Quando o mar te chama, você deve atendê-lo!

O ano de 2020 foi um ano cheio de surpresas gostosas, especialmente na área de games "pacifistas". Tivemos Spiritfarer, de certa forma Per Aspera e, agora, o estúdio Out of the Blue junto com a Raw Fury nos brinda novamente com uma obra prima chamada Call of the Sea.

e da editora Raw Fury.

Com uma história fascinante e personagens muito bem construídos, abaixo você vai poder conferir a nossa opinião sobre este game maravilhoso!

A história de Call of the Sea

Norah e Harry de Call of the Sea - Imagem: Matheus Bigogno/NerdWeek

Call of the Sea é um game com uma temática bastante inspirada em Lovecraft. É difícil não associar o "chamado do mar" à todas as criaturas que o escritor criou em sua existência. Porém, o game foge um pouco do padrão ao apresentar uma temática mais fantasia do que um game de terror apenas.

No game, narado em primeira pessoa, você acompanha Norah, que, desde criança, foi acometida por uma doença que deixou manchas pelo seu corpo. Já adulta, nos anos 30, Norah procura pelo seu marido desaparecido, Harry, que partiu em uma expedição em busca de uma cura para a sua doença.

Esta expedição levou Harry à ilha dos sonhos de sua esposa, e de onde ele nunca mais retornou. Preocupada com seu esposo, Norah parte para a jornada de tentar seguir os rastros da expedição e achar novamente o seu marido.

Norah é dublada por Cissy Jones, que já atuou em títulos como Half-Life: Alyx. Norah possui lembranças e pensamentos sobre suas ações na ilha. Norah, como uma boa exploradora, faz todas as suas anotações em seu caderno, que, sem dúvidas, será o seu maior companheiro durante toda a aventura.

Puzzles a perder de vista

Resolva puzzles das mais diferentes naturezas - Imagem: Matheus Bigogno/NerdWeek

Como dito antes, Call of the Sea é um game bastante pacifista, e sem intenções de ser um jogo de ação, ou principalmente de terror. Quando um game decide seguir este estilo de narrativa, ele explora por completo as mecânicas de puzzles.

O que não falta na ilha de Call of the Sea são puzzles, dos mais variados e dos mais impressionantes. São totens, pássaros, e correlações que, até que você descubra, você fica "como vou descobrir isso?". E quando descobre, fica: "poxa, agora parece muito mais óbvio".

Leia cartas e desvende o cenário para abrir novas informações - Imagem: Matheus Bigogno/NerdWeek

Games com essa temática costumam focar bastante em storytelling e construção de personagem. Então, a cada novo puzzle, cada nova anotação, temos um vislumbre de toda a vida e as emoções de Norah, assim como a tripulação de Harry.

Os puzzles como parte da mecânica fazem você explorar ao máximo o cenário, dando uma realidade absurda para o mundo e para os personagens.

A arte de Call of the Sea

A ilha de Call of the Sea por si só já é uma experiência e tanto - Imagem: Matheus Bigogno/NerdWeek

Call of the Sea abandona os tradicionais modelos fotorrealistas e criados para qualquer game triple A e tenta dar voz a um estilo artístico mais cartunizado, mais alegre, juntamente com todo o poder gráfico que a Unreal Engine consegue oferecer.

O game começa em uma ilha clara, com uma temática mais alegre e vai entristecendo à medida que você prossegue na história e vai descobrindo mais informações. Não só o cenário, mas as músicas da trilha sonora ajudam a contar toda a progressão de Norah.

Não só a trilha sonora original, mas ouvir em vitrolas ou rádios espalhados pelo cenário a música "favorita" de Norah e Harry, cria uma sensação de empatia muito grande, e do quanto os dois personagens estavam tão envolvidos um com o outro, mesmo em épocas diferentes da história.

O chamado do mar

Escute e atenda ao chamado do mar - Imagem: Matheus Bigogno/NerdWeek

Quando o mar chama, você deve ouvi-lo. De Lovecraft para o mundo dos videogames. Definitivamente, o estúdio Out of the Blue nos brinda com uma jornada de descobertas, falhas, mas demonstra como o amor e o companheirismo podem ser algo extraordinário.

Fica bastante nítido o amor de Harry por Norah ao fazer toda a jornada e toda as falhas que ele comete com o objetivo de buscar a cura, assim como Norah demonstra toda a empatia ao descobrir todos os problemas enfrentados pela tripulação de seu marido.

Call of the Sea é bastante denso, porém, maravilhoso - Imagem: Matheus Bigogno/NerdWeek

Fato é Call of the Sea que traz consigo não só atuações memoráveis, ele consegue atingir ao objetivo de ser denso trazendo personagens tão bem construídos, que, mesmo sem conhecê-los, eles acabam se tornam seus amigos, e você cria empatia com eles, sentimento bastante difícil de ser construído em narrativas.

Mas e aí, vale a pena?

Call of the Sea é um chamado irrecusável - Imagem: Raw Fury

Call of the Sea é uma experiência que me surpreendeu da maneira mais gostosa possível. Passei por sensações que não experimentava há muito tempo em jogos. A temática pacifista me fez sentir bastante acolhido pelo mundo, e mesmo pela trágica história de Norah e seu marido Harry desaparecido.

Para aqueles que gostam de uma temática pacifista e muitos desafios lógicos, de quebra-cabeça e puzzles a perder de vista, Call of the Sea é um game que definitivamente vale a pena ser conferido.

Lembre-se: ele estará no Game Pass também!

Call of the Sea foi gentilmente cedido pela Raw Fury para Xbox Series S|X para que nossa equipe pudesse dar um mergulho no mar e fazer esta análise.