos, e algumas mecânicas parecem menos travadas do que quando eram no PS2 — algo que eu particularmente gostei muito.
É claro que deve-se levar em consideração que é uma obra remasterizada, e não um remake; o que torna comparações como as que fizeram com Mafia: Definitive Edition sem sentido. E, ainda assim, mesmo se tratando de uma obra remasterizada, muitos modelos foram refeitos, algo que é bastante incomum em remasters.
Além disso, a mudança mais perceptiva de todas foi a mudança da mecânica de armas. Quem jogou os jogos antigos, sabia o quanto era bastante difícil travar a mira em um inimigo específico (isso quando você não mirava em um policial sem querer).
Em vez disso, agora há um sistema de roda de armas mais acessível (similar ao GTA V), tornando os três jogos bem mais fáceis do que eram antes. Essa é uma adição que me agradou bastante, especialmente porque eu gosto de ter o controle de tudo que eu faço.
Muitas missões de GTA Vice City, como "Death Row" pareciam muito mais difíceis, por conta da mira. Essa em específico, muitas vezes eu mirava sem querer no Lance, que estava preso na cadeira e podia sim, ser morto pelo Tommy.
As mecânicas de direção também foram modificadas para a nova geração. Enquanto, nos títulos antigos, você acelerava com "X" (ou "A" no controle do Xbox), agora você usa os gatilhos para fazer isso, algo que eu particularmente gostei bastante, por me dar o controle da velocidade dos veículos.
Algumas inclusões são bem divertidas, algo que tornam o retorno a Liberty City, Vice City e San Andreas mais agradável, como um novo cheat que permite ativar o modo "Cabeção" dos personagens ao usar o famigerado Konami Code.
No entanto, talvez a mudança mais acessível para as novas gerações seja justamente a capacidade de reiniciar uma missão falhada instantaneamente. Para jogadores mais old school, a necessidade de ter que reiniciar o save e chegar até a missão novamente parecia, muitas vezes, uma certa perda de tempo, embora tivesse seu estilo — o problema era justamente se você fazia 5 missões em seguida e se esquecia de salvar, aí sim isso dava uma raiva que é desnecessária nos dias de hoje.
Em termos de mecânica, muita coisa está mais interessante agora do que era antes, e muita coisa parece mais bonita agora, do que antes. No entanto, existem alguns problemas a serem ressaltados.
Bugs para que te quero
Mas infelizmente, há de se ressaltar um choque de realidade: há muitas coisas faltando em Grand Theft Auto: The Trilogy - Definitive Edition. Isso inclui funções bem legais que foram apresentadas em GTA III, como o modo de câmera cinematográfica.
Cada um dos jogos, embora visualmente bonitos, apresentam muitos bugs. Em GTA III, algumas texturas parecem destoantes umas das outras, e até mesmo em GTA Vice City, algumas vezes o carro do Tommy explode sem motivo aparente. Em GTA San Andreas, ao passar do lado de um carro com o CJ, é possível ouvir o áudio de como se o personagem estivesse batendo nele, causando uma certa estranheza.
Sejamos justos: mesmo lá entre 2001 e 2004, os jogos tinham sim, problemas e bugs. Todos os três títulos sofreram com casos em que a geometria dos níveis desaparecia completamente e os jogadores se viam caindo numa espécie de limbo. A versão original do GTA III continha vários bugs relacionados à corrupção de arquivos salvos.
No entanto, talvez o maior problema para os fãs, seja justamente uma falta de polimento de algumas coisas que parecem triviais, o que torna algumas experiências aquém do que era esperado.
Grand Theft Auto: The Trilogy - The Definitive Edition vale a pena?
Essa, talvez seja a pergunta de 1 milhão de reais a ser feita. E acho que a resposta é mais complexa do que só dizer "sim" ou "não". GTA Trilogy traz de volta títulos que são tão queridos dos fãs, que a resposta mais direta, seria SIM, se fosse só justamente revisitar velhos amigos.
No entanto, em um ano em que Cyberpunk 2077 trouxe TANTOS problemas para os consumidores, foi retirado à força da PSN pela Sony, por críticas e problemas, é impossível pensar que os fãs não estarão com mais raiva de uma empresa que "pisou na bola".
Somando à isso, eFootball 2022 (antigo PES) sofreu com os mesmos problemas, mesmo se tratando de um jogo gratuito. eFootball tem tantos bugs, que juntou a frustração de Cyberpunk com mais um strike da indústria.
Infelizmente Grand Theft Auto: The Trilogy - The Definitive Edition tentou se ancorar no fato de que utiliza títulos amados pelos fãs, mas se esqueceu um pouco de que os fãs, aqueles que eles começaram a construir desde 1999, tiveram duas enormes frustrações em 2021: Cyberpunk 2077 e eFootball 2022.
E foi nesse ponto que veio o "Strike 3" da indústria: um terceiro jogo, com enorme potencial, é lançado com bugs, mudanças desnecessárias, mas que ainda assim tinha muito potencial se não tivesse justamente "pisado na bola".
Se GTA The Definitive Edition não deixasse a desejar em alguns aspectos de polimento, talvez ele tivesse se tornado a "Edição Definitiva" de algo que marcou tanto uma geração, que valeria a pena, sim, ser revisitada.
Algumas reações, sim, são totalmente desproporcionais, como o fato de que muitos usuários diminuíram a User Score do Metacritic para 0,5, ou comparações sem sentido entre o jogo e alguns remakes.
Mas, se a gente puder tirar proveito e algo de positivo do ódio, talvez que seja um motivo para que as empresas comecem a repensar a indústria de jogos como um todo, evitando "pisar na bola" novamente, porque muita gente pode não perdoar nas próximas vezes.
Fato é que a Rockstar prometeu melhorar a performance do jogo em geral, o que faz com que, no futuro, Grand Theft Auto: The Trilogy - The Definitive Edition se torne sim, a edição definitiva de jogos que amamos muito, e que merecem um cuidado maior.
Nesse ponto, revisitar Claude, Tommy e Carl Johnson pode ser sim, uma experiência que a gente, enquanto fã, vai querer pagar pra ver!
Grand Theft Auto: The Trilogy - The Definitive Edition já está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series S|X e Nintendo Switch. Este review foi feito utilizando uma cópia gentilmente cedida pela Rockstar.