A censura como arma ideológica
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Prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella tentou censurar obras LGBTQA+ o que causou uma enorme comoção entre os cidadãos, influenciadores e mídia.
A Bienal do Rio que teve inicio em 30 de agosto e se encerrou no último domingo 08 de Setembro de 2019 ficará marcada para sempre nos anais da história como a Bienal da censura, quando o atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (REP) publicou em seu Twitter que emitira uma ordem para que a graphic novel " Vingadores: A Cruzada das Crianças" fosse recolhido por uma suposta imagem imprópria para crianças, onde os personagens Wiccano e Hulkling, que formam um casal estavam se beijando em uma determinada parte da história, pois segundo a interpretação deturpada e homofóbica do prefeito tal cena feria ao ECA por conter conteúdo impróprio, o que não é verdade em hipótese alguma, pois além de conteúdo LGBT não ser impróprio, não em uma democracia, a capa da graphic não continha nada relacionado e todo o estardalhaço se referia a uma ÚNICA IMAGEM, onde um casal demonstrava afeto.
Não contente em determinar o recolhimento de forma extrajudicial, o prefeito acha por bem usar a máquina do Estado para sua cruzada contra a pluralidade, destilando seu ódio e homofobia, enviando agentes públicos para fiscalizar a feira a procura de conteúdos considerados por ELE "impróprios", usar sua régua moral e religiosa (de forma deturpada quero deixar bem claro), o prefeito de uma cidade afundada em problemas sociais usa o discurso de proteger as crianças do mal, um mal que só seus iguais enxergam, o mal de ser quem você é, de amar e ser amado, independente da sua cor, etnia, sexo ou orientação sexual.
Nos últimos anos temos assistido a uma tática de guerrilha virtual para deixar o cidadão passivo aos atentados contra a liberdade individual, disseminação do medo, publicações direcionadas para dar gatilhos em pessoas que temem pela segurança dos seu filhos, usar o medo como arma, uma arma mais perigosa que uma pistola, mais certeira que um rifle, o medo e o ódio. Usar da falácia que a intenção era a melhor possível para proteger as crianças de conteúdo impróprio que tem como finalidade corromper sua inocência tem uma única finalidade, criar uma falsa justificativa para sua atitude autoritária e tentar a todo custo que uma parcela dos cidadãos aplaudissem sua atitude, vendo como algo a ser aplaudida e parabenizada.
Felizmente pessoas com visibilidade como o youtuber Felipe Neto teve uma atitude brilhante, comprar todos os livros com temática LGBT e distribuir gratuitamente na Bienal, se antecipando as outras medidas autoritárias do neo-templário Crivella de usar novamente a máquina estatal para impor sua visão de mundo, além de grandes jornais se oporem e questionarem a imposição do prefeito, inclusive recorrendo de uma ordem judicial garantindo a liberdade da feira, seu recurso coincidentemente caiu nas mãos de um juiz que já afirmou que o homossexual sofre de distúrbios de conduta, e garantiu ao sensor que enviasse seus inquisidores para recolher obras consideras por eles impróprias.
O desfecho legal
Após usar incansavelmente os recursos públicos para censurar a Bienal do Rio de Janeiro, mesmo com a cassação da liminar emitida pelo desembargador Claudio de Mello Tavares, presidente do Tribunal de Justiça cassou a liminar e determinou a apreensão dos livros. A pedido da procuradora geral da república Raquel Dodge, o presidente do STF Dias Toffoli proferiu
"Ademais, o regime democrático pressupõe um ambiente de livre trânsito de ideias, no qual todos tenham direito a voz. De fato, a democracia somente se firma e progride em um ambiente em que diferentes convicções e visões de mundo possam ser expostas, defendidas e confrontadas umas com as outras, em um debate rico, plural e resolutivo", afirmou suspendeu a decisão judicial.
"A liberdade de expressão é um dos grandes legados da Carta Cidadã, resoluta que foi em romper definitivamente com um capítulo triste de nossa história em que esse direito – dentre tantos outros – foi duramente sonegado ao cidadão. Graças a esse ambiente pleno de liberdade, temos assistido ao contínuo avanço das instituições democráticas do país. Por tudo isso, a liberdade e os direitos dela decorrentes devem ser defendidos e reafirmados firmemente".
Censura, o ápice do autoritarismo
Na Alemanha Nazista houve a Bücherverbrennung , no ano de 1933, seu chefe de propaganda e talvez o homem mais perigoso do regine nazista Joseph Goebbels arquitetou a queima de livros, eliminando tudo aquilo que era contrário ao regime de Hitler, seja pelas ideias ou escrito por seus inimigos, em 1966 na a China Revolução Cultural combateu o confucionismo, idéias baseadas no pensamento do filósofo Confúcio, e no Brasil durante a Ditadura Militar, onde livros considerados subversivos eram apreendidos e seus portadores presos e torturados.
Não podemos deixar que a influência do medo, da manipulação e pensamentos retrógrados atinjam a produção cultural, que atinjam nossos lares. Lembrem-se que se o silêncio perante o mal é pior que a voz daquele que o profere. Hoje pode ser uma HQ, um gênero literário, amanhã será seu jogo predileto, The Last Of US part 2 sua protagonista é gay, Overwatch tem dois personagens gays.
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