Como trazer um game de estratégia em tempo real com administração de recursos do PC para o console? Lançado originalmente no desktop, Crusader Kings 3 foi um sucesso de público e crítica, atingindo 91 no Metacritic, uma nota consideravelmente alta.
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Agora, que há um porte para o console, a dúvida fica no ar, especialmente porque uma adaptação deste tipo não é nada simples. No teclado, você possui uma vasta gama de teclas para apertar ao mesmo tempo e administrar seus recursos de forma rápida e simples. Mas, no console? Ainda mais no controle, com botões limitados?
É com essa premissa, que partimos para nossa análise de Crusader Kings III no console! Abaixo, você pode conferir as nossas impressões!
Administrar para conquistar
Em Crusader Kings III, você assume o controle de um monarca e nobre da Europa Medieval. Assim, há muita coisa a ser feita, como simplesmente manter seu território e prosperar, ou expandir seu território, à medida que você mantém a sua linhagem sempre viva.
E tudo isso, do jeito clássico da monarquia: crie alianças, manipule reino, arranje casamentos, descubra esquemas de traição, crie esquemas de traição e, por que não, declare guerras!
Assim, você consegue manter a sua dinastia viva, enquanto expande seus domínios, criando um vasto império.
Construa sua própria dinastia
Assim como um jogo de estratégia e administração, Crusader Kings III é bastante complexo. Só o tutorial já exige um bom tempo até que você domine todos os comandos.
Como dito acima, guerrear e dominar novos territórios não é o ponto central do game. Até porque, o ponto de game over é quando você não possui mais herdeiros no trono, e não quem possui mais territórios.
Há muitas abas e muitos comandos a serem explorados e administrados, e lembrando sempre que cada ação pode ter consequências sérias para a sua dinastia. Um esquema mal planejado pode implicar em uma Guerra e o massacre do seu reino.
Se você não colocar espiões na sua corte, pode ser que planejem um esquema contra você. Então, é por isso que você deve deixar os membros da sua corte e as suas alianças sempre felizes, dando, sempre que possível, presentes para agradá-los.
O melhor método é a aliança, mas isso às vezes não será possível, porque nem sempre os objetivos de um nobre condizem com os seus. E aí nesse caso, não tem jeito: como diria o provérbio em latim "Si vis pacem, para bellum" (Se quer paz, prepare-se para a guerra).
Cinco modos de estilo de vida do seu governante
Ao começar o game, uma das escolhas que você deve fazer é escolher entre 5 modos de estilo de vida do seu comandante. Isso impactará diretamente em como os soldados e a corte veem a sua forma de comando. Nelas, temos:
- Diplomacy;
- Martial;
- Stewardship;
- Intrigue;
- Learning.
Cada habilidade dessas abrirão espaço para opções únicas de comando, além de permitirem que os jogadores melhorem-nas em uma grande árvore de skills que, no início parece complexa, mas se torna extremamente útil.
Diplomacia para governar bem
Todo governante precisa de alianças para se manter no poder. Elas podem vir de conselhos ou de casamentos, unindo interesses mútuos. Você possui maneiras pré-definidas de governar, então, tente ao máximo segui-las a risca, senão isso causará uma espécie de estresse, algo que pode ser prejudicial.
E não pense que as alianças são simples: um pedido de casamento cujos pais não gostem da sua maneira de governar pode ser rejeitado logo de cara, sem nem uma contraproposta.
Como dito acima, tudo em Crusader Kings 3 importa e, ações mal tomadas, podem impactar em esquemas de assassinato ou traição.
Fuja de Esquemas ou crie os seus próprios
Uma das grandes sacadas de Crusader Kings III, para mim, foi a mecânica de Esquemas. Através deles, você pode planejar o assassinato de outros monarcas, mas também pode se utilizar de esquemas para descobrir planos de traição na sua própria corte.
Cada Esquema possui uma dificuldade diferente, mas elas são sempre muito legais de serem executadas, porque você nunca sabe o que vai acabar descobrindo. OS Esquemas envolvendo assassinato, de certa forma, são uns dos mais complexos de serem bolados e desenvolvidos.
A aleatoriedade move o mundo
O jogo não seria tão complexo se você optasse por apenas sentar no seu trono e organizar os seus herdeiros, sem conquistar nada. Outro fator interessante do game são os eventos aleatórios ligados às consequências das suas ações.
Se você assassinar um rei de um reino rival, nada impede que, anos depois, um herdeiro dele volte em busca de vingança. Isso tudo dá um dinamismo ao gameplay e torna tudo mais difícil.
Isso gera uma certa curiosidade sobre o que vai acontecer em seguida, e se os reinos vizinhos vão ser sempre inimigos ou se vão conseguir se alinhar; se vão ter Esquemas contra sua corte e muito mais.
Um mapa grande
Quer dominar todo o mapa de Crusader Kings 3? Você pode, mas boa sorte! O mapa é tão grande e as mecânicas são tão complexas, que parece quase impossível querer dominar tudo sozinho.
Mas, verdade seja dita, toda a ambientação do game é extremamente bonita, especialmente porque todas os os reinos possuem suas especificidades, particularidades e você pode ver o rosto de cada um dos governantes.
Isso aproxima a gente de cada um dos players desse enorme jogo de xadrez, em vez colocar apenas bonecos não identificáveis guerreando uns com os outros.
O desempenho da nova geração
Não é raro que muitos jogos de RTS e estratégia acabem travando no PC. Por sorte, a versão de console, que rodará com SSD, seja no PS5 ou no Xbox, vão segurar bem a barra. Os loadings são praticamente inexistentes e as ações são altamente responsivas.
Comandos para o console
Agora vamos à parte mais complexa de analisar Crusader Kings III e é uma das principais perguntas que rege esta análise: é possível portar comandos complexos do PC para o console e, ainda assim, criar uma excelente experiência?
Não só o porte de comandos foi extremamente bem feito, como tudo parece extremamente fluido e intuitivo (com o tempo). Todos os comandos estão bem distribuídos e organizados em abas que podem ser acessadas via gatilhos do controle.
Isso é realmente bem legal, porque cada menu abre uma roda de opções muito complexas, mas todas foram organizadas de forma intuitiva. No início, pela grande complexidade do game, muitos recursos vão parecer complexos sim, mas, à medida que você vai jogando, tudo vai se tornando cada vez mais intuitivo.
Mas e aí, Crusader Kings 3 Console Version vale a pena?
Impossível não se lembrar de Halo Wars no Xbox 360, que resolveu trazer uma experiência mais tática do PC para o console e, ainda assim, conseguiu a nota 82 no Metacritic. Então, a gente sabe que portar um RTS para o console é uma tarefa difícil, mas não impossível.
Crusader Kings III faz você se sentir um membro da realeza
Felizmente, Crusader Kings 3 é uma excelente adaptação, e foi capaz de criar boas abas e excelentes saídas únicas para os jogadores de consoles, ao mesmo tempo que mantém a sua complexidade.
Todas as mecânicas são bem pensadas e, uma das que eu mais gostei, como disse acima, foi a mecânica de Esquemas. Por isso, se você gosta de jogos mais estratégicos e possui um console, definitivamente Crusader Kings 3 é um game que vale a pena ser conferido.
Crusader Kings III está disponível para PC e ganhou versão para PlayStation 5 e Xbox Series X|S. Esta análise foi feita utilizando uma cópia gentilmente cedida pela Paradox Interactive.