Análise: Clive 'N' Wrench vale a pena?
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Após 10 anos em produção, Clive 'N' Wrench finalmente ganha a luz do dia! O game da Numskull Games, estúdio responsável por Final Vendetta e Battle Axe, agora se aventura nos jogos de plataformas 3D, buscando como inspiração os jogos Collect-A-Thon dos anos 90.
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Bem, a lista de referências é vasta, como os clássicos Super Mario 64, Banjo Kazooie, Crash Bandicoot, porém ainda é possível ver um pouco de outros títulos como Spyro the Dragon, Jak & Daxter e Psychonauts.
Com tantas inspirações, incluindo um pouco de Doctor Who, seria possível que o game perdesse, de certa forma, o seu diferencial, e e acabasse sendo apenas mais um vivendo nas sombras das referências do passado?
Será que a produção tão long do game poderia fazer com que cada nível ficasse destoante um do outro e não aproveitasse tanto assim das milhões de mecânicas que ele oferece?
Enfim, são com essas perguntas que iniciamos nossa análise de Clive 'N' Wrench; confira abaixo o que achamos do game!
A história de Clive 'N' Wrench
Muitos jogos de plataforma 3D não costumam ter histórias densas e complexas. No entanto, Clive 'N' Wrench possui uma história um tanto quanto similar à Crash Bandicoot, especialmente em ter um vilão canastrão e carismático.
Estrelado por Clive, o Coelho e Wrench, seu aprendiz macaco, eles se veem em um problema temporal, depois que a prima de Clive, a Professora Nancy Marricarp percebeu que seus projetos de máquina do tempo foram roubados pelo nefasto Dr Daucus.
Viajando pelo tempo e espaço em uma geladeira com estática dos anos 1950, Clive e Wrench devem localizar todos os aliados do tirânico vilão e impedir os seus planos malignos.
Bem, nada de novo no front, não é mesmo? Mas não se deixe guiar só por isso, afinal, o que tornou os games de plataforma 3D não foram suas histórias mirabolantes, mas sim as suas mecânicas.
A mecânica
Clive 'N' Wrench é um daqueles games que tinha tudo para se perder, especialmente porque, na primeira vista, nada parece fazer sentido e a progressão do game não é tão intuitiva.
No entanto, isso se perde quando você descobre que precisa coletar vários relógios para abrir o próximo nível e isso fica mais claro ainda quando você precisa coletar pelo menos 8 pedras de 10 em cada uma das fases para poder abrir o portal para enfrentar o boss.
Porém, tudo isso vem alinhado com uma mecânica fluida de pulos múltiplos e até mesmo a opção de usar Wrench como um helicóptero para aliaivar a queda e acessar lugares distantes.
Esse é um dos pontos altos dos jogos de plataforma listados acima, que consistem exatamente em vencer as plataformas, independentemente das coisas fazerem sentido ou não.
Fato é que Clive 'N' Wrench me surpreendeu positivamente nesse aspecto, já que se torna bem divertido e as coisas acabam fluindo muito bem após certo tempo de costume.
Os cenários
Se tem algo que jogos de plataforma não podem pecar em hipótese alguma é no cenário, especialmente se você está olhando para uma estética mais cartunesca, que é o caso da maioria dos jogos que cietei acima.
Clive 'N' Wrench consegue trazer cenários únicos e completamente distintos um dos outros, mas que funcionam como um todo.
Além de explorar uma fábrica situada em um período industrial de uma era vitoriana, ainda é possível passar por níveis pré-históricos, além de visitar o egito antigo e a junção entre o mundo mafioso dos anos 1920 misturado com um pântano corrompido.
Vendo por esse lado, os cenários fazem sentido dentro do mundo de viagem temporal, e mesmo com tudo corrompido, eles ainda assim parecem extremamente verídicos e vivos.
Sendo assim, Clive 'N' Wrench contém 11 fases temáticas diferentes, incluindo o Egito antigo, o Velho Oeste dos EUA e mais. O título crava a fórmula aclamada do gênero, porém ele consegue encantar jogadores experientes ao mesmo tempo que visa atrais marinheiros de primeira viagem (no tempo).
Personagens carismáticos
Além dos protagonistas Nancy, Clive e Wrench, o que me chamou mais a atenção foi o design dos vilões.
Todos eles funcionam perfeitamente para as áreas às quais eles guardam, além de serem extremamente bem definidos. Um dos maiores destaques aqui é para a direção de arte e criação de personagens, que fez um trabalho magnífico com eles.
Além dos demônios clonados do Dr Daucus, ainda temos outros minions específicos em cada mundo, além de personagens secundários e cameos de outros jogos da Numskull Games.
Tudo isso deixa claro que o game está vivo mesmo que Clive e Wrench não estejam de passagem.
Sobrevivendo por 10 anos
Toda essa dedicação é fruto do trabalho de Rob Wass, que começou a jornada de desenvolvimento do game em 2011. Responsável por criar cidades 3D na série de games do GTA, como Vice CIty e San Andreas, o desenvolvedor sabia que tinha um grande desafio em mãos.
Nesse meio tempo, saíram títulos revivendo o passado, como o remake de Crash Bandicoot e Spyro, que tornaram vivos novamente a sensação de nostalgia que esses games trazem.
Além disso, a chegada de Psychonauts 2 também fomentou a ânsia por voltar ao passado da era de ouro dos jogos de plataforma 3D. Sendo assim, Clive 'N' Wrench sai em um período no qual ele tem tudo para dar certo.
Clive 'N' Wrench vale a pena?
Se você é novato e achou o jogo bonito ou se é um explorador de mundos de plataforma 3D desde a década de 90, Clive 'N' Wrench é um jogo que vale a pena dar uma chance.
Embora ele sofra com alguns problemas de mecânica, às vezes você tem a sensação de que não está progredindo e não sabe o que está acontecendo, ainda assim, vale o voto de confiança.
Além de divertido, todos os vilões são extremamente carismáticos, canastrões e me remeteram muito ao sentimento de diversão e conexão que eu tinha com o mundo em Crash Bandicoot.
É claro que, se você juntar a lista de referências, vai ver que eu mesmo não incluí várias, e a ideia é essa mesmo. O jogo conseguiu pegar elementos similares de várias fontes e combiná-las em um produto que parece totalmente novo, e não só uma réplica do passado.
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